Itajaí

Teco Padaratz

"Tudo que eu construí foi pegando onda e ninguém me deu nada"

Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]

Nosso entrevistado deste fim de semana é um dos responsáveis por abrir as portas do surfe brasileiro para o mundo. Considerado um dos maiores nomes do esporte no país, bicampeão mundial do circuito WQS (divisão de acesso) e vencedor de duas etapas do antigo WCT (elite do surfe), estamos falando de Flávio “Teco” Padaratz, que recebeu a equipe do DIARINHO pra um bate-papo irado num dos locais mais deslumbrantes da Santa & Bela: a Lagoa da Conceição, em Floripa.

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Aos repórteres Leonardo Thomé e Marcelo Roggia, o brou catarina contou muitas histórias. Lembrou de como tudo começou, do localismo no surfe, dos prazeres e dificuldades da carreira, da disputa ...

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Aos repórteres Leonardo Thomé e Marcelo Roggia, o brou catarina contou muitas histórias. Lembrou de como tudo começou, do localismo no surfe, dos prazeres e dificuldades da carreira, da disputa do circuito mundial, de quando quase morreu surfando, da ascensão do surfe brazuca e até de música, política e corrupção. A conversa tá especial e vale a pena conferir. As fotos são de Minamar Junior.

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DIARINHO – Como e quando o surfe entrou na sua vida?

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Teco Padaratz – Entre 1980 e 1981, quando eu já morava em Balneário Camboriú. Porque eu nasci em Blumenau, aos dois anos fui morar em Chapecó e aos seis eu fui morar em Balneário Camboriú. Quando eu tinha uns 10 anos de idade, tive o meu primeiro encontro com uma onda. Eu tava brincando com uma prancha de isopor de um amigo, eu e meu irmão junto com esse amigo. Eram duas ondas pra cada um e a gente pegava elas na espuma. Quando foi a minha vez, eu não sei o que aconteceu, não sei explicar o porquê, eu subi na prancha. Fiquei em pé e fui até a areia surfando, já cortando a onda pro lado. Ali eu fiquei fascinado pelo esporte e resolvi tudo em 24 horas. Peguei uma bicicleta velha que eu tinha, que um pneu tava novo, era um pneu de BMX, e troquei por uma prancha de isopor que um amigo meu queria fazer jogo. Era o que tinha e por dois anos eu surfei assim, até que meu pai me deu uma prancha de fibra, de Natal, uma pra mim e outra pro meu irmão mais velho. Ali tudo começou. [Mas alguém te influenciou a praticar o esporte?] Não. Foi impressionante como foi espontâneo. Acho que o que influenciou bastante foi o lugar. Eu morava em Balneário, a duas quadras da praia, via as ondas quebrarem todos os dias. Era impossível que eu não começasse a pegar onda. [Você também praticava outros esportes na época?] Praticava sim. Eu fui lutador de judô, desde os sete, oito anos. Lutei judô até os 15, fui faixa marrom, tricampeão estadual e nunca perdi uma luta. Eu perdi pra um garoto da minha academia, num amistoso. O cara que treinava comigo todo dia me ganhou uma vez só, por um koka [a menor pontuação do judô], e eu não me perdoo até hoje por isso [risos]. Eu era muito bom judoca e também jogava basquete pelo colégio, pela cidade de Itajaí e até pela seleção catarinense. Eu era armador, obviamente, porque era baixinho. Eu joguei bastante, mas larguei tudo pra surfar. O surfe me conquistou por tudo. Pelo envolvimento com a natureza, pelo ambiente em que eu podia praticar. A influência das pessoas em volta, do lugar, era brutal pra um moleque de 12, 13 anos, a vida era outra na praia e ficou difícil de combater.

DIARINHO – O apelido Teco já é daquela época, quando você começou a surfar?

Teco – O apelido Teco vem desde criancinha, quando eu usava fraldas. Eu era neném, recém aprendendo a andar, e usava fralda de pano. Minha mãe botava um monte de fraldas, porque eu ‘mandava bem’ [risos], e eu ficava com aquele puta bundão, desproporcional ao tamanho do nanico que eu era. E o meu avô por parte do pai, o opa [avô em alemão], não falava português. Ele batia na minha bunda e falava ‘decaj’, que é algo como bunda grande ou bunda avantajada, em alemão. Os brasileiros que ouviam aquilo pronunciavam ‘tecaj’ e meu apelido começou como Tecaj. Quando eu fui crescendo, mais molequinho ainda, eu tinha os dentes da frente bem separados, eu tava sempre vermelho do sol, era gordinho, comia pra caramba, fazia um monte de trapalhada, mas sempre me dava bem nas situações. Eu era o verdadeiro Teco, do desenho Tico e Teco. Eu já tinha o apelido de Tecaj e virou Teco. E era bem isso, o Teco era mais gordinho, comia um monte, e sempre se dava bem no final, porque o Tico pagava o pato. Entre mim e meu irmão mais velho, ele era o perfeito Tico e eu o perfeito Teco.

