Moradores, pedestres, motoristas e comerciantes da avenida Beira-rio são unânimes em afirmar: após às 19h, o lugar passa por uma metamorfose e o que era pra ser um espaço de lazer e contemplação para todos os peixeiros, vira uma feira livre de drogas onde algumas pessoas ditam as regras na noite de Itajaí.
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A partir do depoimento de gente que é refém desta situação, o DIARINHO constatou que existem duas avenidas Beira-rio. Uma, que vale enquanto é dia, está sob poder da sociedade. A outra, válida no ...
A partir do depoimento de gente que é refém desta situação, o DIARINHO constatou que existem duas avenidas Beira-rio. Uma, que vale enquanto é dia, está sob poder da sociedade. A outra, válida no período noturno, tá na mão de pessoas que furtam carros, forçam a janela dos restaurantes e vendem e consomem drogas no meio da rua. Essas realidades distintas afligem a vizinhança, que clama por medidas urgentes das autoridades.
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Funcionário de uma imobiliária, Ênio Gonçalves conta que todo santo dia de manhã encontra cachimbos e latas usados pra fumar a pedra do crack. Como se não bastasse, o fedor de urina e fezes na porta da empresa é, segundo ele, insuportável. Trabalho aqui há nove anos e o problema vem crescendo de quatro ou cinco anos pra cá. Mas o lixo, o resto de drogas não é só na sexta que encontramos, mas sim todos os dias da semana, afirma. Segundo Ênio, a imobiliária já foi furtada duas vezes no ano de 2011. Sempre de madrugada, a malandragem já levou de lá duas televisões, uma bicicleta e um botijão de gás.
Quem possui comércio na Beira-rio também reclama que os supostos guardadores de carros, que também são suspeitos de vender drogas, espantam a clientela e, pelo menos em um restaurante, já tentaram entrar no estabelecimento pela janela na madrugada. O empresário, que prefere não se identificar, conta que durante os dias da enchente do último mês de setembro, sua casa nos Cordeiros tava embaixo dágua. Sendo assim, ele e a mulher estavam dormindo atrás do balcão do restaurante. Também numa madrugada de sábado, ele conta o que viu: Tentaram forçar a janela comigo aqui dentro. Dei um grito e ele foi embora, mas já roubaram um som e um MP3 de clientes nossos, aponta.
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Acostumado a trabalhar com crianças, Cláudio Copello, presidente da associação Náutica de Itajaí (ANI), revela que durante as manhãs é necessário chegar antes dos pequenos pra fazer uma limpeza nos barcos, no contêiner e no trapiche da escolinha de vela e remo, pois, só assim é possível iniciar o dia de trabalho. O problema aqui é horrível. Isso aqui é ponto de tráfico de drogas. Não só tráfico, como consumo. O nosso contêiner serve de lugar onde eles se escondem pra praticar os seus crimes, acusa, lembrando que já fez reclamações às autoridades, mas nada de prático foi feito.