Matérias | Especial


Itajaí

Comunidade estava parada no tempo até abrir as porteiras pro novo

O quilombo do sertão do Valongo foi o primeiro reconhecido em SC

Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]

No século 18, os engenhos de farinha da região utilizavam mão de obra escrava. No final do ano de 1888, com a abolição da escravatura, muitas famílias de escravos refugiaram-se nessa região. Valongo é a junção das palavras Vale e Longo. A comunidade do Valongo foi reconhecida pela Fundação Palmares, em Alagoas, como a primeira remanescente do Quilombo dos Palmares no estado catarinense.

No início, os valonguenses mantinham-se graças ao extrativismo da lenha, palmito e moirão. Com o fim da madeira boa, partiram para a plantação, que já era feita como forma de sustento. E foi assim ...

 

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No início, os valonguenses mantinham-se graças ao extrativismo da lenha, palmito e moirão. Com o fim da madeira boa, partiram para a plantação, que já era feita como forma de sustento. E foi assim até o final dos anos 1980, quando os homens passaram a trabalhar na construção civil da região.

Sexta-feira, quando a reportagem do DIARINHO esteve no Valongo, a comunidade estava praticamente vazia. Mas foi possível topar com figuras interessantes, como o Gonçalo Caetano, 81 anos. Em pé, na porta de casa, recebeu a reportagem com um largo sorriso no rosto. “Oi, boa tarde. Pode chegando”, deu as boas-vindas. Nem precisou ser questionado pra começar a falar. “Nasci aqui e só vou sair daqui se me levarem ou me enterrarem aqui”, fala, apontando em direção ao chão.



De lá, rumamos pela estrada de barro pra casa da dona Ester Caetano, 59, filha dele. Ela mora em uma casa de madeira bem feita e num terreno enorme. Assim como o pai, recebeu os estranhos como se fossem conhecidos e garante que não sai do Valongo por nada. A casa dela é limpíssima e bem arrumada. A enfermeira Noeli, espectadora da evolução do Valongo, explica melhor a realidade de hoje. “Quando meu marido e eu chegamos aqui, em 1985, a visão que tínhamos era de uma comunidade 50 anos atrasada. Não havia banheiro e as casas caíam aos pedaços. Foi por meio de um pastor que a mudança começou”, relembra Noeli.

De fato, se você chegar ao Valongo sem saber que se trata de uma comunidade de descendentes de escravos, a região vai lhe parecer comum às do interior catarinense: ruas de barro, cercas a perder de vista e uma casa aqui e outra acolá.

O transporte no quilombo de Porto Belo


• Até 1991, o carro de boi, com roda de madeira e sem eixo, era o principal meio de transporte na comunidade.

• Depois veio a gaiota, mesmo veículo com eixo. Facilitava nas curvas.

• O cavalo com carreta chegou na metade da década de 1990 e é visto até hoje.

• A bicicleta chegou à comunidade em 2000.

• Foi nessa década que os veículos motorizados chegaram: Fusca, Fiat Uno e moto.


Casal de fora ajuda a aumentar a renda dos valonguenses com plantas bioativas

O casal Noeli e Edemir tem apostado em uma alternativa rentável de negócio: o cultivo, processamento e comercialização das plantas tupinambor e ora-pro-nobis. Segundo Noeli, as plantas ajudam a regular os índices de diabetes, colesterol e são ricas em proteína. Elas são ingeridas em pó, misturadas ao iogurte, água, arroz, pão, biscoito, panqueca. Noeli jura que a ora-pro-nobis está sendo alvo de estudos com homens diagnosticados com câncer de próstata. Hoje, as plantas estão na merenda das escolas de Porto Belo. “O povo aqui da comunidade tinha dúvidas quanto ao trabalho com as plantas. Mas está ganhando dinheiro”, diz.

Os seis alunos da escola Municipal do Valongo se alimentam das plantas agregadas à merenda convencional. O colégio atende as únicas seis crianças com idades pra cursar do 1º ao 5º ano do ensino fundamental. Os mais velhos vão pra escolas da região central de Porto Belo. “Eles estudam aqui das 8h às 12h e têm aulas de campo também”, explica a professora Elizete da Silva, 33, que atua ali, mas não faz parte da comunidade.

É graças à abertura do Valongo aos de fora que a comunidade tem se fortalecido. É o que explica outra moradora, também da família Caetano, a dona Onélia, 60 anos. “Moro aqui desde que nasci e a cada ano que passa, a vida aqui está melhor. Estamos tendo acesso a um monte de coisas boas”, comemora.





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