Luiz Albares, diretor do departamento de Trânsito da secretaria de Infraestrutura da prefa da Capital do Ultraleve, avisa que a fiscalização vai ficar em cima dos catadores. Quem não estiver com a placa na carroça ou no carrinho é porque, em tese, não passou no cadastro. Aí vai ter o veículo apreendido, afirma.
Cristian Barbosa Dias, coordenador da defesa Civil da Itapema e que representa o movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis, estima que entre 150 e 250 famílias, que são moradoras fixas, trampam diretamente com a reciclagem pelas ruas da cidade. Mas o número de veículos usados pelos catadores que o pessoal do departamento de Trânsito espera registrar é perto de 100. O número de carroças não é muito grande. É em torno de 15 a 20. A maioria será de carrinhos de tração humana, acredita Luiz Albares.
Com o cadastramento, quem tiver veículo ganha uma placa refletiva. A distribuição do material é digrátis. O único custo pro catador vai ser comprar aquelas fitas refletoras que se usa nos baús de caminhões pra colocar na parte de trás e na la
teral das carroças e carrinhos.
O objetivo do cadastramento e da regularização dos veículos, além de controlar o tráfego das carroças e carrinhos, é fazer um levantamento minucioso dos profissionais que trampam com reciclagem na cidade. Impedir o trabalho infantil também tá na lista de intenções do pessoal da prefa.
Como se cadastrar
O cadastramento tá sendo feito diretamente no departamento de Trânsito, que fica na rua 902, número 155, no bairro Alto São Bento, junto da secretaria de Infraestrutura. O horário de atendimento é das 8h da matina até às 17h, de segunda a sexta-feira.
Luiz Albarez explica que só pode se cadastrar quem tem mais de 16 anos. Não precisa ir todo mundo da família. Basta aparecer por lá um responsável com a carteira de identidade do pessoal e o comprovante de residência. Pode ser um talão de água ou de luz.
Ah! Também é exigido uma folha corrida de antecedentes criminais. O documento é tirado no fórum. É só ir lá com a carteira de identidade, se apresentar na Vara Criminal e pedir o papéli. O documento sai na hora.
Trabalhadores de cooperativa processam 100 toneladas de lixo por mês
Há quatro anos, os catadores formaram uma cooperativa pra manipular os materiais recicláveis que recolhiam pra cidade. Hoje, a Cooperitapema, como é chamada, tem um convênio com a prefa. Tudo o que é recolhido pela empresa que faz a coleta seletiva no município vai pra cooperativa, que fica na rua 466, no loteamento Jardim Praiamar.
Todo santo mês chegam por lá 100 toneladas de lixo. Metade delas, conta Cristian Dias, é reaproveitada. O restante vai pra destinação orgânica, porque as pessoas ainda não sabem separar o lixo, reclama. Entre o material reaproveitado pelos trabalhadores da Cooperitapema estão o óleo de cozinha, pilhas e baterias, plásticos, metais, vidros, papelão e até resíduos eletroeletrônicos.
Como é muito trampo, hoje as 27 famílias cooperadas não pegam mais o lixo dos carroceiros e do pessoal das carrocinhas. Ficam apenas com o que é recolhido pela coleta seletiva da prefa. É por isso que os catadores de rua tão se organizando e formando uma associação pra tentar achar também alternativas de ganharem mais dinheiro com o trabalho de reciclagem.