Apesar do agito de ontem, garante Ivan Gogolevski, diretor comercial da feira, o trampo de instalação da estrutura tava tranquilo. Tá quase tudo pronto, bem adiantado. Tivemos mais tempo este ano pra fazer a montagem, comenta, revelando que desde quinta-feira da semana passada a peãozada contratada pela organização e pelas empresas que estarão expondo na Aquapesca já começaram o serviço.
O empresário itajaiense Dario Vitali, da Vitalmar Pescados, foi um dos que começaram cedo a montagem do seu estande, considerado um dos maiores da feira entre as empresas privadas. Nosso pessoal já tá lá desde domingo, umas 10 pessoas, conta. Nem Dario tinha ideia do espaço que tá ocupando. Acho que uns 60 metros, chuta. Na verdade, são 80 metros quadrados só pra sua empresa.
Pra seduzir os visitantes a entrarem no espaço da Vitalmar, Dario revela que serão servidos nacos de sushi e sashimi. Nossa produção estará lá para ser degustada pelo público, diz, orgulhoso.
Ontem, no finalzinho da manhã, também já praticamente montadinho tava o estande da Madef, uma grandona do ramo da fabricação de câmaras frigoríficas e que também ocupará um dos maiores estandes entre as empresas privadas. Um big refrigerador foi montado dentro do Centreventos pra mostrar pra clientela o poderio da empresa gaúcha.
Ao todo, estima Ivan, bem mais de mil pessoas estarão envolvidas nos trabalhos da feira até sexta-feira, quando ela termina. O diretor comercial da Aquapesca Brasil acredita que o evento vai repetir o sucesso de público da primeira edição. Estamos esperando 10 mil pessoas, o mesmo público do ano passado, aposta, convicto.
Feira serve pra transferir tecnologias atualizadas
Modernidade. É isso que o armador de pesca Giovani Genázio Monteiro espera que a Aquapesca Brasil traga para o setor da captura e manipulação de pescados. A importância desta feira é justamente mostrar novas tecnologias, novos equipamentos, diz o presidente do sindicato dos Armadores e da Indústria da Pesca de Itajaí e Região (Sindipi), entidade que há dois anos promove o evento.
Pra Giovani é um fato que a frota pesqueira nacional está tecnologicamente atrasada. Hoje a pesca brasileira tá defasada, admite, justificando a importância da Aquapesca.
Dario Vitalli, que já dirigiu o Sindipi e é dono de uma indústria de manipulação de peixes, concorda com o atual chefão do sindicato. Nós ainda temos muito que evoluir, precisamos dominar esse know-how (leia quinôu ráu) que há em países bem mais desenvolvidos na pesca, como Noruega, Espanha, Rússia e Islândia, lasca o empresário, completando: E a Aquapesca é uma grande oportunidade pra transferir toda essa tecnologia.
Entraves criados pelo governo atrapalham setor, diz armador
Pra Giovani Monteiro, além da transferência de novas tecnologias, o debate sobre o permissionamento da pesca por parte do governo e a sustentabilidade do setor serão os grandes temas da edição deste ano da Aquapesca. E, desta vez, os problemas não vão ficar apenas no chororô. Os armadores e empresários vão se reunir com o ministro Luiz Sérgio, da Pesca, pra reforçar o documento que entregaram semana passada ao abobrão da Dilma, com o listão de reinvidicações.
Um dos assuntos da reunião com o ministro e que tem a ver com a sustentabilidade dos recursos vivos marinhos e com o tal do permissionamento, revela o presidente do Sindipi, será essa história do governo proibir as traineiras, barcos de cerco que geralmente pescam sardinha e tainha, de capturarem outras espécies, como a anchova, por exemplo. E essa decisão foi tomada sem levar em conta estudos técnicos, golpeia o armador.
A entrada de peixe estrangeiro já manipulado também vai esquentar o debate, diz ainda Giovani. Até sardinha pronta para ser enlatada já está sendo trazida de fora. E há ainda os filés importados. Isso não gera empregos e toda a cadeia produtiva sai prejudicada, reclama o armador, alfinetando: O que é pior é que existem incentivos pra trazer esses peixes com menos impostos.