De acordo com o abobrão do Planejamento e Orçamento, João Omar Macagnan (DEM), a situação não é tão grave quanto parece. O texto errado era o da mensagem. A lei que tem que ser aprovada está correta. Os vereadores podiam ter aprovado, afirma, dando a entender que houve má vontade dos parlamentares.
Continua depois da publicidade
Entretanto, o presidente da câmara, Luiz Carlos Pissetti (DEM), não se arrepende de ter tomado a decisão de encerrar a tramitação do projeto de lei orçamentária quando surgiram as denúncias das irregularidades. Eles tinham dito que o único erro era ter trocado o nome de Itajaí por Porto Velho. Mas o DIARINHO provou que a questão era ainda mais grave. Se fosse só o nome do município teríamos resolvido, mas não foi. Então não tinha como consertar, argumenta Pissetti.
Mesmo sendo do bloco governista no legislativo, o vice-líder da bancada concorda com a decisão do presidente da câmara. Laudelino Lamin (PMDB) e diz que não é a primeira vez que vem coisa errada pra casa do povo. Podia até copiar o projeto, porque o que é bom tem que ser copiado, mas não podia mandar daquele jeito pra câmara. Eu mesmo já levei projetos pro gabinete do prefeito porque via erros grotescos e vi o Jandir rasgar e dar esporro num cara que não vou citar o nome, conta.
Continua depois da publicidade
Lamin concorda com a decisão do presidente da câmara de, ao sinal da trapalhada no projeto, suspender o trâmite da lei orçamentária. Não é a primeira vez e acho que não será a última, por isso temos que ficar atentos, lasca o vereador, dizendo que não tem papas na língua e, por isso, é criticado até pelo pessoal da base governista.
Não vai rolar pé na bunda da trapalhona
A previsão de gastos da secretaria de Planejamento e Orçamento de Itajaí no ano que vem passa de R$ 2 milhões. Mesmo com tanto investimento, parece que as coisas são feitas nas coxas por lá. Basta analisar a explicação do chefão da pasta ao justificar o rolo no texto da lei orçamentária. Tem duas meninas que trabalham na secretaria pra fazer o orçamento. O erro foi de uma delas ao copiar a mensagem. Depois ela passou pra um diretor, mas ele tem pouca prática; e mandou pro jurídico, que não leu porque tava em cima da hora; e mandaram pra câmara, onde chegou nas mãos do vereador que se aproveitou, relata o passo a passo da saga do projeto de lei.
Macagnan não viu grandes problemas no festival de trapalhadas, mesmo o erro tendo passado por tantos olhos e acabado nos ouvidos de Marcelo Werner (PCdoB) vereador com deficiência visual que observou a troca de nomes dos municípios no texto e alertou os outros parlamentares. O erro foi de uma assessora da minha pasta, mas não tem por que exonerar, defende o abobrão, garantindo que a bagrona não vai levar um pé na bunda.
Orçamento pode ser anulado pela dona justa
Continua depois da publicidade
Antes de enviar o projeto da lei orçamentária pra câmara, a prefa precisa fazer uma audiência pública. O plá rolou no dia 11 do mês passado. Mas, como a Procuradoria vai ter que enviar novo texto pra casa do povo, fica a pergunta: vai ter nova audiência? O abobrão do Orçamento garantiu que não e nem vê necessidade disso. No entanto, Pissetti discorda. Não é só mandar texto corrigido, tem que fazer nova audiência pública. Se eles não fizerem, mesmo assim a câmara vai ter que aceitar e votar, afirma.
Só que o chefão do legislativo peixeiro que já foi procurador geral do município diz que é um risco que a prefa vai correr. Sem nova audiência, qualquer cidadão poderá, mais tarde, pedir a nulidade da lei orçamentária. É a mesma situação que anulou recentemente o nosso plano diretor, destaca Pissetti.
Marcelo Werner garante que já está ligado nisto. Protocolei requerimento, porque quero a ata daquela audiência pra ver como foi e ver o que posso encaminhar a partir disso, comenta. Mas ele acredita que o pedido vai ser rejeitado pela base do governo, que é a maioria absoluta no parlamento peixeiro.