As grávidas peixeiras vão ter acompanhamento diferenciado. A mudança ainda não tem data certa para acontecer, mas vai rolar graças à inclusão do hospital e maternidade Marieta Konder Bornhausen no programa Rede Cegonha, do governo federal.
O documento, que assegura a vinda da grana para implementação dos benefícios na city peixeira, foi assinado ontem, em Florianópolis. Na prática, as mãezinhas terão um acompanhamento melhor, com ...
O documento, que assegura a vinda da grana para implementação dos benefícios na city peixeira, foi assinado ontem, em Florianópolis. Na prática, as mãezinhas terão um acompanhamento melhor, com tratamento humanizado e direito a banheira para parto dentro da água e a casa para as pacientes de alto risco. Ao todo, 24 hospitais de 18 cidades do estado vão ser incluídos na rede, entre os quais serão divididos R$ 28 milhões.
A consultora administrativa do hospital, Zilda Bueno, não sabe dizer exatamente quanto o Marieta vai receber do governo, mas acredita que o valor seja de cerca de R$ 158 mil por mês. A grana vai servir para compra de materiais, contratação de mais funcionários e até para manter uma baia pra gestantes de alto risco e mães que tiverem os bebês internados após o nascimento.
Não temos a definição de onde vai ser a casa. Estamos fechando as negociações com o ministério da Saúde, explica Zilda. Ela acredita que o programa vai ser implementado pra valer só depois que a nova ala do hospital, o Complexo Madre Teresa, ficar pronta, no final de 2015.
A partir do momento em que a rede Cegonha sair do papel, a rede pública de saúde peixeira vai passar a oferecer a pílula do dia seguinte. As grávidas também terão o acompanhamento das chamadas doulas, que são enfermeiras especializadas, e farão uma série de exercícios específicos pra prepará-las para o parto. Na hora H, elas poderão escolher a forma de ter o neném, se de pé, agachada, deitada ou ainda dentro da água, numa banheira própria. A intenção é estimular os partos naturais, explica Zilda.
Peixeira aprova a iniciativa
A comerciante peixeira Fernanda Duarte, 26 anos, quase nem acreditou que um serviço do tipo vai ser implantado na rede pública. Acho excelente. É o que falta no Brasil, porque a visão de quem tem parto humanizado é que o neném cresce mais saudável, sem traumas da cesariana ou de um parto induzido, explica.
Ela teve as duas filhas, de dois e quatro anos, em casa e dentro de uma piscina, no chamado parto domiciliar planejado de cócoras na água. O procedimento tem forte aceitação fora do país e teve de ser feito em Floripa, porque não havia em Itajaí.
Fernanda também teve que pagar pelo serviço porque, na época, nem se sonhava com esse tipo de procedimento na rede pública.
Parto natural hoje em dia, da forma que é feito, não é nada natural, reclama. Segundo a mãezinha, hoje em dia o chamado parto natural feito nos hospitais geralmente é induzido e, muitas vezes, os médicos ainda tiram as crianças à força, com os chamados fórceps. Num parto humanizado, o neném nasce no tempo dele, como deve ser, defende.
Hoje são realizados cerca de 400 partos por mês no hospital Marieta, e aproximadamente 35% deles são cesarianas.