O hospital Santa Inês, do Balneário Camboriú, que já teve mais de 10 mil pessoas circulando diariamente por lá, está às moscas. A unidade se tornou praticamente fantasma depois da abertura do hospital municipal Ruth Cardoso e a transferência de todos os pacientes. Cerca de 60 funcionários ainda batem ponto no local e passam os plantões de braços cruzados. Uma reunião pra definir o futuro da unidade deve rolar hoje.
O movimento do Santa Inês começou a cair em 21 de outubro, quando a unidade fechou o pronto-socorro e o atendimento pelo sistema Único de Saúde (SUS) acabou transferido pro Ruth. Aos poucos, os ...
O movimento do Santa Inês começou a cair em 21 de outubro, quando a unidade fechou o pronto-socorro e o atendimento pelo sistema Único de Saúde (SUS) acabou transferido pro Ruth. Aos poucos, os pacientes foram todos pro novo hospital e nem o povão que tem plano de saúde passa pelo Santa Inês atrás de atendimento. Um funcionário, que não quis se identificar, afirma que estão há um mês com os braços cruzados. Conta que todos os médicos foram transferidos pro Ruth e atualmente apenas os técnicos de enfermagem e a turma da limpeza batem cartão por lá. A gente chega, come e fica sentado sem fazer nada. Só vamos cumprir horário, diz.
O ainda diretor do Santa Inês, Eroni Forest, diz que hoje tá programada uma reunião com as otoridades do município, pra definir se continuam a tocar o Santa Inês ou se devolvem de vez pro seu dono, o médico Jau Gaya. A princípio, a prefa não teria condições de bancar dois hospitais. O hospital ainda não fechou. Está sendo enxugado, mas o município ainda está lá, garante Eroni.
O procurador de Balneário Camboriú, Marcelo Freitas, disse que até sexta-feira será divulgada uma posição oficial sobre o Santa Inês. Ele acredita que possa rolar uma parceria com empresas particulares ou com o estado pra evitar o seu fechamento.
O dotô Jau estava viajando e não foi encontrado ontem pra comentar o assunto. Seu advogado, Eloar Antônio Lenzi, informa que a prefa tem até o dia 31 de dezembro, por contrato, pra dar uma posição se permanece ou larga de vez a unidade. Ele afirma que Jau não tem condições de manter o hospital sozinho e ainda busca parcerias.
Indecisão
Eroni diz que as cerca de 60 pessoas que ainda trampam no Santa Inês não estão desempregadas porque foram contratadas antes da intervenção do município na unidade, em 2005, e por isso são consideradas funcionárias do dono, o dotô Jau. Já Eloar palpita que caberia ao município tomar as providências, pois ele ainda é responsável pelo hospital e os funcionários. A reunião, que deve rolar na noite de hoje, também discutirá esta questão.