A interdição significa proibir que mais presos sejam mandados praquele cadeião. Há 20 anos, lembra Reti, o povão vem pedindo uma solução pro problema do presídio, que tá superlotado, caindo aos pedaços e fica em pleno centro da cidade. Caso o juiz Roque Cerutti não acate a solicitação, adianta a chefona da OAB, os advogados vão apelar pro procurador Geral da República, Roberto Gurgel.
Tá mesmo capenga, confirma juiz
A lista de problemas do cadeião da Maravilha do Atlântico não é pequena. Os problemas, confirmou o juiz Roque, vão da superlotação à estrutura física capenga do lugar. Além disso, não se cumpre a lei que exige a separação entre os presos por categoria: condenados longe de quem espera julgamento; preso comum distante de bandido que cometeu crime hediondo.
E o negócio não é de hoje, observa o dotô. A situação de lá sempre foi precária, comentou. Tanto é que trabalhamos juntos, os três municípios, para a construção do presídio regional de Canhanduba, lembrou. É justamente pra lá pra Canhanduba que o pessoal da OAB quer mandar os presos.
É possível, adiantou o juiz Roque, que ele solicite informações ao governo do estado e também encaminhe o documento pros promotores darem uma bizolhada.
Trafica foge na terça e assalta na quinta
A prisão não serviu como lição pro traficante Reinaldo Cesar Quadros, 18 anos. O cara participou da fuga em massa que rolou no cadeião na terça-feira e já começou a aprontar por Balneário Camboriú. Anteontem ele assaltou uma pessoa que tinha acabado de sair do banco. A vítima sacou R$ 5 mil da agência, mas seu dindim foi roubado quando ela botou os pés em casa.
O homi V.B.M., 45 anos, saiu de um banco do bairro da Barra, na Maravilha do Atlântico, e foi pra casa. Quando chegou na baiuca, na rua Hermógenes Assis Feijó, foi abordado por dois vadios armados. Eles tavam numa motoca verde e foram rápidos ao roubarem toda a bufunfa que V. tinha acabado de sacar: R$ 5 mil. Os bandidos também levaram o celular da vítima.
Assustado, a vítima chamou a polícia Militar, perto do meio-dia. Os homisdalei mostraram fotos dos fugitivos do cadeião na terça-feira, 8, e um deles foi reconhecido por V. Reinaldo, que tava preso por tráfico, foi apontado como sendo um dos assaltantes. Embora tenham feito rondas, os policiais não localizaram o safado. O caso foi encaminhado a polícia Civil e Reinaldo continua foragido.
Canhanduba tá há oito meses sem encrencas
Zero. Este foi o saldo do pente-fino feito por agentes penitenciários, com o apoio de policiais militares, no complexo Penitenciário da Canhanduba, ontem de manhã. A fuçada contou com o apoio de policiais militares e de um cão policial farejador. Foram vasculhadas todos os cerca de 80 cômodos da unidade, entre celas e salinhas. O trampo durou perto de quatro horas. José Milton Santana, gerente do presídio, sigabou ao DIARINHO dizendo que, em oito meses de trabalho no local, sequer um alfinetezinho foi encontrado pelos agentes dentro do presídio.
Os enjaulados acordaram cedo
O pente-fino começou às 7h da matina e reuniu 40 agentes penitenciários da empresa Montesinos, que toca o presídio, mais 10 PMs, além do totó cheirador. Foram vistoriadas as áreas de triagem, o isolamento, a enfermaria e o setor de convívio, onde estão instaladas aproximadamente 40 celas. Até as 11h, nada foi encontrado, garante José Milton.
Apesar das vistorias diárias nas celas, todo mês a direção do presídio escolhe um dia pra dar uma geralzona em todos os cubículos do complexo. Desde março, quando a unidade foi inaugurada, nada foi encontrado por lá, garante o gerente. Às vezes a gente escolhe um dia baseado em uma informação, mas, quase sempre, é uma data aleatória. Fizemos esta porque já estávamos quase um mês sem fazer, explica o mandachuva.
A tchurma da unidade deve comandar mais um pente-fino no mês de dezembro.
Capacidade sempre máxima
Considerada de alta segurança, a parte do complexo Penitenciário da Canhanduba que já está pronta e onde estão presos atualmente 362 homens funciona praticamente com a capacidade máxima desde a inauguração, em março deste ano. O número de vagas é 368 e deverá aumentar quando a penitenciária estiver pronta. Com a penitenciária, passaremos a ter mais 360 vagas disponíveis e um número em torno de 600 detentos, no total, informa o chefão da prisão.
A conclusão da obra do último setor do complexo tá prevista pra antes do final do ano, diz Milton. Está em fase de acabamento. Estão apenas definindo detalhes de urbanismo, conta.