O prefeito de Itajaí Jandir Bellini (PP), que assinou em 1999 o decreto que regulamenta o uso e adequação do camelódromo, sabe que a questão envolvendo os comerciantes da praça Arno Bauer é muito polêmica. Bellini lembra que já houve mobilizações em diferentes épocas pra que o povo saísse da praça, o que, segundo ele, não foi adiante pela dificuldade em encontrar outros lugares pros comerciantes trabalharem. A questão é complicada e polêmica, porque envolve muitas famílias. A prefeitura não vai tirar ninguém dali. Se fizermos isso, a questão pode virar uma guerra, porque antes de tudo aquele é um problema social, expõe.
O prefeito disse que, a exemplo do que ocorreu com o mercado público, essas desocupações acontecem a partir de denúncias do Ministério Público Federal (MPF), que move ações pra que todo espaço ...
O prefeito disse que, a exemplo do que ocorreu com o mercado público, essas desocupações acontecem a partir de denúncias do Ministério Público Federal (MPF), que move ações pra que todo espaço público explorado pelo comércio passe por processo licitatório. É o cumprimento da lei através do MP e, desde que haja essa determinação, nós vamos cumpri-la, revela Jandir. O DIARINHO entrou em contato com a assessoria do MP e confirmou que não há nenhum processo em andamento pra retirar os camelôs da praça histórica.
Só alvará
O secretário de Urbanismo da city peixeira, Paulo Praun, explica que todos ali têm que estar com o alvará em dia, e que isto é a única coisa que compete à prefeitura fiscalizar. O alvará é emitido todo ano em março, então em abril enviamos fiscais para ver se está tudo em ordem, garante. Praun conta que há apenas dois problemas com alvará, de proprietários que tentaram vender o boxe e voltaram atrás. Estes, agora, estão funcionando com liminar judicial. Pode haver caso de venda da concessão, proibida por lei, mas sem a transferência do nome. Nestes casos não temos como comprovar a irregularidade, não dá pra fiscalizar, reclama.
O abobrão ainda disse que a fiscalização dos produtos comercializados ali é de responsabilidade da receita Federal e a prefa não pode fazer nada nesse aspecto. O secretário revela que não há previsão de obras da prefeitura pro local, que, por ser tombado, dificulta qualquer tipo de trampo. O camelódromo é um problema nacional. Pior ainda
na praça, que é tombada pelo patrimônio histórico e daí a questão passa por outras esferas do município, como o patrimônio histórico, observa, lembrando que os camelôs são permissionários precários, o que significa que possuem autorização pra trabalhar, sem poder vender ou repassar o ponto.
Como começou
A história do camelódromo é bem longa e já passou por altos e baixos. Criado no governo Arnaldo Schmitt, em 1988, o comércio era composto de barraquinhas desmontáveis, que ficavam na praça apenas durante o dia. A construção do pavilhão como é hoje ocorreu no governo de João Omar Macagnan, em 1992. O trampo foi regulamentado pela lei 3415 de 1999, assinada pelo então prefeito Jandir Bellini. Nesta lei ficou definida a obrigatoriedade de se criar uma empresa pra cada boxe ali instalado, além de determinar que os atuais permissionários precários (como são denominados os proprietários) fiquem proibidos de transferir a concessão à terceiros.