DIARINHO – Quando viu que levava jeito pro surfe e que era isso que você queria pra sua vida?

Teco – Isso foi logo cedo. Em 83 pra 84, quando eu ganhei minha prancha de Natal, eu fui correr um campeonato em Camboriú e ganhei. Naquele dia eu fechei um patrocínio de prancha com a Marbella e na semana seguinte eu ganhei outro campeonato, onde o Avelino [Bastos, fabricante de pranchas e proprietário da empresa Tropical Brasil, uma das mais importantes do segmento surfe no país], naquele momento, chegou pra mim e colocou que queria me dar uma força e me dar um patrocínio. O Avelino era meu ídolo como fabricante de prancha e não tinha ido falar comigo deliberadamente, ele enxergou alguma coisa em mim. Seis meses depois, ele voltou, como tinha prometido. Bateu um papo comigo, num final de tarde, e disse que estava disposto a fazer minha carreira, cuidar de mim, me levar pra morar em Floripa, depois nos Estados Unidos, pra eu falar inglês e participar do circuito mundial. Disse que eu seria o primeiro cara brasileiro a ter um patrocínio. Aquilo pra mim era surreal, eu tinha 13 anos, e não existia ninguém que fazia aquilo no Brasil. [Você chegou a abdicar dos estudos pra surfar?] Sim, eu parei no 2º ano do 2º grau, porque eu tinha uma proposta de patrocínio pra ir pro circuito mundial e não ia dar mais pra conciliar. Eu tive uma conversa com meu pai e ele me falou: ‘Eu te dou dois anos nesse negócio aí, de circuito mundial, que eu não acredito muito. Se tu virar top desse negócio aí e ganhar alguma coisa com isso, tudo bem, senão eu te dou outra chance de voltar pra escola, mas vai ser a última’. Eu falei que nunca mais iria precisar do dinheiro dele. Meus pais eram separados e meu pai pagava pensão, e eu disse pra ele dar o dinheiro pra minha mãe e me emancipar naquela hora. Eu fiquei puto, mas depois vi a importância do que ele fez. Meu pai me botou um desafio, e eu hoje aplico isso fielmente pras minhas filhas. Digo que elas têm que querer, querer profundamente, senão nada vai dar certo, vai ser tudo muito fácil, mas muito superficial.

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DIARINHO – Quais os maiores prazeres da vida no mundo do surfe e também as maiores dificuldades?

Teco – Cara, vamos separar as coisas. Tem o surfe de competição e o surfe como prática de entretenimento. A vida do surfe de competição não é diferente da vida de competição de qualquer outro esporte. Quando o surfe se transforma num esporte, ele é igual aos outros. É preciso de muita dedicação, você abre mão de muita coisa que faz na vida, que gosta, que curte, seja na parte familiar, como na de lazer. Os caras hoje têm 17 anos e já tão brilhando no circuito mundial, moleques que deveriam tá curtindo essa idade. Isso é um preço que se paga caro, até porque aquele é o momento de profissionalização e o dia que você sair do surfe, você não será especialista em nada, o que é cruel. O final da carreira é muito difícil, até pra quem consegue ganhar dinheiro. A principal questão é o vazio que dá naquilo que falamos do meu pai, do desafio. O resto passa a ser tão superficial que tu entra em depressão, a vida passa a não ter mais desafios pra ti. [Você chegou a entrar em depressão quando parou?] Não, porque eu não deixei, eu tenho a cabeça muito boa. Eu fui educado dentro do esporte, por disciplinadores muito fortes. E quatro muito diferentes, o último um mestre de yoga. Eu tive a sorte do meu último treinador ter sido um cara que me ensinou yoga. Eu dei aula de yoga pra caramba, pra atletas, e entendo isso profundamente hoje. Eu usava aquilo muito pra competição, mas eu aproveito o estado de espírito pra conduzir a vida observando os limites. E ali eu percebi que esta dedicação ao esporte é uma coisa bem diferente do surfe de lazer, que é uma coisa que só te faz bem. Ele te liberta, você esvazia a cabeça dentro da água. Eu comecei muito cedo e parei cedo. Aproveitei uma oportunidade muito grande. Eu pude trabalhar na TV, a organização da etapa brasileira do circuito mundial hoje está na minha mão. Foi uma grande oportunidade de futuro, de eu não me distanciar do surfe, ao mesmo tempo em que eu pude tirar essa coisa de ser esquartejado pela profissão. É a mesma coisa que um cara que trabalha num escritório o dia inteiro e fica sedentário com aquilo, o competidor também fica sedentário, é igual. Eu tô com quatro hérnias de disco, tá louco! [O que você deve ao surfe?] Eu devo tudo que eu tenho hoje. Até da parte espiritual, mas mais da parte estrutural, financeira, pai de família, eu construí tudo isso pegando onda. Tudo que eu construí foi pegando onda e ninguém me deu nada. Eu mereci cada centavo do dinheiro que eu ganhei, cada tijolo que eu ergui. Aproveitei que o surfe se profissionalizou na minha época, eu fui um dos primeiros e aquilo fez uma baita diferença. Antes daquela data não tinha chance nenhuma, não tinha dinheiro, espaço.

