Itajaí

Moradores de Itajaí levantam móveis e esperam o pior

Domingo deve ser o dia do dilúvio. Citys da região continuam em estado de atenção

A sexta-feira foi de trabalho pra dona de casa itajaiense Miraci Stofelli, 54 anos, moradora do loteamento Jardim Esperança, no bairro Cordeiros, a cerca de 180 metros do ribeirão da Murta. Cansada de perder seus móveis e utensílios pra enchente, Miraci já colocou o balcão novo da cozinha e as peças da lavanderia no andar de cima, construído depois da enchente de 2008.

“Se deixar pra cima da hora não dá tempo. Em 2008 perdemos tudo. A água entrou muito rápido”, conta. Os utensílios que ficam na lavanderia foram os primeiros a ser retirados, porque ficam na parte ...

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“Se deixar pra cima da hora não dá tempo. Em 2008 perdemos tudo. A água entrou muito rápido”, conta. Os utensílios que ficam na lavanderia foram os primeiros a ser retirados, porque ficam na parte mais baixa da casa e a primeira a encher. “Vem pelo ralo do banheiro. Mesmo se não chover muito, a água vem por causa da maré”, explica.

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Miraci diz que mesmo com a trovoada e chuva forte, dormiu sossegada na madrugada de sexta-feira porque agora os quartos ficam no segundo piso. “Antes fazia uma garrafa de café e ficava vigiando”, conta. O marido Abílio João Cabral, 66, já fez a conta. “Se o rio Itajaí-açu tiver em 10 metros em Blumenau, vai entrar água em casa”, conta o aposentado.

Abílio é experiente. Já pegou as enchentes dos anos de 1983 e 1984 e depois as de 2008 e 2011. Ele ajudou a esposa a subir a mobília, mas tá otimista pra este fim de semana. “Se continuar nesse chove e para, não tem perigo”, palpita.

Já a revisora Su-Ellen da Silva, 31, moradora da Vila da Miséria, não tem a mesma expectativa. Desde quinta-feira à noite a guria não prega o olho com medo da chuva. “Só quando a chuva fica fina a gente consegue cochilar”, desabafa. Su-Ellen já perdeu a conta de quantas vezes a água da maré entrou na sua casa, mas não esquece a enchente mais cruel. “Em 2008 só o telhado da minha casa ficou pra fora”, conta.

Naquela ocasião, além de detonar os móveis, as roupas e a comida da família, a água também quebrou todo o chão. “Agora moramos em uma peça só, mas erguemos um pouco”, diz.

A mulher conta que se a água chegar no primeiro degrau, ela, o marido e os três filhos pegam as roupas que conseguirem carregar e se mandam pra algum abrigo. “Tinha um beliche, mas de tanta água já estragou. Agora a gente não tem nem como erguer as coisas”, lamenta. Além do anúncio de chuvarada, o que mais preocupa Su-Ellen é a previsão de maré alta, que faz a água invadir o barraco.

Domingo deve ser o dia com mais água

A central de Meteorologia da Epagri manteve o alerta de chuva forte na região durante todo o finde. A estimativa dos sabichões do órgão é que os volumes sejam consideráveis, principalmente no domingo, quando o pé d’água deve ser mais intenso e contínuo durante todo o dia.

De acordo com a Epagri, a quantidade de chuva que caiu na região entre quinta e sexta-feira, ficou na casa dos 60mm. Até o fim da tarde de sexta-feira, foram contabilizados 49mm em Itajaí, 51mm em Brusque, 53mm em Barra Velha, 50mm em Luís Alves e 59mm em Camboriú. No sábado, porém, a tendência é que o volume seja maior. “A condição de chuva continua, mas temos previsão de médias maiores, de 70mm a 100mm”, explica a meteorologista Marilene de Lima.

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No domingo a chuvarada deve ser ainda maior, principalmente no Litoral Norte. De acordo com Marilene, o pé d’água pode ultrapassar a casa dos 100mm em muitos municípios, já que a chuva tende a ser prolongada e mais intensa. “Nós temos a formação de uma frente fria estacionária entre o norte do Rio Grande do Sul e o litoral do Paraná. O deslocamento dela faz com que a chuva seja persistente”, explica.

Até domingo, os picos de maré serão registrados sempre à tarde e no meio da madrugada. O primeiro rolou às 3h de sábado, quando a maré atingiu 1,20m de altura. O novo pico aponta pra 1,10m, às 15h14. Já no domingo, a maré deve chegar a 1,20m, às 3h42, e um metro às 15h53.

Subiram até nível de alerta

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Dos oito pontos de rios monitorados pela Defesa Civil de Itajaí, apenas dois atingiram níveis de alerta até o fim da tarde de sexta-feira. O ribeirão da Murta, próximo à Teporti, nos Cordeiros, ultrapassou 1,60m às 14h40, horário previsto pro primeiro pico de maré. O mesmo rolou no curso antigo do Itajaí-mirim, próximo ao clube Itamirim, no bairro Dom Bosco, onde o rio chegou a 1,63m.

O pancadão mandado por São Pedro, na madrugada e na manhã de sexta-feira, assustou o povão, principalmente quem vive em regiões próximas aos rios ou onde há risco de deslizamentos. O túnel do São Roque, no bairro Espinheiros, chegou a ficar alagado, mas o aguaceiro não atrapalhou o fluxo de veículos no local. A chuva deu uma pausa no período da tarde, pra alívio do pessoal da Vila da Miséria, nos Cordeiros, onde alguns moradores já subiam móveis, com medo de enchente.

Por causa da maré alta, a praticagem do porto de Itajaí solicitou à Capitania dos Portos o fechamento da boca da barra, na tarde de ontem. O local será reaberto apenas se o nível dos rios e a velocidade da correnteza diminuir ao longo do finde. “A gente vai monitorar o nível dos rios e ver como fica a situação”, explica Tatiara de Amorim Mafra, controladora de tráfego marítimo.

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