Com cerca de 900 filiados em Itajaí, a militância do partido tá sofrendo pra conseguir motivar os filiados, em função da brigaceira interna e das consecutivas derrotas nas últimas eleições municipais, o que se reflete na falta de participação dos companheiros e companheiras nas reuniões marcadas pela executiva, que ultimamente contam com meia dúzia de gatos pingados.
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O Partido dos Trabalhadores, conforme reza a cartilha, realiza eleições diretas para formar as executivas municipais, estaduais e nacional no dia 10 de novembro. Na disputa da executiva da Santa & Bela, estão na peleja o ex-deputado federal Cláudio Vignatti, o prefeito de Brusque Paulo Eccel, Renê Munaro, Francisco Lessa e Luciano Boico. Vignatti e Eccel são os nomes mais cotados e contam com os principais apoios para a corrida petista.
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Faltando um mês pra disputa, briga promete esquentar
A troca de farpas entre os dois grupos é cada vez mais constante e promete ganhar ainda mais fôlego nas próximas semanas, com críticas muito duras de ambas as partes.
O vereador Thiago Morastoni (PT) considera que o grupo de Davi Coelho defende um partido mais fechado, aos moldes do início do partido. Nós queremos um partido atual, dos novos tempos, que ouça as vozes das ruas e se aproxime dos movimentos sociais que foram a base do PT e hoje estão afastados, afirma o filho do deputado.
Thiago nega que tenha sido pivô de um racha entre os petistas peixeiros quando abriu a boca contra o presidente peixeiro. Segundo ele, o partido sempre cresceu dentro das discussões internas e o episódio foi superado. É um momento importante, dentro do PT, pra definirmos quais os rumos que queremos, discursa o vereador.
Thiago aposta em cara nova pro PT peixeiro, mesmo tendo velhos nomes na composição da chapa.
Já o petista Gerd Klotz, bacharel em direito, considera que Arnaldo congrega e contempla todas as tendências internas do PT que se unificam na defesa intransigente dos ideiais do partido, afirma. O vermelhinho carca que o grupo de Morastoni quer transformar o PT de Itajaí numa capitania hereditária, pra atender interesses pessoais e familiares. Klotz questiona o discurso de renovação apresentado pela chapa de Jean. Não acredito em novos caminhos ao lado de velhas raposas, diz categórico.Em meio a toda essa discussão, a sigla perdeu mais um militante. Durante a semana, Nikolas Reis, ex-vereador e candidato a prefeito na última eleição, caiu fora sem maiores explicações. A reportagem tentou ouvi-lo mas, até o fechamento desta edição, o carinha não deu nenhum sinal de vida e ninguém sabe pra qual sigla ele vai pular.
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De um lado, o novo e o velho caminho
O deputado estadual e ex-prefeito Volnei Morastoni, juntamente como o filho, vereador Thiago Morastoni, e seu coleguinha Giovani Félix tão apoiando o nome de Jean Sestrem, chefe de gabinete do cacique petista na assembleia Legislativa. O grupo ainda conta com o aval do deputado federal Décio Lima, que anda dando seus pitacos na city.
Sestrem, aos 39 anos, tá na linha de frente da chapa Construindo um novo caminho para Itajaí. O analista de sistemas é cria dos Morastoni e conta com 66 vermelhinhos em sua composição, tendo a paridade de homens e mulheres, com 20% de jovens abaixo dos 30 anos e os seis por cento de cota étnica, como prevê o estatuto do partido.
União é o papo de todas as frentes. O chefe de gabinete do Volnei diz que a proposta de sua chapa é discutir o crescimento e a unidade do partido na política da cidade. Queremos uma reaproximação do partido com os movimentos sociais, melhorar a nossa comunicação interna e a formação política pra juventude, através de um diálogo maior com a sociedade, discursa Sestrem.
A falta de diálogo com a sociedade é uma das principais críticas de Sestrem em relação à gestão de Coelho. Nos últimos anos, o PT realizou apenas uma audiência pública e para discutir questões da Celesc, assunto que interessa diretamente o presidente que trabalha lá, carca o adversário.
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Do outro, unidade e divisão do partido
Arnaldo Francisco Silva já tem 20 anos de partido e aposta na companheirada, tanto da velha como da jovem guarda, pra continuar o projeto da atual executiva, presidida por Davi Coelho, que lhe dá total apoio. Com seus 53 anos de idade e formado em administração de empresas, Arnaldo se distanciou do velho companheiro Volnei Morastoni, principalmente no episódio envolvendo o vereador Thiago Morastoni. Essa divisão se deu por uma questão ideológica, onde o Thiago demonstrou falta de maturidade política pra representar o nosso partido, inclusive no legislativo, carca o petista que tá na linha de frente da chapa Unidade e Socialismo.
Para Arnaldo, a regra é clara. O Partido dos Trabalhadores tem que representar a classe trabalhadora. Não podemos deixar que o fisiologismo tome conta do nosso partido. Eles querem usar o partido como massa de manobra. Se você olhar, a chapa deles só é formada por familiares e agregados do Volnei. É uma oligarquia política, alfineta o vermelhinho.
Quanto à desmotivação da companheirada do partido, Arnaldo considera que a culpa não é do atual presidente Davi Coelho, mas sim dos seus adversários que tão querendo tomar conta do partido. Nós queremos manter as bases partidárias enquanto o outro grupo é elitizado, surge dentro de uma família centralizadora e não democrática, alfineta.
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