DIARINHO – Você acredita que ainda existe aquele preconceito que muita gente tinha, de que surfista era tudo vagabundo, que gostava só de ficar na praia pegando onda e fumando maconha?

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Teco – Eu tenho um pensamento que descreve a imagem do surfista ao longo dos anos, porque eu já fui perguntado tanto isso e já faz mais de 20 anos que eu respondo essa pergunta, mas ela vem mudando na minha cabeça. Nos anos 40 ou 50, quando surgiu no Brasil, o surfista era um alienígena, uma coisa de outro mundo. Depois, ele passou a ser visto como um cara alienado. Em seguida, na época da ditadura, ele se transformou num símbolo do comunismo, da oposição. Era proibido pegar onda no Rio de Janeiro nos horários de banho. O surfista era um anarquista extremo. Depois, ele virou maconheiro e passou um bom tempo assim. Mais tarde ele virou vagabundo, mas continuou como maconheiro. Em seguida, virou bon vivant, mas maconheiro também. Hoje, o surfista tá se transformando num gospel em potencial, tem muito surfista virando gospel, é impressionante. A ligação é muito parecida, Deus, o mar, a natureza, o ambiente é ideal pra esses caras. Mas acho que a próxima imagem do surfista, que vai bater mais forte, é ele significar qualidade de vida pras pessoas. A gente ajudou a transformar, e eu tive a minha proporção nessa ajuda, o surfe em qualidade de vida. Hoje, muito graças ao tow-in, que é o surfe de ondas gigantes, o surfe tá se tornando símbolo de saúde física. O surfista hoje - vai perguntar pras mulheres - é um deus grego. É o símbolo de consumo de todas essas mulheres. Ela quer ter um gatão amante surfista, mas casar com ele não pode, porque ele é burro demais, mas ele é um amante perfeito, um símbolo sexual na sociedade [risos]. Ainda é maconheiro, mas isso vai demorar pra sair. As pessoas têm que deixar a demagogia de lado e ver que todo mundo usa a mesma quantidade e não se fala mais no assunto. Não adianta mais você isolar a droga em um setor social, não existe mais isso, é um pensamento lá de trás que ainda perdura. [E o que você acha dessa atual invasão gospel no surfe?] É uma consequência. A espiritualidade em si, dentro do coração do ser humano, é uma tendência. O mundo tá vindo à tona, desde os fenômenos naturais, até os fenômenos causados pelo ser humano, de guerras, guerras religiosas. A cultura religiosa tá vindo à tona, tá todo mundo se expressando. A bolha explodiu e o mundo vai ter que aprender a encarar essa nova realidade. Por isso, eu aposto muito na educação, porque eu acho que, se a gente se concentrar na educação, vamos poder encurtar esse tempo que vamos demorar pra amadurecer. A saúde só será melhor se formos mais educados pra ver que precisamos investir mais dinheiro na saúde. Se formos mais educados, vamos entender que a corrupção é um mal e não uma vantagem que só de vez em quando eu uso e depois eu critico. Porque todo mundo é corrupto e não se fala mais no assunto, porque você é conivente. A gente sabe que os políticos roubam e a gente deixa eles lá porque não encontra uma melhor opção. Preguiça nossa, falta de atitude de nós todos. Sou meio contra jogar a responsabilidade só no governo. Somos nós que elegemos e deixamos eles lá. Se a gente tocar o couro na rua, isso pode mudar, só que tem consequências pra isso e talvez o nosso não seja esse tipo de país. Mas vai demorar pra mudar, então. Cabe a pessoas como eu, dentro da minha esfera, levar a mensagem de que precisamos combater a corrupção, que é o único jeito.

DIARINHO – Voltando um pouquinho no tempo agora. O surfe tinha muito localismo – a galera de uma área não podia surfar em outra. Como está essa situação agora?

