Itajaí

Grupo quer independência da zona rural

Aprovação de projeto do Senado pode criar nova farra de emancipações; município de Itaipava teria 70% do território da city peixeira

O projeto conhecido como o novo “trem-bala da alegria”, aprovado pelo Senado na semana passada e encaminhado para a presidenta Dilma Rousseff (PT) canetear, está mobilizando uma pá de gente na região da foz do rio Itajaí. Além da tchurma que quer emancipar o distrito de Monte Alegre da capital da pedra, agora tem um grupo de empresários e políticos tentando criar um novo município, do outro lado da BR-101, reunindo 12 localidades rurais de Itajaí para formar um município que a princípio se chamaria Itaipava, tranformando a city-peixeira numa Itajaí-mirim.

A ideia seria abocanhar a maior parte do município peixeiro, juntando as comunidades do Limoeiro, Brilhante 1 e 2, Estivador, Campeche, Laranjeiras, Arraial dos Cunhas, Paciência, Baía, Km 12, Itaipava ...

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A ideia seria abocanhar a maior parte do município peixeiro, juntando as comunidades do Limoeiro, Brilhante 1 e 2, Estivador, Campeche, Laranjeiras, Arraial dos Cunhas, Paciência, Baía, Km 12, Itaipava e Canhanduba, o que corresponde a uma área de 70% do município de Itajaí. Para isso, uma comissão emancipatória está sendo oficializada, tendo como presidente o empresário Vendelino Raimondi e como vice-presidente o ex-vereador Nilson Germano, que é ligado ao partido Progressista, [o mesmo do prefeito itajaiense Jandir Bellini].

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A comissão deu um bizu na tarde de ontem na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) pra dar um plá com o técnico legislativo e chefe de gabinete da liderança do PP, Rubem César Farah, com a finalidade de buscar “orientação” referente aos procedimentos necessários para conseguir a independência.

Farah diz que tem sido cauteloso, porque ainda tem que esperar a presidenta Dilma sancionar a lei, o que deve rolar nos próximos dias. “Há uma série de exigências, pareceres técnicos, área demográfica, arrecadação etc”, considera o dotô. No entanto, o carinha, que já acompanhou a emancipação de um punhado de municípios, diz que o povo já pode recolher as assinaturas.

Itaipava em números*:

Área territorial: cerca de 200 km²

Habitantes: 25 mil

Eleitores: 8 mil

Arrecadação/ano: 120 milhões de reales

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Localidades: 12 [Limoeiro, Brilhante 1 e 2, Estivador, Campeche, Laranjeiras, Arraial dos Cunhas, Paciência, Baía, Km 12, Itaipava e Canhanduba]

* LEVANTAMENTO DA COMISSÃO EMANCIPATÓRIA

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Comissão foi inspirada pelo distrito de Monte Alegre

O empresário Vendelino Raimondi, 55 anos, que é presidente da comissão emancipatória, conta que a ideia de separar o lado de lá da BR-101 foi inspirada no movimento do distrito do Monte Alegre, que está querendo se emancipar da capita da pedra. “Nós vimos o movimento deles no DIARINHO e acreditamos que podemos fazer o mesmo. Encontramos alguma resistência do pessoal com mais de 60 anos, proprietários de terra, mas os mais jovens estão apoiando a ideia”, diz Raimondi, que mora desde que nasceu no Arraial dos Cunhas. Ele é amigo de moradores do Monte Alegre, em Cambu [inclusive a vereadora Jane Stefenn (PSDB), que apoia a emancipação do Monte Alegre].

Pra tentar mobilizar o povão, a tchurma já formou uma comissão, que ainda não foi formalizada, integrada por 19 pessoas, representantes das 12 localidades que fariam parte da nova city. O grupo já fez três reuniões e agora pretende realizar uma grande assembleia com os moradores, nessa sexta-feira, às 20h30, na capela Arraial dos Cunhas, na beiradinha da estrada de Brusque, rodovia Antônio Heil, no quilômetro 11.

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Apesar de ter um ex-vereador ligado ao PP na vice-presidência da comissão e de ter dado um plá com o chefe de gabinete da liderança dos progressistas na Alesc, Raimondi jura que o movimento não tem nada a ver com politicagem e que nenhum membro da comissão tem interesse em exercer cargos públicos se o novo município for criado um dia. “Nós não queremos misturar política, para fazer uma coisa sem vícios. O Nilson foi vereador, mas está há nove anos afastado da política. A nossa comissão, que é formada por empresários e líderes comunitários, quer que a qualidade de vida das pessoas que moram aqui seja melhor”, discursa o presidente da comissão que mora a 11 quilômetros do centro de Itajaí.

Como a lei especifica que a comissão emancipatória deve recolher assinatura de 20% dos eleitores do distrito, Raimondi espera conseguir apoio de, no mínimo, 1600 moradores/eleitores, pois segundo levantamento feito pela comissão, as 12 comunidades possuem cerca de oito mil votantes.

Além de Itaipava, outro nome sugerido pro novo município seria Brilhante, mas essa etapa só seria vista num segundo momento, depois do recolhimento das assinaturas, estudo de viabilidade e aprovação dos deputados estaduais para a realização de um plebiscito.

Tem gente cabreira com essa história

A ideia de criar um novo município com território corresponde a mais de 70% da city-peixeira, criando uma Itaipavona e uma Itajaizinha, não está agradando a todo o mundo não. Parte do povão que vive no entorno da estrada de Brusque não estava nem sabendo que essa história estava rolando. Ana Francisca Demarch, que é presidenta da associação de Moradores de Itaipava, só ouviu falar dessa história pelo diz que me disse. “Não fui convidada pra reunião nenhuma e acho muito estranho eles passarem por cima dos representantes das associações de moradores”, carca.

Ana Francisca acha que a emancipação só beneficia diretamente a tchurma que envolvida na comissão, pois teriam interesse político no divórcio do lado de lá da BR-101. “Eu acredito que os moradores não vão apoiar esse ideia, porque não estamos preparados, não temos estrutura. Eles fizeram um grupo, formaram essa comissão que só interessa a eles”, ressalta a líder comunitária.

Para o professor e cientista político Eduardo Guerini, o projeto de lei complementar do Senado [98/2002] que define as regras pra criação, incorporação, fusão e desmembramento de municípios não ganhou o apelido de “trem bala da alegria” por acaso. O sabichão considera que, na prática, os pequenos municípios sofrem com a incapacidade de gerar receitas próprias, ficando dependentes de repasses do governo federal e do Fundo de Participação dos Municípios. “É evidente que grupos manipulam a população, fazendo o povo acreditar que haverá algum tipo de melhoria na vida das pessoas. Hoje, se formos pensar em eficiência administrativa, muitos municípios deveriam voltar a ser anexados”, afirma Guerini.

Segundo o cientista político, o outro lado da BR-101 não conseguiria se manter apenas com a sua produção agrícola, prestação de serviços e empresas no setor de logística. “Enquanto se fala em desenvolvimento regional, buscando ações efetivas praa esse desenvolvimento, não podemos falar em criar mais municípios, gastando dinheiro com estrutura de câmara de vereadores, prefeitura, secretarias, fórum,” carca Guerini.






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