Apenas com a roupa do corpo, Claudia Regina Ventura, 42 anos, é uma das 150 pessoas que estavam às 23 horas de ontem, no abrigo montado pela Defesa Civil no salão paroquial da igreja São Cristóvão, no bairro Cordeiros. Ela deixou a casa na rua Ananias Caetano da Silva, na área de invasão da Vila da Miséria, na Murta, com sete crianças. Eu vim pra cá mesmo pra não me molhar e evitar que as crianças peguem uma doença, porque não tenho mais o que salvar, lamenta Cláudia, que já enfrentou outras duas enchentes. Ela ergueu o que tinha dentro de casa, mas na rua a água já batia no joelho.
Até a noite de ontem, esse era o único abrigo aberto na cidade e podia receber até 700 pessoas. Caso seja preciso, a escola Nereu Ramos, no bairro Fazenda, também será aberta pra receber os desalojados ...
 
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Até a noite de ontem, esse era o único abrigo aberto na cidade e podia receber até 700 pessoas. Caso seja preciso, a escola Nereu Ramos, no bairro Fazenda, também será aberta pra receber os desalojados. De acordo com o diretor da secretaria de Desenvolvimento Social e coordenador dos abrigos, Júlio da Silva, até as 23h de domingo, 150 pessoas ocupavam o salão, sendo a maior parte da região da Murta.
A recomendação é que o povão leve, pelo menos, colchões e roupa de cama. No entanto, pra atender o povão mais carente, a prefa disponibiliza os materiais. Ontem à noite foi servido um sopão e hoje ao meio-dia deve rolar um macarrão com salsicha. Enquanto uma equipe de voluntários coloca as mãos na massa, a criançada aproveita pra brincar com os novos amiguinhos também vítimas da tragédia.
Entre as crianças despreocupadas, estão os cinco filhos de Su-Ellen da Silva, 31. Ela conta que deixou tudo pra trás e se mandou pro abrigo antes do anoitecer de domingo. Numa mochila, a moradora da Vila da Miséria levou apenas uma muda de roupa pra gurizada. Essa é terceira vez que ela precisa sair de casa por causa da enchente. Su-Ellen lembra que em 2008 sua casa de madeira chegou a cair. Até hoje, só conseguiu erguer um puxadinho. É tão difícil ter que recomeçar mais uma vez. Até hoje não consegui fazer minha casa de novo, lamenta.
A Defesa Civil tá arrecadando donativos pra servir as famílias atingidas pela enchente. Um centro de distribuição foi montado no Centreventos da Marejada. No local tão sendo recebidos alimentos não perecíveis, pães, leite, água, cobertores, colchões, copos, pratos e talheres descartáveis.