Teco – Tá igual, ainda tem bastante. O surfe muda bem devagar as características que ele tem. É um esporte milenar, primitivo, e por isso tem essa coisa da hierarquia paternalista, da opressão, do cara defender sua terra, seu território. O surfe ainda é tribal, primitivo, não é só um comércio, um esporte ou um lazer. O surfe é um esporte radical extremo, de performance. [Você já foi vítima de localismo alguma vez?] Muitas vezes, aqui na ilha [Florianópolis] inclusive. Uma vez eu tava surfando no norte da ilha e os caras são chatos pra caramba. Eles escreveram no meu carro, de fora a fora, com uma chave, fora haole [expressão havaiana para surfista de fora, que não é do local onde está surfando]. [Isso com você já conhecido?] Sim, depois que eu me aposentei, em 2004, 2005. Tentaram me tirar da água em várias praias por aí. [Na Atalaia, em Itajaí, onde dizem que o localismo também é muito forte, você já teve esse problema?] Não, porque eu cresci lá. Os caras me chamam direto pra pegar onda lá com eles. Hoje não tenho tido tempo, mas adoraria surfar com a galera da Atalaia, adoro aquela onda. [E você já botou alguém pra correr da água?] Nunca. Já botaram por minha causa, mas eu nunca pedi. Não acho que uma onda é justificativa pra você cair na porrada com alguém. Tem tantas ondas no planeta, e você vai pegar tantas ondas na tua vida, que uma onda é um pingo nessa história toda e não vai fazer diferença alguma se tu perder uma onda ou outra.

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DIARINHO – Dizem que os brasileiros e havaianos nunca se deram muito bem no circuito mundial, que a rivalidade era bastante grande e que rolaram algumas brigas no Havaí e também aqui no Brasil. O que há de verdade nisso?

Teco – Toda verdade, porque os dois são sangue quente e não levam desaforo pra casa. São dois povos orgulhosos pra caramba, com paixão no coração pelo que são, por de onde são e por serem diferentes. São totalmente diferentes de todos os outros surfistas. Eles têm uma paixão pelo que fazem que ninguém tem. Tu vê o cara surfar com uma identidade com a onda, uma conexão que nenhum outro surfista tem. [Você tinha amigos havaianos no circuito mundial?] Tinha vários. Lá tem várias pessoas legais, o problema é que os babacas se sobrepõem. [Inclusive o seu irmão Neco se envolveu em pancadaria com os havaianos...] Ali foi uma disputa de competição [Pipeline Masters 2007], de bateria, com o Sunny Garcia [surfista havaiano que está entre os melhores da história], onde os dois estavam precisando vencer. O problema aconteceu depois, quando os amigos do Sunny ficaram putos e quiseram cercar o Neco, o que é até normal em se tratando de circuito mundial. O problema maior foi que a ASP [Associação de Surfe Profissional] não prestou nenhum tipo de segurança pro Neco. Aí é que teve o grande problema, que foi até pra TV, porque os seguranças do campeonato eram os primos desses caras e não fizeram nada. Meu irmão teve que sair correndo pela areia e entrar no palanque com os caras atrás dele. O Neco levantou o computador de transmissão ao vivo na internet e falou: ‘Me traz a polícia agora ou não tem mais campeonato’. Ele ia quebrar o computador no joelho. Aí o dono do campeonato chegou com a polícia na mesma hora e pediu desculpas pro Neco, falando que ia demitir todos os seguranças e colocar a polícia pra fazer a segurança da competição. [Mas o Sunny não foi pra cima do Neco também?] Não, na mesma tarde eles já tinham se entendido, o problema não foi entre eles. Os dois são sangue quente e tavam precisando da bateria. Eles fizeram uma interferência dupla na última onda e viraram a vaca [caíram] em Pipeline no coral. O Sunny ficou tão puto com aquela situação, que ele levantou e quis dar porrada no Neco. O cara tava com sangue quente, é que nem dar uma porrada no campo de futebol. Sai do campo, toma um banho e depois vai cumprimentar o cara e pede desculpas, subiu o sangue. Um [Neco] tava definindo o ano inteiro seguinte e o outro [Sunny] tinha tirado a coleira de GPS da prisão, porque tava em condicional [em outubro de 2006, Sunny foi condenado à prisão por fraude fiscal depois de não pagar impostos] e queria tentar arranjar um patrocínio pra sobreviver. Cairamos dois juntos, na última onda, porque ninguém queria arredar o pé. Mas depois disso o Neco já voltou pro Havaí e tá tudo bem.

DIARINHO – Por falar em circuito mundial, você é considerado um dos maiores ídolos do surfe brasileiro, bicampeão mundial do circuito WQS (de acesso à categoria principal) e vencedor de duas etapas do antigo WCT, hoje ASP World Tour, a elite do surfe mundial. Que balanço você faz da sua carreira no surfe?

