O pedreiro Francisco de Jesus Alves, 34 anos, foi fazer compras com a esposa e os filhos no último sábado, no Fort Atacadista, no centro peixeiro, e acabou levando uma surra dos seguranças do local. Como estava com dor de barriga, Francisco deixou a esposa fazendo o rancho e correu prum banheiro.
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Segundo ele, depois de sialiviar, deu dicara com três funcionários bombadões do mercado que o acusaram de roubo. Começaram a me empurrar, me chamaram de vagabundo e perguntaram o que eu tava roubando ...
Segundo ele, depois de sialiviar, deu dicara com três funcionários bombadões do mercado que o acusaram de roubo. Começaram a me empurrar, me chamaram de vagabundo e perguntaram o que eu tava roubando. Aí, me levaram para uma outra sala. Bateram na minha cabeça, bati com a costela em um armário e cheguei até a quebrar um dente, relata.
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Ele registrou um boletim de ocorrência na 1ª depê de Itajaí no dia da agressão e estuda a possibilidade de processar o supermercado.
Amarildo Serafim, gerente do Fort Atacadista, confirma a agressão. No entanto, desmente parte da versão do pedreiro. Ele achou que estava sendo seguido por um dos seguranças e começou a xingar o funcionário. Chegou até a cuspir nele. Aí o segurança agiu por seu instinto macho. Digo macho por não ser um ato pensado. Ele o levou para rua, onde os dois brigaram. Mas um foi para cima do outro. Não teve mais seguranças envolvidos. Depois que acabou até ofereci apoio, mas ele não quis. Fui saber do dente quebrado agora, conta.
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Amarildo ainda garantiu que o agressor será demitido. A violência não rege minha característica de trabalho, por isso ele será tirado da equipe. O segurança é contratado do próprio Fort Atacadista e não está relacionado com nenhuma empresa terceirizada. O nome do agressor não foi revelado.
Deveriam ter acionado a PM
A vice-presidente da OAB de Itajaí e entendida em direitos humanos, doutora Ana Lúcia Pedroni, reprova completamente a ação do segurança. Todo tipo de agressão, mesmo diante da prática do crime, é ilegal. Se desconfiavam de algo, deveriam prendê-lo e acionar a polícia. Esse seria o encaminhamento correto. A vítima já deu um passo certo registrando o B.O. Agora ele pode entrar com uma ação contra o agressor por danos materiais, já que terá que gastar para arrumar o dente e principalmente por danos morais. Inclusive, o atacado pode ser processado também. O segurança ultrapassou todos os limites, e por ser funcionário do mercado, os dois podem responder judicialmente, explica.
A polícia Militar garantiu que não foi acionada em nenhum momento pra resolver esse perrengue.
Já rolou no Mini Preço
Uma agressão parecida com a que Francisco sofreu aconteceu no mercado Mini Preço há mais de um mês. Após ser pego passando a mão em pacotes de bolachas, Alexandre Faria de Oliveira, 37 anos, foi brutalmente agredido por um segurança do mercado. Além de apanhar, o cara foi encharcado com um balde de água e obrigado a comer uma cebola crua. O banho humilhante foi filmado por um funcionário e noticiado pelo DIARINHO no dia 18 de novembro. O segurança agressor também foi demitido pela empresa terceirizada que presta serviços ao mercado.
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