Reginaldo Waltrick, secretário de Planejamento do município, e o procurador Wagner Figueiredo não souberam dizer se o evento tinha alvará da prefa. Foi aberto um inquérito administrativo pra apurar isso, afirmou Wagner. O pastor Juarez, da assembleia de Deus e organizador do Conepe, tirou da reta e limitou-se a dizer que somente cuidou da parte espiritual do congresso.
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Alvarás são obrigatórios
A morte de Francisco tá sendo investigada pelo delegado Procópio Batista Ferreira Neto. O tira espera o laudo pericial do acidente pra começar a ouvir os organizadores do Conepe, o pessoal da prefeitura e possíveis testemunhas da tragédia. Com o laudo, explicou o dotô, será possível obter informações importantes pra apontar quem foi o responsável pela tragédia, bem como a velocidade da motoca de Francisco no momento da batida e a presença ou não de sinalização adequada no local.
Mas o que o dotô Procópio já tem de certeza é a falta de alvará da polícia Civil. É possível adiantar que houve uma irregularidade, pois a licença da polícia Civil é obrigatória num evento como aquele, afirmou.
Não tinha licença dos vermelhinhos nem do CREA
A batata deve assar ainda mais pros organizadores do Conepe. Jhonny Coelho, comandante dos vermelhinhos da Capital do Marisco, informou não ter liberado o alvará de funcionamento pro espetáculo, que teve como atração principal a cantora gospel Jamily e sua banda. Para o show era necessária a emissão do alvará do corpo de Bombeiros de Penha, mas nós não emitimos nada, disse Jhonny.
O alvará de funcionamento dos vermelhinhos é concedido após uma vistoria completa na parte de segurança do evento. São obrigatórias as disponibilidades de extintores de incêndio, iluminação pública adequada e uma ambulância.
Além disso, a organização deve apresentar um documento chamado anotação de Responsabilidade Profissional (ARP), espécie de planta da área onde será organizado o show e que é emitido pelo conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea). O que eles nos pediram foi uma ambulância de prevenção para o show a partir das 23h. Atendemos ao pedido. Nada mais nos foi solicitado, acrescentou o comandante dos vermelhinhos.
Prefeitura tá investigando
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A falta de informações rola até mesmo na prefa da Penha. Nem o secretário de Planejamento, responsável pela emissão dos alvarás, nem o procurador da prefeitura sabiam dizer se o documento oficial dando a licença pro show foi emitido.
É pra investigar a suspeita da falta do alvará e as condições de sinalização do palco que foi aberto um inquérito administrativo, informa o advogado Wagner Figueiredo, chefão da procuradoria.
Reginaldo Waltrick, do Planejamento, disse que os dirigentes do Conepe pediram ao departamento de Trânsito (Detrapan) da prefa o desvio do trânsito da avenida Itapocorói pra montar o palco no meio da estrada. Tinham cones por toda a área desviando o trânsito. A secretaria de Planejamento atendeu ao pedido. Sinalizou o local e fez o desvio, garantiu o abobrão.
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O pastor Juarez, da assembleia de Deus e chefão do Conepe, não quis muito papo com o DIARINHO. Nervoso, disse apenas que cuidou da parte espiritual. Perguntado sobre quem foi o responsável pela estrutura do evento, limitou-se a dizer que sabia, mas que não falaria nada ao telefone e que somente teria tempo pra atender a reportagem na sexta-feira. Depois de muita insistência, soltou: Liga pra mim amanhã.
Por telefone, Fabrício Dias, irmão de Francisco, disse ontem à tarde que a família não quer se manifestar sobre o assunto.
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