O arquiteto Carlos Antônio dos Santos, 60 anos, mora há 12 na pacata região do Estaleiro. Ele vive a 900 metros da balada e conta que, mesmo com a distância, escuta tudinho o que rola no interior da casa. As festas rave acontecem cerca de duas vezes por mês, aos sábados. Começam no meio da tarde e sisticam até tarde da noite. O barulho é muito grande, entra em casa e deixa qualquer um surdo, reclama.
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As festanças rolam durante o dia numa tenda aberta, montada na área externa da casa noturna. Já durante a noite, o festerê é transferido pra dentro da balada, numa área mais fechada. Mesmo assim, os moradores lascam que o batidão incomoda.
O manuseador de gesso Eliomar Araújo, 42, conta que a Baleares Beach sinstalou por aquelas bandas há cerca de cinco anos. Ele diz que o incômodo é tão grande que sempre chamam a polícia, que, vira e mexe, dá um atraque no local, mas não resolve o problema de uma vez por todas. Aqui é área de preservação. É um bairro tranquilo. Não deveria ter discoteca até tão tarde, pondera o gesseiro.
MP de olho
O dotô André Otávio Mello, titular do Meio Ambiente do Ministério Público do Balneário Camboriú, chamou a casa na chincha. Ele incluiu no puxão de orelhas as baladas Estaleiro House e Parador, que também são alvo de reclamações. Nos próximos dias, os proprietários devem conversar com o promotor e caso eles não acertem os ponteiros, o dotô André pode entrar com uma ação na dona justa pra que os órgãos competentes apliquem multas ou fechem as casas.
Já foi fechada
O chefe do setor de alvará da Polícia Civil do Balneário, Julio Urqueta, conta que a Baleares não tem autorização pra funcionar todo fim de semana. Pra cada festerê deve ser emitido um novo papéli. No início do ano a balada chegou a ser brecada. Os policiais flagraram uma festoca rolando a torto e a direito sem autorização. O dono, identificado apenas como Alexandre, já responde a um termo circunstanciado.
Julio conta que a última autorização rolou no dia 22 pra uma festa que começava às 16h e terminava à meia-noite. Durante o fim de semana ele não recebeu reclamações de abusos. Se tiver reclamações, recomendo ligar pro 181 que atendemos na hora e vamos lá cancelar a licença, lascou.
A reportagem esteve na casa noturna ontem à tarde. O responsável não estava. O DIARINHO deixou recado pedindo pra ele retornar o contato, mas até o fechamento desta edição nenhum retorno foi dado.
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De olho na altura do som
Todas as denúncias de abuso de som devem ser comprovadas. Pra ter certeza que a barulheira está alta demais deve-se chamar a galera da secretaria do Meio Ambiente, que vai ao local com um decibelímetro, aparelho que calcula o número de decibéis, ou seja, a altura do som. O secretário da pasta, André Ritzmann, afirma que o limite pro dia é de 70 decibéis e pra noite é de 60 decibéis. Se o fiscal comprovar o abuso é aplicada multa proporcional ao estrago. O valor é calculado de acordo com o que for extrapolado. O plantão da secretaria atende pelo telefone (47) 8883-7592. Denúncias também podem ser feitas pro 0800-644-3388.
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