A tentativa de fazer uma carteirinha do sistema Único de Saúde (SUS) acabou em barraco nas Piçarras. O pedreiro Z.L.S., 28 anos, disse que terça-feira foi à secretaria de Saúde na esperança de conseguir o cartãozinho que garante o atendimento médico gratuíto. No local, esperou um bom tempo para ser atendido e quando foi chamado, os funcionários disseram que ele não tinha levado todos os documentos necessários. O pedreiro voltou para casa, pegou o que faltava e retornou à secretaria. Porém, novamente teve que ficar esperando o atendimento. Cabreiro, o cara armou uma baita confusão.
Z. percebeu que um funcionário tava pendurado no telefone, negociando uma parabólica para sua casa e resolveu lembrar o cara que era hora de trabalhar. Cheguei e disse: por que você não me atende ...
Z. percebeu que um funcionário tava pendurado no telefone, negociando uma parabólica para sua casa e resolveu lembrar o cara que era hora de trabalhar. Cheguei e disse: por que você não me atende ao invés de ficar resolvendo esses assuntos no horário de trabalho? Deves tá muito pobre mesmo, já que tá usando o telefone da prefeitura pra isso e parcelando a parabólica em duas vezes, disse o invocado. Segundo ele, o funcionário ficou nervoso ce partiu pra briga. Levei vários chutes e fui ofendido, todo mundo que estava lá viu.
O chefe da divisão de Planejamento, Controle e Avaliação da prefa piçarrana, Jean Fernando Souza, garante que não rolou agressão moral e nem física. Ele disse que existem câmeras no local que podem provar quem tá falando a verdade. Segundo ele, o funcionário ignorou a provocação do pedreiro.
Mas a confusão não parou por aí. O peão de obra contou ao DIARINHO que após ter tomado umas porradas, juntou uma trupe de amigos e retornou dinovo à secretaria para registrar uma reclamação. Mas lá não teria recebido atenção. Então, saiu derrubando tudo. Empurrei cadeiras e bati o telefone na mesa para ver se alguém vinha falar comigo.
Jean disse que Z. fez ameaças aos funcionários e que estava com mais três amigos aparentemente alcoolizados. O pedreiro, que assume ter problemas psicológicos, conta que agiu pela raiva e que foi procurar a polícia para registrar um boletim de ocorrência. Fomos na Militar e mandaram nós irmos à Civil. Chegamos lá e não encontramos ninguém. Então, voltei para casa e no meio do caminho fui abordado pela polícia e levado pra delegacia. Só que me levaram como bandido, já que a prefeitura acionou.
Outra surra
Z. contou que, ao chegar na delega das Piçarras, apanhou feito cachorro dos tiras de plantão. Deram soco no meu peito. Depois, me derrubaram no chão, chutaram minha cabeça e minha barriga. Apanhei um monte mesmo! Ainda me chamaram de drogado, bandido e disseram que eu fingia ser louco, desabafou.
O delegado da polícia Civil de Piçarras, Procópio Batista Ferreira Neto, negou ao DIARINHO que tenha rolado agressão na depê. Acho que não aconteceu isso, disse, sem muita convicção. O delega então desafiou: Quero ver ele provar que apanhou.
O delegado Procópio disse que o pedreiro vai responder por ameaça.