O mar definitivamente não está pra peixe, e nem pros outros animais que vivem embaixo da água. Como tem se tornado rotina nos últimos 30 dias, a equipe de pesquisadores do museu Oceanográfico da Univali encontrou ontem mais bichos durinhos: uma baleia-minke-antártica (Balaenoptera bonaerensis) e uma toninha (Pontoporia blainvillei), espécie de golfinho, em Porto Belo e Itajaí, respectivamente. Com estes, chega a 43 o número de animais mortos que pintaram nas praias do litoral norte catarinense.
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A baleia que bateu as botas era um bebê, fêmea, com 3,65 metros, em perfeito estado de conservação. Os exames preliminares dos biólogos indicam que o animal, encontrado na praia da Capital dos Transatlânticos ...
A baleia que bateu as botas era um bebê, fêmea, com 3,65 metros, em perfeito estado de conservação. Os exames preliminares dos biólogos indicam que o animal, encontrado na praia da Capital dos Transatlânticos, teve contato com a pesca de emalhe. A carcaça da grandona foi levada pro museu Oceanográfico da Univali, em Balneário Piçarras.
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A baleia-minke é migratória e tá incluída na lista nacional das espécies protegidas da fauna brasileira. A grandona, também conhecida como baleia-anã, é uma das menores do mundo e raramente se aproxima da costa. Foi a mais caçada na costa brasileira até 1986 e desde então sua população vem se recuperando. O filhote, ao nascer, pode pesar até 300 quilos e medir três metros.
Na Brava
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Também ontem, os pesquisadores da Univali acharam uma toninha, que é um tipo de golfinho, morta na praia Brava, em Itajaí. O animal, que é uma das espécies mais ameaçadas da costa brasileira, estava em avançado estado de decomposição.
Até agora, além de duas baleias e três golfinhos, foram achados mortos 26 tartarugas e 12 botos. Todos os animais foram recolhidos pra análise e os pesquisadores estão percorrendo 350 km da costa catarinense à procura de novos registros. Um laudo com a causa das mortes deverá ser divulgado em breve.
A maior parte dos 43 animais mortos foi recolhida na região centro-norte da Santa & Bela e Jules Soto, curador do Museu Oceanográfico da Univali, considera a situação anormal. O número de mortes está muito acima do normal. Além do mais, os casos estão concentrados. Numa única praia, em oito quilômetros, havia 11 tartarugas. Chegamos a ter um golfinho a cada quatro dias. Estamos monitorando a orla e iremos averiguar a razão da alta concentração de mortes, aponta. A equipe da Univali monitora as mortes de animais marinhos na costa do estado há 18 anos.