A dona de casa Sheyla Luiz da Costa, 59 anos, conta que acompanhou o supermercado Bluville, na avenida Eugênio Krause, centro da Penha, abandonar o tímido posto de mercadinho de família pra competir com empresas de renome. Apesar do crescimento, os caminhoneiros que levam mercadorias ao lugar não contam com uma área de carga e descarga pra abastecer o estoque do mercado.
A muié afirma que as ruas Ponta Porã, Liberdade e Raul João Senna, que cercam o estabelecimento, são tomadas pelos brutos em filas duplas e pelas calçadas. Essa situação acarretou inúmeros conflitos ...
A muié afirma que as ruas Ponta Porã, Liberdade e Raul João Senna, que cercam o estabelecimento, são tomadas pelos brutos em filas duplas e pelas calçadas. Essa situação acarretou inúmeros conflitos entre os moradores e o mercado. Pra acabar com a sacanagem, dona Sheyla encabeçou um abaixo-assinado e entregou na prefa e no Ministério Público.
A muié alega que os brutos não têm espaço pra manobrar e acabam atravessando pelas calçadas e colocando em risco o povão. Por duas vezes eu tive que gritar pro caminhão parar senão ele ia atropelar uma criança de bicicleta. Os motoristas perdem a visibilidade quando estão manobrando, é perigoso, relata. A casa de Sheyla fica na esquina das ruas Ponta Porã e Liberdade, sendo alvo das barbeiragens dos caminhoneiros.
Ela revela que já tentou conversar com o dono do mercado, o Valmor Hassamann, mas ele teria dado de ombros pro perrengue. No dia 29 de abril deste ano, Sheyla largou na prefa da Capital do Marisco um abaixo-assinado com 91 assinaturas de moradores e veranistas pedindo que o acesso e circulação de caminhões fossem limitados.
Por meio do assessor de imprensa Marcos de Oliveira, a secretaria de Planejamento (Seplan) de Penha revelou que a fiscalização foi ao local inúmeras vezes após receber o abaixo-assinado, mas nenhuma irregularidade foi constatada. Apesar disso, a Seplan, através da assessoria, prometeu dar uma atenção especial ao caso. Irá dialogar com o proprietário da empresa sobre as denúncias e, se não chegarem num acordo, a procuradoria jurídica do município será acionada para tomar as medidas legais.
Dedurou pro MP
Cansada de esperar pela prefa, Sheyla recorreu também ao MP. Por escrito, a muié listou todos os perrengues enfrentados pelo povão por conta do grande fluxo de caminhões. Juntamente com cópia do abaixo-assinado, o documento foi entregue à dona justa no último dia 25. O assistente da 2ª promotoria da comarca de Balneário Piçarras, Carlos Alexandre de Souza, revelou que um procedimento civil foi instaurado pra verificar as alegações da muié. A prefa será intimada semana que vem pra prestar esclarecimentos sobre o caso. Com base nas respostas, o MP tomará medidas específicas.
Dono do mercado
Valmor Hassmann, dono do mercado Bluville, afirma que ele tem o direito de estacionar os caminhões pra abastecer o estoque naquela área. Valmor jura de pés juntos que em nenhum momento os caminhões bloqueiam o trânsito formando filas duplas. O que acontece é que alguns motoristas, que tiraram a carteira pelo telefone, na hora de fazer a volta, passam com a roda em cima da calçada dessa mulher [Sheyla], que fica numa esquina. Eu entendo o lado dela, mas não sou eu que vou resolver esse problema da calçada, é a prefeitura, sisplica. O empresário ainda acredita que se o acesso de caminhões na rua Ponta Porã fosse proibido, o perrengue seria solucionado.