Teco – Eu tenho meus títulos e sou muito satisfeito com a carreira que eu tive. Acho que eu saí na hora certa. A melhor coisa que aconteceu pra mim foi ter conhecido o Avelino e depois ter saído na hora certa, com 32 anos. Saí bem jovem. Pintou a oportunidade de ter um trabalho paralelo, que foi a licença do WCT no Brasil, pra não perdermos a etapa, que estava indo pra França. Foi meio que um ato desesperado, mas deu certo e virou meio que minha aposentadoria. Eu diria que tive uma boa carreira e abri bastante portas pra todo mundo. Tenho meus títulos que jamais vão ser tirados de mim. Um deles é ter sido o primeiro campeão do WQS. O primeiro cara a se classificar de baixo pra cima. Fui também o primeiro a ser bicampeão. Eu sempre fui batalhador e quando treinava e me dedicava, normalmente, ia além do que o meu talento físico poderia me levar. Eu sempre fui um bom surfista, de bom estilo e de algumas manobras fortes. Mas não sou, de longe, o melhor surfista do Brasil e nunca fui.

DIARINHO – Você falou bastante do Avelino nesta entrevista. Conta pra gente quem é o Avelino e qual a importância dele na sua carreira?

Teco – O Avelino é o proprietário da Tropical Brasil, foi o cara que aos 13 anos acreditou em mim, investiu na minha carreira, foi o meu empresário e depois a gente foi sócio na Tropical Brasil e na etapa do WCT. Chegou uma hora que, pra preservar nossa amizade, ele ficou com a Tropical e eu com a organização do campeonato, mas somos amigos de fazer churrasco juntos no final de semana. O Avelino projetou toda a minha carreira. Pra você ter uma ideia, quando eu era amador, acabavam os campeonatos e eu sentava no sofá, louco pra ir jantar, pra comemorar, e ele falava: ‘Não, senta aí. Eu vou te treinar a dar entrevista. Quero te pegar nesse momento. Como foi tua bateria?’ Pô, eu peguei altas ondas no começo, vacilei no final. Ele falou: ‘É o seguinte, eu, nunca. A palavra eu você não usa. Só usa ele, o seu oponente, o seu adversário. Fala dele, fala bem dele. Quanto melhor você falar dele, sempre a sua vitória vai ser valorizada. O máximo que você fala é das suas dificuldades, aí tudo bem. Mas nunca justifica um resultado por causa das suas dificuldades. Se você perdeu é porque você deixou margem de dúvidas, essa é a resposta que você tem que dizer. E quando te perguntarem quais as tuas expectativas pra esse campeonato, você fala que a tua expectativa vai até a próxima bateria e só’. Pô, ali, eu tinha 13 anos e ao ouvir aquilo eu tinha duas opções: ou me assustava com aquilo ou aquilo virava meu lema. Isso que o Avelino fez comigo, ele me ensinou essa postura competitiva, porque eu era muito agressivo. Eu entrei no judô pra parar de brigar com os diretores do colégio. Não porque eu era anarquista, mas porque eu defendia os direitos dos alunos.

DIARINHO – Qual a sua conquista mais marcante?

Teco – Tem quatro momentos importantes. Os dois títulos do WQS e as vitórias contra o Sunny [Garcia] e contra o Kelly [Slater, 11 vezes campeão do mundo]. Essas são as principais. [Essas duas últimas foram em finais do WCT?] Na verdade, contra o Sunny, no Rio de Janeiro, era um ano antes de tornar-se WCT, mas seria uma etapa do WCT, se fosse. Tanto que no ano seguinte foi. A vitória sobre o Sunny foi uma vitória que não rolou, porque ele se machucou na última onda da semifinal e não correu na final. Mas foi muito louco. Na época, eu levei uma semana pra cair a ficha. Quase não comemorei no pódio, eu tava em transe. Eu ia ganhar dele, não tinha dúvida. Inclusive, quando ele entrou na sala pra me dizer, porque ele tinha que me dizer, porque os médicos tavam me dizendo, o diretor de prova tava me dizendo que não era pra ter a final; e eu perguntando: ‘Cadê a lycra? Eu quero entrar na água agora. Eu vou acabar com esse cara agora. Eu não quero esperar mais nem um minuto. Eu tenho o direito’. Eu tava na final, eu queria correr e queria ganhar. Os caras: ‘Teco, olha aqui o atestado médico. Você não vai entrar na água, ele assinou aqui. O médico e o diretor de prova me disseram que não ia ter a final, daí o Sunny entrou com um puta saco de gelo no joelho, mancando e me deu os parabéns. Mas eu tava passado aquele dia, eu cheguei no meu ápice de explosão, eu ia ganhar dele. Foi, talvez, o momento mais intenso. Os outros momentos todos de vitória não foram tão expressivos quanto aquele. Aquela foi a minha primeira vitória. Antes de ser campeão do WQS, foi a primeira vitória que eu tive, que eu levantei o troféu de profissional, de campeão do mundo, contra ‘o cara’. Eu queria ganhar dele, porra. Eu não queria só ganhar o campeonato, eu queria ganhar o campeonato dele, porque ele era uma referência pra gente, a gente tinha que estabelecer isso nos estatutos, na imprensa, que eu fui capaz de ganhar do cara. Era o momento pra mim e ele sabia disso. Eu até achei que ele tava simulando na época. Achei que ele tava simulando pra não passar o vexame de um havaiano perder pra um brasileiro em outras condições.

