O corpo do traficante falido Lucas Gilberto Stein, 31 anos, foi encontrado peneirado com quatro tiros, largado em uma baia em construção na rua Hercília Moser, no bairro Cordeiros, em Itajaí. A polícia Civil peixeira suspeita que o rapaz tenha sido assassinado por conta de dívidas com outros traficantes. A família de Lucas também acredita que o cara tava em débito com traficas pesadões da city. Há pelo menos um ano o cara já vivia como andarilho, detonado por causa do consumo do crack, contou uma cunhada da vítima. Os pistoleiros não foram localizados.
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Foram moradores de rua que, às 22h de quarta-feira, viram o corpo de Lucas e avisaram a polícia. O trafica foi atingido por tiros no queixo, no peito, um embaixo do braço esquerdo e outro na barriga. O cadáver tava estirado em um dos cômodos de uma baiuca em construção.
A construção da casa tá parada há meses e, disseram os vizinhos ao DIARINHO, por conta disso a baia tá servindo de abrigo pros mendigos que circulam pelos Cordeiros.
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Família já esperava a desgraça
Pra Alessandra Stein, cunhada de Lucas, a morte do rapaz era praticamente questão de tempo. Ela disse ao DIARINHO que juntamente com o marido, Marlon, tentou três vezes internar Lucas em centros de recuperação de dependentes químicos em citys da região. Foram todas em vão, porque ele fugia. Ele usava vários tipos de drogas. Lembro que usava crack também, revelou.
Lucas passou de fornecedor pra consumidor de drogas
O andarilho já tinha sido preso duas vezes. A primeira, em 2006, por furto. A segunda foi em março de 2009, quando foi em cana por tráfico de drogas. Preso em Navegantes, chegou a cumprir pena no cadeião do Matadouro, em Itajaí. Há pouco mais de um ano, foi posto em liberdade.
A carreira de traficante de Lucas durou quase nada. Como já era usuário, não foi difícil passar de fornecedor pra consumidor dos produtos que vendia. Há quase um ano, conta a cunhada Alessandra, ele se entregou de vez ao vício e abandonou a casa da mãe. Desde então, se transformou em morador de rua.
A casa onde Lucas foi peneirado tava lhe servindo de abrigo nas últimas semanas. No quartinho onde o corpo foi encontrado caído em meio a uma poça de sangue, havia trapos, um cobertor e restos de comida espalhados pelo piso.
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A família, diz Alessandra, praticamente perdeu o contato com Lucas nos últimos meses. Sem casa e sem trabalho, o rapaz, que já teria trampado como vigilante em um edifício nos Cordeiros, tava perdido na vida. A imagem que eu tenho dele é de quando ele vinha aqui em casa pedir comida, lembra a moça. Eu até separava alguma coisa na geladeira pra ele. Isso há um ano, mais ou menos, lembra.
A notícia da morte do cunhado chegou por volta das 23h na casa de Alessandra e Marlon. O namorado da mãe de Lucas ligou para o irmão do coitado e deu a trágica notícia quando o casal já se preparava pra ir dormir. Ele virou para mim e disse que o Lucas morreu. Depois entrou no banheiro e se trancou, recorda-se a mulher de Marlon.