A galera que enfrenta o trânsito pra trampar classificou os acessos a Balneário Camboriú, Porto Belo e Bombinhas como os piores da região. Eles são os recordistas em filas e xaropice no trânsito.
A recordista de fila é a entrada de Porto Belo e Bombinhas, que só ontem registrou um congestionamento de 20 quilômetros e parou o morro que liga os municípios. O engenheiro peixeiro, L. V., 35 anos, resolveu ir pra casa de praia em Zimbros ontem e enfrentou mais de uma hora de fila só pra atravessar o morro. Da BR até ali, peguei trânsito lento, mas no morro parou bem na subida, conta.
Sandro Eduardo Xavier, 39, é taxista há oito anos, e afirma que o congestionamento por lá rola por três problemas: o grande fluxo de veículos, o único acesso da cidade é estreito e ainda está em péssimas condições. O fluxo é contínuo, não tem acostamento e é pista simples. Com muita gente ao mesmo tempo, não há nem como fugir, lamenta. Na alta temporada, ele conta que só vai pra lá de manhã cedinho, quando há menos movimento. Caso tenha que encarar a estrada pouco depois das 10h, chega a levar três horas no trajeto que normalmente faria em 30 minutos.
A city de Porto Belo acaba ficando abarrotada por culpa do fluxo que chega a Bombinhas. O especialista em trânsito da polícia Militar, sargento Osmar Costa Moreira, explica que a única via de acesso afunila na descida do morro. Com isso, a única avenida de Porto Belo recebe toda a porrada de carros. Nunca se pensou em estruturar a cidade para esse movimento, analisa.
O chefão da viação Praiana, Marco Seara, conta que é normal os busões ficarem parados na principal avenida de Bombinhas durante o verão. Pra evitar que os passageiros de Itapema e Balneário fiquem sem ônibus por culpa do congestionamento, o chefão da Praiana conta que teve até que organizar algumas linhas extras pra sair de Porto Belo e fugir do auê.
Segundo acesso
Pra acabar com o suplício dos moradores e turistas, a prefeitura cogitou a construção de um segundo acesso. O diretor da fundação de Meio Ambiente, Flávio Martins, conta que chegaram até a entrar com um pedincho ambiental pra cortar parte do morro da Costeira para fazer uma rota alternativa. A ideia morreu no ano passado quando o Ministério Público Federal (PRF) entrou com uma ação civil pública por conta da detonação da Mata Atlântica. Hoje são feitos estudos na busca de traçados alternativos. Queremos resolver isso o quanto antes e de acordo com a lei, explica o diretor.
Trevo do Balneário tá entre os piores
Balneário também foi apontada como uma cidades onde está mais difícil de chegar. Embora conte com três pontos de acesso, a maioria dos carros opta por descer na altura da avenida do Estado Dalmo Vieira. O inspetor do posto da polícia Rodoviária Federal (PRF) de Itapema, Flávio Mendonça, afirma que o grande fluxo de turistas vem do Paraná e São Paulo pra city.
Naquele trecho eles têm que desviar de uma rótula e ainda encarar o trânsito de outras quatro avenidas, que desemboca ali. Vem carro de todo lado e o fluxo para, formando fila até no acostamento, conta. Alguns motoras chegam a passar uma hora parados na rodovia pra percorrer um trecho de um quilômetro. Ontem, o assistente de carpinteiro Adriano de Souza, 24, encarou o desafio de tentar passar de moto por lá no fim da tarde. Formou um nó que não passa nem fazendo corredor, narrou. Segundo a PRF, a tendência é que o intenso trânsito na entrada do Balneário continue até o dia 31 deste mês, quando a cidade estará no auge da socação.
Viaduto
Pra diminuir o problema do principal acesso ao Balneário, o secretário Municipal de Segurança, Nilson Probst, informa que já foi pedido pra Autopista Litoral Sul e à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) a autorização e a aprovação pra construção de um viaduto.
Pro secretário, a obra só irá diminuir a pendenga, mas solução mesmo não há. Isso porque o problema maior está no número de carros que chega. Infelizmente há o grande fluxo de veículos que chega ao mesmo tempo. Na semana passada entraram 50 veículos por minuto em Balneário, contabiliza. A estimativa é que 300 mil veículos cheguem a Balneário até sábado.
Trecho entre Itajaí e Balneário ficou parado ontem à tarde
Com tanto turista chegando ao mesmo tempo, o Balneário parou. As principais avenidas e até ruas estreitas ficaram socadas de carango. A fila na avenida do Estado se estendeu até a divisa com o Itajaí e parou a avenida Osvaldo Reis. Como não passa na BR, o pessoal que vem pra Balneário passou por dentro de Itajaí e formou a fila, justifica o chefe da Codetran, Zé Alvercino.
A equipe do DIARINHO encarou este trânsito no fim da tarde de ontem. Levou uma hora pra sair do bairro Fazenda, no Itajaí, e chegar até o centro do Balneário. O fluxo estava lento e por muitas vezes a avenida do Estado parou. A fila foi tão grande que até as rotas alternativas estavam abarrotadas. A avenida Palestina, Quinta, Quarta avenida, e ruas do bairro Ariribá registraram congestionamentos no fim da tarde.
O gestor do fundo de trânsito do Balneário, Jaime Mantelli, conta que botou agentes de trânsito pra organizar a zona, mas com a grande quantidade de veículos, não havia muito pra fazer. Pro ano que vem, está programada a continuação da construção do binário e o alargamento das entradas da city. Tudo pra ajudar a diminuir o atravanco da temporada.
Entrada da Meia Praia também dá problema
Segundo a PRF, em Itapema o problema com filas só rola na entrada do bairro Meia Praia. Por lá, o trânsito fica lento, mas há pouca formação de filas. Os veículos que saem da rodovia têm que pegar a avenida Nereu Ramos, que costuma ficar abarrotada de turistas. O diretor do departamento de Trânsito, José Albaris, afirma que já pedem uma ampliação do trevo pra que seja feita até a próxima temporada. Com tanta gente circulando pela região, sobrou fila na BR-101. Os congestionamentos foram registrados pela PRF de Porto Belo até o Itajaí durante toda à tarde. Com isso, rolaram cerca de 20 engavetamentos.