A polícia divulgou ontem que na verdade foram presas 10 pessoas e não nove, como havia sido informado no dia do atraque (veja o listão ao lado). Nove delas, guentadas na hora. A décima, muito caruda, esperou a polícia ir embora pra reabrir seu boxe, contou o delegado André Manoel de Oliveira Filho, da depê da Maravilha do Atlântico. O carudo não sabia que havia tiras à paisana e acabou indo também pro xilindró.
Os camelôs tão arriscados a pegar de dois a quatro anos de prisão, se condenados. Como o crime é afiançável, eles pagaram fianças no valor de R$ 1090 e foram soltos pra responder a bronca em liberdade.
Investigação continua
Os tiras não conseguiram prender todos os donos dos boxes que vendiam os produtos falsificados porque, assim que eles souberam da operação, fecharam seus comércios e fugiram. Foram 11 fujões, ao todo. Mas o camelô foi aberto e o material apreendido, fez questão de dizer o delegado André. Eles vão responder a um inquérito policial, assim como os 10 presos.
Os camelôs
Cassiane Sommavilla, 28 anos
Emerson Meneguetti, 33
Maria do Socorro Silva Pereira, 29
Mailon José dos Santos, 22
André Leonardo A. de Lima Vieira, 18
Maurilio Zucatelli Junior, 25
André Francisco Sitro Silva, 27
Amando Cesar Laux, 58
Natanael Machado Corrente, 33
Marta Vieira da Silva, 37
Ontem tinha boxe vendendo mercadorias iguais as que foram apreendidas
Apesar da muvuca da quarta-feira, quando mais de 50 policiais com armamento pesado tocaram terror nos comerciantes que vendiam produtos fajutos, ontem o camelódromo do Balneário Camboriú parecia ter voltado ao normal. Só 28 dos 280 boxes estavam fechados. Alguns até vendiam óculos, relógios e camisetas de marcas famosas, praticamente as mesmas mercadorias recolhidas durante a operação Natal Original.
O camelódromo fica na quadra entre as ruas 1400 e 1520, na frente da igreja católica de Santa Inês. O povão circulava ontem à tarde de buena pelos corredores do local e os vendedores trampavam como se nada tivesse rolado. Dos 28 boxes fechados, em três deles os donos tavam na mó trabalheira repondo mercadorias, na clara intenção de reabrir o comércio.
Pelo menos 10 lojinhas estavam comercializando óculos de sol e de grau, bonés, bolsas, camisetas e bermudas que apresentavam a logo de marcas famosas, como a Adidas e Puma. Mercadorias igualinhas às apreendidas no dia anterior. Os vendedores não quiseram comentar o assunto.
O movimento do povão era o mesmo dos dias tradicionais que antecedem o Natal. Os boxes estavam cheios de compradores, escolhendo produtos e pechinchando preços. Muitos sequer tinham ideia da megaoperação policial da quarta-feira. Prefiro comprar aqui porque é mais em conta mesmo e nem sempre é de má qualidade, comentou a professora Lurdes Alves, enquanto escolhia uma mercadoria.
Pro chefão dos camelôs, movimento diminuiu
Apesar da montoeira de gente por lá, o presidente da associação que reúne os camelôs, Luiz Carlos Moscon, afirmou que o movimento despencou depois da operação. Afirmou que mais de mil pessoas circulam por lá por dia, e ontem o número havia diminuído. Eles sabeam que muitos produtos foram recolhidos e nem vêm, comentou. Quando acontecem apreensões assim, o pessoal começa a procurar firmas que estão dentro da lei, completou.
Moscon disse ainda que as banquinhas do camelódromo da Maravilha do Atlântico geram pelo menos 560 empregos diretos pra city e, por isso, argumenta, ajudam a movimentar a economia local.