DIARINHO – Onde você pegou a sua melhor onda, seja na competição ou no lazer?

Teco – Mentawai [na Indonésia]. Nessa última viagem que eu fiz, eu conheci um pico chamado Green Busch. Foi numa viagem de barco que eu fiz, inclusive saiu no Multishow, aquele programa Surf Music Mentawai, um programa que eu botei no Multishow, foi uma série de quatro capítulos.. Foi uma série com os músicos, com o Muriel, do Dazaranha, o Armandinho e o resto de uma galera de músicos surfistas, o Guga Arruda, e a gente fez altos sons e, cara, eu peguei as ondas, que, talvez, eu mais gostei de pegar na vida. [O que ela tinha de tão especial?] É uma esquerda tubular, de dois metros, mas numa formação de coral assim que a onda fazia uma língua pra fora e então o drop é rápido e o tubo era vasto, perfeito, comprido e com duas sessões, a segunda era difícil. Aí os que arriscavam na onda se ferravam. Mas, cara, altas ondas... só nosso barco por dois dias. Foi ali talvez as melhores ondas que eu já peguei. [Qual foi o maior susto que você já tomou, que você pensou: ‘Como eu escapei dessa?’] Foi uma vez lá em Sunset, no Havaí, na praia de Sunset Beach. Num final de tarde, o mar tava bem grande, 15 ou 18 pés, e quem me levou pra praia foi o Ricardo Bocão, o Carlos Burle e o João Maurício. Eram os três. Foram me treinar a surfar onda grande. Eu fui com uma 8.2, uma prancha grandona, e eles disseram: ‘Nós vamos te ensinar a se posicionar em Sunset grande’. E aí me levaram os três, me escoltaram até o pico e a gente começou a pegar onda. Tava anoitecendo e nós quisemos pegar a saideira, mas deu uma calmaria tão grande, mar baixando, que a gente começou a ser arrastado pro oceano. Nós fizemos, no final das contas, um sprint de remada de 35 minutos, sem sair do lugar. Lá na casa do cacete. Quase dois quilômetros da praia [pausa]. Até que veio a salvação. Entrou uma série gigante, que era a última série gigante naquele dia. A gente remando pro raso e escutou ela quebrando atrás da gente. Não deu nem pra ver ela, já tava vindo quebrada. Aí, eu tava mais pra fora no canal e remei, remei, remei e larguei a prancha e passei a primeira, meio que no barrigão. Tomei um caldão, eu dei um mergulhão longo e não tomei porrada. A cordinha esticou [faz sinal de que foi o máximo possível] e voltou. Daí eu peguei a prancha e saí na segunda remando. Os caras se foderam. O Burle ficou duas ondas embaixo d’água. O Bocão e o João Maurício quebraram as pranchas e foram arrastados pra fora do mar, nadando. E eu peguei a quarta onda da série, uma branca, levei quase um minuto pra descer a onda. E quando cheguei no final da base, fui virar e quebrou minhas duas quilhas, a lateral e a do meio. Dei um 360 e cai de costas na água, de cabeça pra baixo, e a onda quebrou em cima de mim. Cara, eu só levantei na areia. Achei que ia morrer afogado, na bancada de coral. Eu quase morri, brother. Saí da água chorando. Eu já tava chorando na hora que eu tava remando, desesperado, achando que eu ia morrer. Nunca achei que fosse passar por aquilo. [Tava competindo na época?] Tava no auge da minha forma física. E os caras também, os coroas tavam casca grossa. [Qual é o teu pico preferido pra surfar hoje, no Brasil e no mundo?] Aqui no Brasil, eu gosto de qualquer onda diferente. E como eu gosto de uma onda diferente, lá fora é Mentawai. Cada espinha de ilha tem uma onda diferente, bem diferente uma da outra assim, sabe? Cara, é uma curtição aquilo lá. Nossa, eu já fui cinco vezes, adoro aquele lugar. [E aqui no Brasil?] Aqui, eu gosto de surfar na costa catarinense no geral. [E na região de Itajaí?] Eu surfo bastante na praia Brava ali, é um pico que eu gosto. Mas cara, por incrível que pareça, um pico que eu gosto de surfar é o Marambaia. O canto do Marambaia pra mim é uma das melhores ondas do estado. Quando quebra mesmo, cara, é uma das ondas mais perfeitas. Aquela direita lá que quebra pra dentro do canto, na sua devida proporção, lembra a onda de Nieuw, na Indonésia, que é uma das ondas mais bonitas do mundo. Ela entra muito perfeita e ela é muito parecida, porque ela entra devagarzinho. Dezessete manobras numa onda. Tu cansa quando tá aquele mar de um metrão e meio. Aprendi a pegar onda ali, foi ali que eu comecei.

