Itajaí

Em Itajaí, gringo fala sobre sua ida aos dois extremos do planeta

Argentino Geronimo Saint Martin fez sozinho uma viagem durante 10 anos a bordo de um veleiro de 20 pés

Geronimo Saint Martin, 59 anos, tinha todas as desculpas possíveis pra não criar relações com a vela e o mar. Natural da cidade de Mercedes, na Argentina, a 100 km da capital Buenos Aires e bem longe do mar, o hermano entrou pra história ao ser o único velejador a chegar aos dois extremos do planeta numa viagem solo em barco de pequeno porte.

Foram 10 anos (entre 1991 e 2000) de viagem de Buenos Aires a Longyearbyen, povoado mais ao norte do mundo, e Ushuaia, a cidade mais ao sul do planeta, a bordo do pequeno La India, um barco de 20 ...

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Foram 10 anos (entre 1991 e 2000) de viagem de Buenos Aires a Longyearbyen, povoado mais ao norte do mundo, e Ushuaia, a cidade mais ao sul do planeta, a bordo do pequeno La India, um barco de 20 pés (pouco mais de seis metros). “Era o barco mais barato e popular na Argentina. Era como um Fusca”, compara o hermano que tá visitando a city peixeira. O velejador atendeu ao DIARINHO em Cabeçudas, na casa da amiga Clarissa Weber Gallo. “Viajar com um barco desse tamanho tem como desafio o barco ser pequeno, dá pra ficar deitado ou sentado, não se fica em pé dentro dele. Como vantagem é que você pode viajar sozinho e a viagem sair muito barata”, analisa.

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A única relação de Geronimo com o mar era sua ascendência basca (região espanhola que está perto da França), onde mora um povo historicamente velejador. Mas nada disso tinha feito o mar chamar a atenção do gringo até seus 22 anos. “Ganhei um livro de uma namorada sobre o primeiro cara a dar a volta ao mundo de barco sozinho, um americano da Califórnia. Achei fascinante”. Depois disso, Geronimo decidiu fazer algo parecido.

O hermano saiu com o La Índia de Buenos Aires rumo a Floripa e depois Porto Belo; foi quando o velejador viu que poderia realizar seu sonho. “Pelos conhecimentos da época, com aquele barco eu poderia ir no máximo da Argentina pro Uruguai, mas vim pra cá sem problemas”, conta. “Não tinha nenhum planejamento, não fiz nenhuma economia pra viagem. Saí com 300 dólares no bolso”, garante.

O início

Em 1991, o velejador arregaçou as mangas e começou uma nova aaventura, partindo da capital hermana. Ele cruzou toda a costa do Oceano Atlântico, fazendo uma série de paradas. “Descia numa cidade e ficava lá um tempo, até não gostar mais e nesse período trabalhava”, lembra Geronimo. “Acho que só vivendo e trabalhando a gente conhece de verdade algum lugar e não ficar que nem turista bobo olhando os prédios”, opina.

As paradas pela costa do continente americano foram rolando até Terranova, nordeste do Canadá, de onde o velejador zarpou pra Islândia.

De lá começou a ida em direção ao Polo Norte, mas no caminho viveu o momento mais dramático da viagem: o mastro de seu barco quebrou no meio do oceano. “Fiz um pequeno mastro improvisado, enquanto consertava o outro. O balanço do barco dificultou muito o trabalho e tinha que trabalhar rápido. É perigoso ficar parado no meio do oceano, pode se enfrentar uma tormenta e o barco virar,” relembra. Pra sorte do gringo, ele foi encontrado por uma embarcação russa que o ajudou no conserto. Desse ponto do oceano, Geronimo partiu pra Noruega. “Pra juntar um dinheiro, lá vendi balões por 10 dólares no Dia Nacional. Lá não é algo militar, é uma festa pras crianças. Nunca ganhei tanto dinheiro na minha vida”, ri ao relembrar.

Da Noruega, o velejador chegou ao vilarejo de Longyearbyen, no Círculo Polar Ártico. No vilarejo, Geronimo deu palestra numa escola e propôs uma atividade. “Falei que ia pra cidade mais ao sul do mundo e pedi que elas fizessem desenho e mensagens pras crianças de lá. Elas gostaram da ideia”. O velejador pôde ficar só dois meses na região. “É o veranico que eles têm, depois o mar vira gelo e não dá pra navegar”, conta.

O hermano passou por toda a costa oeste da Zoropa, voltou pro litoral brazuca e seguiu até Ushuaia, cidade mais ao sul do mundo. De lá voltou pra Buenos Aires, aonde chegou em 2000.

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Desde então, Geronimo dá palestras e faz vários trabalhos no ramo náutico. “O cara tem um barco em Floripa, por exemplo, quer levar pra Miami e não tem tempo. Eu faço esse trabalho”, explica. Seu interesse pela city peixeira surgiu pelos contatos com a amiga Clarissa e ao saber que Itajaí vai ser uma parada da Volvo Ocean Race. “Vai ser uma oportunidade incrível. Itajaí pode usar isso como base pra ser tornar um polo náutico”, acredita.

 

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