Grubba confirmou o berreiro feito na edição de ontem do DIARINHO por um delegado de que até mesmo os coletes que os tiras estão usando no estado estão fora da validade e dão ideia do sucateamento dos equipamentos da corporação. Esse é um dos tais problemas que o secretário afirma que estarão logo resolvidos. Até o início da operação Veraneio, em dezembro, garantiu, 1500 coletes novinhos em folha serão distribuídos aos policiais.
O rol de promessas do abobrão da Segurança da Santa & Bela é ainda maior. A polícia Civil vai receber, até o início da operação Veraneio, 500 pistolas ponto 40, cerca de 250 viaturas, além de um reforço no efetivo, já que 202 policiais foram nomeados este ano e 361 aguardam iniciar o curso na academia, afirmou.
Há ainda uma outra medida prevista que a secretaria de Segurança adotará pra dar suporte aos tiras, relatou Grubba. Chama-se saúde do policial civil e irá auxiliar os policiais pelo estado, contou, sem falar sobre o prazo de aplicação do projeto. Além disso, em torno de 37 delegacias do estado estão passando por reformas. A reestruturação já está acontecendo, fez questão de dizer.
Em relação ao salário dos tiras, o secretário reconheceu que faz-me-rir da categoria não é suficiente. Mas disse que o assunto será debatido pelo governado Raimundo Colombo (DEM) com uma comissão formada por integrantes do sistema de segurança pública.
Como fica pelaqui
A tal da reestruturação também passaria pela 4ª delegacia Regional de Polícia Civil, que tem sede em Itajaí e cuida de outras seis cidades. O delegado Rui Garcia, chefão da Regional, disse que os investimentos tão vindo tanto do governo do estado quanto de um convênio com a prefa peixeira. Já gastamos mais de R$ 86 mil em reformas e reparos de viaturas neste ano. Vamos investir também na troca de todo o telhado da 1ª delegacia de polícia. Vamos fazer também um muro em frente à 2ª depê, pra evitar novos ataques à delegacia, disparou.
Virão 27 tiras pra região, diz dotô
O chefão da 4ª Delegacia Regional de Polícia Civil, delegado Rui Garcia dos Santos, disse que 27 novos agentes foram requisitados pra região e chegam na próxima turma formada pela academia de Polícia (Acadepol). Ao ser perguntado sobre a data, respondeu que será pelos próximos meses. Data certa pra isso, não existe.
Dotô Rui também falou sobre a criação da central de Plantão Policial (CPP), que ficará na rua José Pereira Liberato, na esquina da antiga casa do Vanolli, no bairro São João. A CPP é uma das minhas primeiras metas. Os boletins de ocorrência, diurno e noturno, serão feitos lá, mas nada impede que a pessoa venha em uma das outras duas e registre a sua queixa, explica. Na CPP, afirmou, ficarão sempre quatro policiais de plantão. A enchente atrasou a entrega do prédio, mas acho que até o fim do ano já estaremos lá, estimou.
No prédio onde funciona a 4ª Regional, será instalado todo o núcleo de inteligência dos tiras.
Colombo diz que autorizou aumento de efetivo
O governador Raimundo Colombo (DEM) tem consciência dos graves problemas que atravessa a polícia Civil catarinense. Na entrevista que deu ao DIARINHO, Colombo afirmou que a falta de tiras pra trampar é uma das situações que mais atrapalha a corporação. Tem que aumentar o efetivo e ganhar em eficiência com apoio tecnológico. Eu estou autorizando a chamar mais trezentos e poucos policiais do concurso da polícia Civil, contou. Mas já avisou: Não dá pra apressar isso. Mas na polícia Civil a capacidade máxima da academia vai ser usada, assim podemos aumentar o efetivo,
Colombo admite que a polícia Civil tá perdendo muitos agentes, principalmente os mais jovens, que trocam a corporação por outros órgãos públicos, como o Ministério Público ou Tribunal de Justiça. Este ano, já perdemos 35 policiais civis. Eles fazem concursos lá, são aprovados e a gente perde pela aposentadoria e pela evasão, afirma.
O governador garantiu que existe um plano de reestruturação da entidade, mas não soube dar detalhes sobre ele ou como será aplicado. Nós estamos estudando, estamos com um grupo de trabalho. É um problema sério. Mas estamos tentando encontrar um critério técnico que seja eficiente e permita o aumento, discursou.
Colombo admite ser justo o pedincho salarial dos tiras, mas diz que um aumento do faz-me-rir é difícil de ser concretizado. Alegou limitações da lei de Responsabilidade Fiscal.
Sindicatos dos policiais vão começar berreiro grande em outubro
A direção de duas entidades que representam os tiras em Santa Catarina ameaçam fazer mó barulho em outubro. O sindicato dos Trabalhadores em Segurança Pública da Santa & Bela (Sintrasp) - com 2000 mil associados - e o sindicato dos Policiais Civis de Santa Catarina (Sinpol) - que tem 600 membros - têm discursos diferentes, mas o mesmo objetivo: denunciar as condições da corporação e lutar por melhores salários e condições de trabalho.
Agente da polícia Civil há 25 anos, o presidente do Sintrasp, Carlos Alberto da Silva, disse que uma das bandeiras é a incorporação ao salário dos tiras o que hoje é apenas uma grana adicional e que desaparece quando o policial se aposenta. Outro ponto fundamental é o aumento do efetivo na corporação. Também queremos o reajuste nos vales-alimentação, observou ainda.
Também tá na lista dos pedinchos do Sintrasp a mudança das escalas de plantão, que hoje são de 24 por 48 horas. Queremos escalas de plantão de 24 horas de trabalho por 72 horas de descanso, mas o ideal pra saúde do policial é 12 por 24 ou 12 por 48, comentou.
Pro Sintrasp, os vencimentos do policial civil devem ser de R$ 6700 e os adicionais nos salários deveriam ser apenas a hora-extra e abonos por capacitação e formação escolar. A solução seria deixar de lado a hipocrisia com que a segurança Pública trata a polícia Civil, descasca.
Tiras farão assembleia em outubro
O pessoal ligado ao Sinpol resolveu arregaçar as mangas e ir pra briga. Tem uma assembleia estadual marcada pra 27 de outubro, no Hotel Golden, em Floripa. Pedro Cardoso, presidente do sindicato dos tiras, diz que a categoria tá focada no que chama de compactação dos salários. Ou seja, reduzir de oito para quatro os níveis de crescimento na carreira da polícia Civil. A outra prioridade é lutar por um salário inicial de R$ 1500. O nosso foco são essas duas questões. Queremos que o vencimento básico de um agente seja igual a um quarto da carreira final de um delegado, afirmou.
Na terça-feira da semana que vem, as direções dos dois sindicatos vão sentar prum lero. O objetivo é unificar a luta das entidades.