DIARINHO – Na sua opinião, o que falta pro Brasil ter um fenômeno no surfe, um campeão na elite do surfe mundial?

Teco – Bom, pelo jeito não tá faltando nada. Segundo o último mês aí não tá faltando mais nada, não. Eu venho dizendo, já faz um tempo, que eu não tenho visto um cara pra ser campeão do mundo, do Brasil. Eu [pausa], se hoje mantiver esse comentário, vai ser pra, exclusivamente, estimular esses jovens, esses garotos a acreditarem que eles podem, que eles já poderiam ter feito isso há um tempo atrás. Essa molecada de hoje conseguiu alcançar um equilíbrio, entre ter um bom patrocinador e não deixar isso subir pra cabeça; e ter um bom treinamento físico e não deixar de surfar onda grande, entendeu. Eu acho que eles tão chegando no ponto. O [Gabriel] Medina tá dando uma boa esperança pra nós, sabe por quê? Porque o Medina passou muito rapidamente aquilo que o Bruno Santos não conseguiu fazer, que é o WQS. Não adianta você ser tão bom no WCT, se você não consegue passar pela universidade, que é o WQS. Porque ali é a faculdade, onde você se torna um profissional. Você aí vai se tornar um profissional do ramo e aí vai do teu sangue nos olhos pra chegar lá e deixar teu nome na história. [Além do Medina, que outros nomes você indicaria a ser campeão?] O Adriano [de Souza, o Mineirinho] tá numa posição de liderança dessa turma. Eu acho que se o Kelly Slater se aposenta esse ano, o Adriano tem uma boa chance no ano que vem. Porque ano que vem vai dá um vácuo. O Mick Fanning já tá um pouco desgastado, ele já tá há muito tempo na ponta. O Joel Parkinson tá quase se frustrando com essa história toda, todo hora ele começa bem e se perde depois. O Taj Burrow é imprevisível. O Andy [Irons, que morreu em novembro de 2010] era o cara que eu achava que ia ganhar tudo de novo, mas aí ele se foi. Aí tem Wright [Owen Wright – jovem que vem se destacando no circuito].

DIARINHO – Você hoje é o organizador da etapa brasileira da elite do surfe mundial. Acha que ainda falta muito incentivo público e privado pro esporte amador, como o surfe?

Teco - Privado, sim. Já teve bastante, falta agora. Como o público tá bastante acessível, então os privados acham que só o público já resolve um campeonato. Não resolve. A iniciativa privada tem que botar, tem uma série de itens de uma lei de incentivo que não é permitido gastar o dinheiro. Então tem dinheiro pra uma série de outras coisas, mas não dá pra ser só na lei de incentivo. A não ser que seja um dinheiro filantrópico de associação, aí é diferente. Associação, federação, basicamente amador, tudo que é amador é fácil. Profissional é muito difícil. Então, a iniciativa privada tem que acordar pra isso. Daqui a pouco eles vão sentir falta e vão ver que eles vão precisar de mais identidade pro surfe do que eles põem na publicidade deles. Eles vão precisar de identidade pra isso, porque senão todo mundo vai saber que aquilo é falcatrua deles. O surfe sempre vai ficar abaixo de esportes que são mais viáveis pra transmissão ao vivo. Mas a gente não quer ao vivo, a gente quer que as pessoas acompanhem as notícias do campeonato.

DIARINHO – O prefeito de Balneário Camboriú, Edson Periquito, anunciou alguns anos atrás um projeto pra praia do Coco ter ondas grandes, com um recife artificial de sacos de areia, pra cidade sediar grandes eventos. Na época, acho que você chegou a ser consultado pelo prefeito. O que você acha da ideia e como está esse projeto hoje?

