A presença frequente de usuários de drogas na rua Jornalista Abdon Fóes, no Gravatá, em Navega, tá apavorando uma pá de gente. Uma casa da vizinhança estaria servindo como ponto de uso de drogas e tem atraído uma penca de malencarados. Uma vizinha da baia do demo, que não quis se identificar, contou que a casa tá em inventário desde que os donos foram pro beleléu. Quem tá ocupando o lugar seria o filho dos falecidos, D.H., um guri de 28 anos, que segundo a moradora é usuário da pedra do capeta.
É um entra e sai de drogado o dia todo. O pessoal já apelidou de cracolândia. Os caras vêm aí só para usar droga. Mas o que está realmente preocupando a gente são os dimenores. Tem menina novinha ...
É um entra e sai de drogado o dia todo. O pessoal já apelidou de cracolândia. Os caras vêm aí só para usar droga. Mas o que está realmente preocupando a gente são os dimenores. Tem menina novinha que vem aí e fica o fim de semana todo, conta.
A muié disse que já chamaram a polícia Militar diversas vezes, mas nada é resolvido. Os policiais vêm, falam com o pessoal, entram dentro da casa, fingem que revistam, mas depois vão embora. Só podem estar recebendo propina. Por que não prendem ninguém?, reclama.
O tenente Jean Carlos Caetano, comandante da PM de Navega, nega as acusações. A polícia não ganha propina de ninguém, até porque o cara [dono da casa] é um fodido. Não tem dinheiro pra nada, só pra manter o consumo de droga. Nós sempre vamos lá e revistamos, mas a quantidade de drogas que achamos é só de usuário mesmo, não chega a ser tráfico. Aí não podemos prender. Estamos de vez em quando lá, já chegamos a deter alguns, mas logo liberamos, explica o policial.
A moradora denunciante disse que não tem mais sossego em casa e indicou até o nome de um suposto traficante. O cara que fornece o crack é um tal de Regi. Já tá tão frequente que todo mundo sabe o que acontece. Quem usa, quem entrega e quem vende, denuncia. O tenente Caetano garantiu que vai aumentar o número de rondas. O pessoal pode ficar tranquilo, vamos passar mais vezes por lá. Mas só conseguiremos prender alguém se a quantidade de drogas for o suficiente para ser considerado tráfico, garante o PM.
Conselho Tutelar vai esperar
Um dos pontos que mais preocupam os moradores, além da insegurança, é a presença de dimenores na baia do capeta. A secretária do Conselho Tutelar, Marta dos Santos, disse que investigar a presença da pirralhada não é serviço deles. Quando os supostos adolescentes estiverem no local, os vizinhos devem chamar a polícia. Se os policiais constatarem que realmente são menores, deverão ativar o conselho, explica.