Os moradores que vivem nas redondezas do terminal da Teporti, na Murta, em Itajaí, não sabem mais o que fazer. Eles vivem em pé de guerra com a administração da gigante, principalmente por conta do descaso da empresa com o meio ambiente. É o caso de uma poça de esgoto gigantesca num terreno baldio de propriedade da Teporti.
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A faxineira Sandra Maria Evaristo, 52 anos, mora desde que nasceu na Murta. Há mais ou menos cinco anos, diz, a Teporti trouxe para o bairro um convidado malquisto pela comunidade: o mau cheiro. ...
A faxineira Sandra Maria Evaristo, 52 anos, mora desde que nasceu na Murta. Há mais ou menos cinco anos, diz, a Teporti trouxe para o bairro um convidado malquisto pela comunidade: o mau cheiro. Eu não sei o que eles fizeram, mas se você andar no meio desse matagal, vai pisar em um monte de esgoto, afirma, referindo-se a uma área de aproximadamente 400 metros quadrados nos fundos da baia dela.
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A catinga que vem do terreno é quase insuportável. Por uma das extremidades é possível ver uma grande lagoa parada com água podre. Para Sandra, a água suja é do esgoto que vinha do terminal da Teporti. Eu não sei exatamente de onde veio, pois não tem nenhuma saída de esgoto. Provavelmente eles fecharam, mas é coisa deles, acredita.
Além do cheiro forte, com o qual pelo menos cinco famílias convivem todos os dias, o risco de doenças também deixa o pessoal em alerta e puto da cara. Dona Sandra garante que já tentou chamar a atenção dos donos da empresa. Pelo menos tirar essa água suja daqui, pois quando chove ela transborda e as ruas ficam infestadas de esgoto por todos os lados, revela.
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O problema, de acordo com a faxineira, é que o dono do terminal simplesmente tapa os ouvidos para os moradores e não quer saber de conversa. Ele passa de carro por nós e fecha o vidro quase até em cima, pra não ter que olhar pra gente. Sabe que tem feito muitas coisas erradas, acusa Sandra.
Dragagem e aterro incomodam
Enquanto a reportagem batia perna pela Murta, outra moradora, que não quis se identificar, também aproveitou para descer a lenha na empresa. Ela tem casa em frente a um terreno da Teporti, onde uma empresa terceirizada aterra os resíduos dragados do rio Itajaí-açu. Quando venta mais forte, ninguém aguenta a areia que vem para as casas. É horrível, denuncia.
O cheiro de podre que vem dos dejetos dragados também é insuportável. De vez em quando, os moradores são obrigados a sair de casa. Há dias em que não dá nem de ficar no quintal. O pior é que a gente não tem o que fazer, lamenta.
Um dos peões que trampavam no local minimizou a situação. Segundo ele, o cheiro ruim é inevitável. A areia extraída do fundo do rio tem esse cheiro mesmo, forte. E faz parte do nosso trabalho, comenta o funcionário, que não quis identificar a empresa para qual trampa.
O DIARINHO tentou contato com a administração da Teporti. Por telefone, uma funcionária explicou que o responsável estava em uma reunião e retornaria a ligação. Até o fim do expediente, contudo, ninguém se manifestou sobre as denúncias.
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