O primeiro passo no sentido de antecipar possíveis situações de crise com as cheias dos rios foi dado ontem à tarde, em Camboriú. Um encontro que reuniu abobrões da prefa e sabichões da Epagri inaugurou oficialmente a primeira fase do sistema de monitoramento ambiental da bacia do rio Camboriú. As primeiras três estações, já instaladas e funcionando a todo o vapor, são capazes de coletar dados como os níveis de chuva, dos rios e a temperatura.
A primeira etapa do sistema contempla uma estação hidrológica, que mede o nível do rio e da chuva no rio Macacos; uma estação agrometeorológica, responsável por medir a temperatura, o volume de ...
A primeira etapa do sistema contempla uma estação hidrológica, que mede o nível do rio e da chuva no rio Macacos; uma estação agrometeorológica, responsável por medir a temperatura, o volume de chuva e a umidade relativa do ar na localidade de Louro; e uma meteorológica, que mede a umidade relativa do ar, o vento e a radiação solar no ponto de captação de água da Emasa.
Toda a rede de monitoramento e a telemetria contemplam instalação de seis equipamentos. A previsão é de que, até meados do ano que vem, outras duas estações hidrológicas e uma maregráfica, que vai registrar o nível das marés, estejam em funcionamento.
O engenheiro agrônomo Everton Blainski, pesquisador da Epagri, foi quem desenvolveu o projeto em Cambu. Segundo o sabichão, todo o sistema vai auxiliar desde a comunidade afetada pelas enxurradas até os agricultores. As estações agrometeorológicas vão auxiliar no controle de pragas e doenças. Eles [agricultores] vão poder usar esses dados para planejar a aplicação de defensivos agrícolas, explica.
O pesquisador acrescenta que a coleta de dados será importante também para que a defesa Civil possa planejar ações de contenção das cheias na city daqui pra frente. Dessa forma, é possível criar uma série histórica de dados para poder definir a altura ideal de pontes e estudar melhor as obras de drenagem, por exemplo, cita.
Oscilação da chuvarada
Para Carla Krug, coordenadora da defesa Civil da Capital da Pedra, o novo sistema informatizado vai ajudar o órgão a se organizar melhor, a fim de auxiliar as comunidades afetadas pelas cheias. A gente terá um conhecimento melhor sobre a oscilação das chuvas dentro do município, acredita. Ela lembra que Camboriú, por estar cercada de morros, sofre mais do que outras citys vizinhas com o aguaceiro mandado por São Pedro. Às vezes chove aqui, mas não está chovendo em Itapema e Itajaí, argumenta.
Carla acredita que, nos próximos anos, a base de dados gerada pelas seis estações vai permitir ao órgão prever situações de crise com até oito horas de antecipação.
O sistema informatizado está disponível no portal da Epagri/Ciram, no saite www.ciram.epagri.sc.gov.br, na aba Monitoramento Online.