Altamir Osni Teixeira, o Miro, presidente da câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) do Balneário Camboriú, não tem dúvidas de que neste Natal o consumidor tupiniquim vai com tudo às compras. Otimista, acredita que na região o crescimento nas vendas do comércio será maior que a média nacional. A expectativa da federação e da confederação Nacional [das CDLs)]é que vai ter um aumento de 6% em relação ao Natal passado. Eu acho que vai ser maior. Estamos apostando entre 8% e 10%, afirma. O motivo, explica, é a prévia que os lojistas tiveram no último feriadão, quando as vendas se aqueceram e apontaram um Natal bem mais promissor do que se esperava.
As razões pro povão perder o controle do orçamento e gastar mais do que pretendia inicialmente tem a ver com a facilidade de acesso ao crédito, analisa Miro. Hoje tá muito fácil e o brasileiro está tendo uma cultura de endividamento que antes não tinha, completa. Ele se refere, principalmente, às compras de bens duráveis, como TVs e computadores, que são feitas com pagamentos a longo prazo.
Eletroeletrônicos, como celulares, iPhones, Ipads e computadores devem liderar a lista dos presentes mais vendidos pelo comércio do Balneário, arrisca dizer o chefão da CDL. Mas o vestuário ainda é um segmento que é um forte concorrente como opção de presente, avalia ainda.
Em outros países
A pesquisa Global de Gastos com Presentes de Natal 2011, da Western Union, foi feita ainda nos Estados Unidos, México, Reino Unido, Alemanha, Emirados Árabes, África do Sul e Índia. Aqui no Brasil foram ouvidas 500 pessoas com idade acima de 18 anos. Os sabichões da Western Union garantem que esse número dá no máximo uma margem de erro de 4,4 pontos percentuais pra mais ou pra menos no resultado final.
Alguns resultados foram bastante parecidos com o dos brasileiros. Um deles foi a revelação de que, nos Estados Unidos, por exemplo, 63% dos consumidores gastaram no Natal passado mais do que tinham planejado.
Uma outra tendência que é mundial e se aproximou do resultado brasileiro foi essa história da pessoa preferir receber dinheiro vivo ao invés do tradicional presente. Na média de todos os países, 69% preferiram a grana.
Gasto médio por consumidor será de R$ 792
Ninguém melhor que o consumidor pra revelar se vai mesmo às compras ou não. Pois pela pesquisa da Western Union, 77% dizem que pretendem até fazer um orçamento próprio só pros presentes e pras festas mesmo que acabem gastando depois mais do que previram. Na média, o total de gastos pretendido com presentes ficou em R$ 792.
A servidora pública Sueli Ziezkowski, 48 anos, que trampa na prefa da Penha, vai limitar a quantidade de presentes este ano. A filhota de 16 anos, a neta de sete e duas sobrinhas de cinco anos serão as felizardas. Ganho pouco, minha família é muito grande e ser for dar um presente de R$ 10 pra cada um, vou precisar de um monte de grana, brinca.
Sueli não planejou um orçamento próprio pro Natal, mas seus gastos não ficarão longe do que apontou a pesquisa da empresa gringa. Só com a filha, pretende gastar uns R$ 500. É que acabou juntando o útil ao agradável. O presente será o vestido e os sapatos pra formatura no ensino médio. Pra neta será uma entrada no Beto Carrero, revela, se dando conta de que só aí terá que contabilizar mais R$ 88, que é o preço da entrada no parque. Para uma das sobrinhas pretende dar roupinhas de Barbie e pra outra, artigos de praia.
Querem dinheiro vivo como presente de Natal
O que chamou a atenção na pesquisa é o comportamento de quem recebe o presente. Pela fuçada da Western Union, 70% dos brazucas tão preferindo ganhar seu agrado em dinheiro vivo ao invés do tradicional presente.
Essa tendência de querer receber o presente em grana não assusta os lojistas, afirma o chefão da CDL da Maravilha do Atlântico. Esse dinheiro, de uma maneira ou de outra, vai acabar no comércio, pois a finalidade vai ser uma compra mesmo, acredita.
Miro até gosta da ideia de receber dinheiro ao invés de presente. O presente às vezes não atende à necessidade da pessoa que o ganhou. Dessa maneira, com o dinheiro, acaba direcionando o presente para o gosto da pessoa, pondera.
Perguntada se no Natal gostaria de ganhar dinheiro ao invés de presente, a servidora pública Sueli nem pensa duas vezes: Dinheiro, pois presente nem sempre acertamos, responde, reforçando a tendência apontada pela pesquisa da empresa gringa.