Teco – Eu acho a ideia alucinante. Isso vai transformar o futuro do turismo naquela região e vai atrair os turistas no inverno. Porque a gente não quer mais turistas no verão, já tá superlotado. É uma jogada que já deu certo em muitas cidades do mundo. Mas lá no pontal da praia do Coco eu já vi que tem umas interferências na parte ambiental, que não poderiam ser ultrapassadas. Aí, eu acho que ali, realmente, não vai ser possível. Mas no meio da baía, sim. Na praia central. A praia vai ganhar espaço. Não se fala muito de aterrar a praia ali, então eu acho que se fizer recifes artificiais estrategicamente ao longo da entrada de água, porque é uma baía fechada, toda a praia vai ser protegida das grandes ressacas e não vai ser lavada pela areia que tá lá dentro. Vai se acumular cada vez mais areia ali dentro. É que acontece com os arrecifes, eles protegem a costa e acumulam um monte de areia, que chega a virar duna lá atrás. Então, eu acho que se pensasse desse jeito iria se resolver dois problemas de uma vez só. Eu não sou engenheiro pra dizer isso, mas eu já vi isso acontecer em outros lugares. Na Austrália, a primeira etapa do mundial em Snaper é exatamente isso. Era uma ponta, tinha um pico aqui, aqui, aqui e outro ali. A praia mudava o tempo todo de areia, nunca se tinha um balneário pra tomar banho direito ali, cada hora tava diferente. Os caras tinham que dragar o rio ali perto pra construir um estaleiro. Falavam: ‘Joga areia aqui na ponta’. E a areia se espalhou e se tornou a onda mais longa do mundo. A primeira etapa do circuito é nessa onda, de tão perfeita que é e quebra todo dia. A cidade, que era uma coisinha desse tamanho, tipo Garobapa, se transformou em Floripa, em quatro anos. De Garopaba pra Floripa, imagina. Virou um centro turístico mundial de surfe. É a coisa mais linda do mundo. É profissional. Já imaginou um negócio desses em Camboriú? A praia ia ficar linda, ia continuar dando onda, os surfistas não iam reclamar, porque dá pra seguir pegando onda mais lá fora. Separa o banhista do surfista, porque ele não vai querer pegar onda ali, ele vai querer ir lá fora pegar aquela onda lá que é muito melhor [risos].

DIARINHO – Apesar de não surfar mais profissionalmente, o esporte ainda tá bastante ligado a sua vida. Quais são suas atividades hoje?

Teco – Eu toco o WCT e faço muitas palestras. Esse é o meu trabalho prioritário. Outro dia eu dei uma palestra pra 1200 estudantes aqui na escola pública, no centro, foi um negócio maravilhoso. Mas dou empresarial também, tudo. Já dei palestra pro encontro anual de diretores e superintendentes estaduais do Banco do Brasil, lá em Mato Grosso. Foi maravilhoso também, os caras não acreditavam que um surfista pudesse falar algo interessante lá no Mato Grosso, tão longe. E é uma palestra bem dinâmica, tem filmes, uma série de coisas, brincadeiras que eu faço com a galera, assim. Fora isso, eu tenho outros investimentos, tô começando a criar peixe, mas é pessoal, isso é no meu sítio. E a música, eu sei que vai parar nisso, a música é a minha cachaça.

DIARINHO – E como rolou esse desejo de tocar e cantar?

Teco – Eu já tocava desde o começo da minha carreira. Desde que eu casei, em 94, eu já comecei a tocar bateria, tinha uma banda chamada Surf Explícito. Aí, em 2008, eu fiz uma parceria com o Cris Laureant, um cara que toca viola havaiana, que é produtor musical. Em dupla, a gente fez o projeto El Niño, que daí construímos uma banda pra defender esse projeto. Em 2010, a gente deu um tempo da banda, porque ele mora no Rio e eu aqui. Aí, eu montei a minha banda solo e hoje tô lançando o meu disco solo. Então, eu não tenho mais o projeto El Niño, que é um projeto que eu até vou gravar o acústico agora de novo, a segunda versão, com o Cris, mas mais pra frente. Eu estou lançando o meu disco solo, com uns músicos daqui da área. Eu tenho a minha banda e daí eu convido no disco várias bandas, o Dazaranha, o John Bala Jones. [Você tá fazendo shows?] Direto. Tenho tocado com a banda direto por aqui, no Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo. [Já gravou o CD?] Cara, na verdade, nós estamos terminando o processo dele, eram pra ser 10 músicas, mas daí eu decidi colocar mais quatro. [Com todos esses trabalhos, ainda dá um tempinho pra pegar onda?] De vez em quando. É o meu último lazer. É o último da lista hoje. Surfar é o último da lista, mas eu arranjo tempo, claro.

RAIO-X

Nome: Flávio “Teco” Padaratz

Idade: 40 anos

Naturalidade: Blumenau/SC

Estado civil: Casado

Filhos: Duas filhas

Formação: Estudou até o 2º ano do ensino médio

Atividades atuais: Palestrante e organizador da etapa brasileira da elite do surfe mundial, além de músico

Carreira no surfe: Bicampeão mundial do circuito WQS (1992 e 1999); campeão da etapa brasileira do WCT (1991); campeão da etapa francesa do WCT (1994); oitavo colocado no ranking do WCT (1994); e 10º colocado no ranking do WCT (2000)




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