Itajaí

Plá discute perrengues do ferribote amanhã

Vereadores fizeram panfletagem na saída da barcaça pra chamar o povão

Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]

Vereadores de Itajaí e Navegantes fizeram ontem um corpo a corpo na saída do ferri-bote para chamar o povão pra audiência pública que vai discutir a travessia. A reunião rola amanhã, às 19h, na casa do povo peixeira, e acontece dois meses depois de outra audiência, que debateu a possibilidade de construção de uma ponte entre as duas citys.

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Os políticos querem ouvir oficialmente os reclames do povão, que pede mais estrutura nas balsas, passagem mais barata, aumento da distribuição do passe livre pra moradores de outras cidades e desburocratização ...

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Os políticos querem ouvir oficialmente os reclames do povão, que pede mais estrutura nas balsas, passagem mais barata, aumento da distribuição do passe livre pra moradores de outras cidades e desburocratização na hora de pegar o papéli que permite a travessia digrátis. O bagrão do departamento de Transporte e Terminais da Santa & Bela (Deter) jura que já mandou facilitar o acesso ao passe livre, mas diz que baratear a passagem ou aumentar o benefício é uma decisão do governo do estado.

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Daniel Provesi, 24 anos, mora em Navegantes e passa todo santo dia pela máquina do tempo pra fazer o corre em terras peixeiras. Ele lasca que as barcas não têm estrutura e que a passagem é uma facada. “Imagina pagar todo dia, sai muito caro”, reclama o jogador de futebol. O motora Elcio Gilio, 33, diz que volta e meia passa pela barca e pega chuva na cabeça, porque falta cobertura. Ele também acha a passagem cara. “Principalmente pra quem usa carro”, diz.

A técnica de enfermagem Rafaela Pinheiro de Oliveira, 24, tem direito ao passe-livre, mas reclama que pegar o bilhetinho é pura confusão, porque tem poucos funcionários para atender o povão. “Antes, atendiam de manhã e era melhor. Agora, é só à tarde e ficou mais difícil”, reclama.

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O vereador Lino (PMDB), de Navega, é enfático. “É uma das travessias mais caras do Brasil”, afirma. Ele diz que nunca precisou usar muito o ferry, porque sempre trampou e morou em Navega. Mesmo assim, acha injusto o preço da passagem. Ele conta que um buso vai ficar à disposição do povão em frente à igreja matriz, a partir das 18h de quarta-feira, para ninguém ter desculpa pra não participar do plá.

O presidente da câmara dengo-dengosa, Juliano de Maria (PSDB), carca que falta estrutura no ferry, principalmente nas barcas, que o passe livre deveria ser ampliado e desburocratizado, e que o Deter deveria manter mais funcionários para evitar confusão nos dias de entrega dos passes. O vereador fez coro ao colega Lino, e lasca que a passagem é muito salgada.

“Deveríamos ter uma análise profunda da planilha de custos para saber se é justo ou não, qual é a margem de lucro da empresa e saber o que poderia ser reduzido, porque pesa no orçamento das famílias”, diz. Ele explica que pessoas que não têm a moto no próprio nome, mas que usam a cabrita pra trampar, não conseguem o passe livre por causa da burocracia do Deter.

Juliano comandou a comitiva que foi ao Deter, em Floripa, há cerca de três meses para fazer todos esses pedidos pessoalmente, mas lasca que nunca teve resposta. “De lá para cá, o Deter não se pronunciou, mesmo com a nossa cobrança. A audiência pública visa a fortalecer esses pedidos”, acredita.

Extensão do passe livre pra citys vizinhas depende de lei estadual

O presidente do Deter, Neri Francisco Garcia, admite que nunca respondeu aos pedidos da comissão dengo-dengosa, mas diz que pediu providências logo depois do encontro. “Assumi um compromisso na hora para aceitar moto em nome de familiar. Pode pegar com procuração, desde que se cadastre antes e comprove o grau de parentesco. Isso eu determinei e acredito que está sendo feito”, diz.

O bagrão conta que mandou fazer um estudo para tentar estender o passe livre a trabalhadores de cidades vizinhas, mas diz que é difícil concluir a pesquisa, porque não consegue descobrir a quantidade de gente que precisaria do passe. Esta informação é necessária para saber qual seria o impacto no orçamento do estado. Mesmo assim, Neri diz que não tem como conseguir desconto ou subsídio, nem como estender o benefício por conta própria.

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“Essa seria uma decisão de governo, que deveria encaminhar um projeto para a assembleia Legislativa autorizar. Só através de lei pra mudar isso aí, pois é uma questão difícil de atender”, adianta. Neri também diz que nunca soube que havia barcas sem cobertura e afirma que vai ordenar um atraque da fiscalização no ferry.

Apesar de considerar ótimas as instalações do Deter em Navega, ele diz que dá para evitar o empurra-empurra na hora da entrega do passe livre. “O que podemos fazer seria aumentar os dias de entrega de passe. Vou ver isso”, promete. O bagrão nega que a travessia seja a mais cara do Brasil e alega que a empresa de Navegação Santa Catarina ficou quatro anos sem reajustar a passagem, e que os preços atuais foram autorizados pelo Deter.

Neri diz que dificilmente virá à audiência pública, porque tem reunião marcada em Joinville. “Se eu não conseguir chegar a tempo, algum representante irá”, promete. Além do Deter, os vereadores convidaram representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ministério Público, associação dos usuários do ferry, confederação Nacional do Transporte, Capitania dos Portos, das prefeituras, secretaria de Desenvolvimento Regional, procuradoria-geral do estado e da empresa que tem a concessão do serviço.

Empresa diz que não deve dar as caras

O diretor da empresa de Navegação Santa Catarina, Diogo Hasse Weidle, diz que não sabe se vai participar da audiência. “Estamos operando dentro da legalidade. A nossa tarifa é aprovada pelo Deter, as embarcações cumprem as normas de segurança, então não temos muito o que argumentar”, justifica.

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Diogo jura de pés juntos que a tarifa não é a mais cara do Brasil e solta que a empresa perde grana por causa do tal do passe livre. “O Deter paga R$ 1,10 para cada travessia, mas a moto custa R$ 1,70; então, existe uma defasagem”, diz. Mesmo assim, ele se diz favorável a esticar o benefício a moradores de outras citys, que dependem da balsa para chegar no trampo.

Diogo alega que a empresa tem um custo mensal de R$ 350 mil com manutenção, porque o rio Itajaí-açu é emporcalhado e a sujeirada vive causando defeito nos equipamentos. Ele também elenca o gasto de meio milhão de reales com a folha de pagamento dos 230 funcionários diretos e mais os terceirizados.

O filho do dono diz que duas balsas são cobertas, e a terceira vai receber o telhadinho até a semana que vem. “As barcas de carro têm apenas as coberturas laterais por questão operacional, pra permitir a passagem de caminhões e veículos mais altos”, justifica. Segundo ele, existe um projeto de aumentar essa cobertura lateral no próximo ano.




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