Itajaí

Itajaí produz duas mil toneladas de lixo bom

O número é alto, mas ainda podia ser melhor, já que 30% do que é encontrado nas ruas não pode ser reciclado pois está misturado com lixo comum

Os moradores de Itajaí produzem por mês 170 toneladas de lixo reciclável. O lixo reciclável é tudo aquilo que você utiliza e pode ser reaproveitado, se transformando em um novo produto. Essa montanha de lixo vem das casas e empresas da cidade. São cerca de 50 mil imóveis produzindo lixo todos os dias. Cada itajaiense produz, em média, um quilo de material reciclável por mês. Para tentar evitar que todo esse material que poderia ser reaproveitado vá parar no aterro sanitário da Canhanduba, Itajaí implantou em 2005 o programa “Lixo Reciclado: Tarifa Zero”, uma logística de separação de lixo orgânico e reciclável nas casas, recolhimento, separação e venda deste material para as empresas. Os moradores que aderem a essa logística têm isenção da cobrança da taxa do lixo.

Segundo a empresa concessionária, Engepasa Ambiental, os itajaienses produzem duas mil toneladas de lixo reciclável por ano, uma média de seis toneladas diárias. O mês em que mais se recolhe lixo ...

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Segundo a empresa concessionária, Engepasa Ambiental, os itajaienses produzem duas mil toneladas de lixo reciclável por ano, uma média de seis toneladas diárias. O mês em que mais se recolhe lixo é janeiro. Tudo porque no verão a quantidade aumenta 5% e neste mês o acúmulo de lixo reciclável bate recorde. A maioria desse material é produzida nos bairros Cordeiros e centro. Para dar conta de tanto descarte, a empresa tem quatro caminhões destinados apenas à coleta seletiva. A cidade é dividida em 18 setores que recebem uma vez por semana a visita do caminhão.

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Há seis anos a administração municipal implantou a coleta seletiva e, segundo o gerente regional da Ambiental, Marco Antonio Ávila, o itajaiense ainda não aprendeu a fazer a separação do lixo reciclável corretamente. “O maior problema é a mistura de materiais não recicláveis”, afirma o gerente. Cerca de 30% do material recolhido nas ruas de Itajaí em dia de coleta seletiva não pode ser aproveitado, pois está misturado com o orgânico. “O segundo maior problema é a disposição do material fora dos dias e horários estabelecidos para a coleta seletiva”, informa Marco.

Os números demonstram que o incentivo da prefeitura, concedido desde 2005, em isentar os moradores do pagamento da taxa de lixo mediante a obrigação de separar o lixo reciclável do orgânico, ainda não funciona plenamente na cidade. A prefeitura afirma que o município tem 49 mil imóveis e apenas oito mil imóveis não aderiram à coleta seletiva. Mesmo com a informação da Ambiental, que 30% do lixo recolhido não pode ser aproveitado, não há notícias de moradores que tiveram a isenção suspensa pela falta de comprometimento com o programa de coleta seletiva.

Tem que conscientizar

Segundo o secretário de Obras, Tarcízio Zanelatto, desde que ele assumiu a pasta responsável pela fiscalização da coleta seletiva, há quase três anos, ninguém perdeu o benefício de isenção do pagamento da taxa por deixar de separar o lixo corretamente. “O sistema de fiscalização do lixo reciclável é bastante confuso. O sistema é furado. Não tem como ter uma fiscalização segura”, admite.

A secretaria de Obras tem três fiscais que agem, fiscalizando casas e empresas. Além de revirar o lixo, eles aplicam questionários aos moradores e empresários. “Mas ninguém responde que não está reciclando?!”, diz Tarcízio. Pra piorar, os fiscais já chegaram a encontrar sacos com material misturado e o morador disse que o lixo não era dele. “Como vai provar que ele não reciclou? Que aquele lixo é dele?”, questiona Tarcízio.

Nos condomínios, o secretário diz que o problema é ainda maior. Como junta lixo de vários apartamentos, não há como descobrir quem colocou o lixo reciclado junto ao orgânico. Para Tarcízio ainda falta muita conscientização da população. “Não sou estudioso disso, mas não vejo alternativa que não seja pela educação, conscientização das pessoas”, solta.

Sobre os 30% do lixo reciclável que não é aproveitado porque está misturado com o orgânico, Tarcízio diz que é um bom número, já que existem municípios que ainda nem fazem a reciclagem. Mesmo assim, ele acredita que o número do que deixa de ser reciclado deve ainda ser maior. “O número total é maior por causa da coleta de carroceiros. Tinha dado uma parada nos carroceiros, mas como aumentou o preço dos materiais recicláveis, o mercado reagiu e os catadores voltaram para as ruas”, opina.

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O secretário de Obras ainda questiona o programa Tarifa Zero. “Eu ainda coloco em questão essa isenção da Taxa Zero. Na minha opinião, a separação tinha que ser pela conscientização das pessoas. A coisa tá evoluindo, com a educação, com os trabalhos que são feito nas escolas, melhorou bastante, mas ainda não é ideal”, garante. Marcos Andrade, secretário da Fazenda, não tem a mesma opinião. “A isenção é um estímulo para que toda a sociedade se conscientize da importância da reciclagem”, disse.

Itajaí na vanguarda

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Com a política de reciclagem implantada em 2005, Itajaí está cinco anos à frente do governo federal, que aprovou só em dezembro do ano passado a lei que regulamenta a Política Nacional dos Resíduos Sólidos e criou o comitê Interministerial da Política Nacional de Resíduos Sólidos e o comitê Orientador para a Implantação dos Sistemas de Logística Reversa. A lei, que terá quatro anos para ser implantada em todo o Brasil, prevê que todos aqueles que produzem lixo são responsáveis por sua destinação e obriga a implantação de sistemas capazes de devolver ao setor empresarial os materiais que podem ser reaproveitados no processo industrial.



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