Para ajudar você a decidir onde é melhor para ganhar dinheiro na porta dos cemitérios, o DIARINHO fez um levantamento de custos e critérios para a liberação de alvarás a vendedores ambulantes nas quatro principais cidades da região da foz do rio Itajaí-açu: Itajaí, Balneário Camboriú, Camboriú e Navegantes.
E não se espante com as diferenças tanto nos preços quanto nas condições das licenças. Os alvarás, por exemplo, custam de 16 pilinhas a mais de 400 contos, dependendo a cidade. Existem lugares em que o ambulante vai poder montar barraquinha praticamente na frente do cemitério. Já, em outras citys, quem der plantão de vendas na porta do campo santo vai sofrer com a rapa da fiscalização.
São mais de 15 cemitérios nesses quatro municípios. Apesar do feriado de Finados cair no dia 2, é entre 1º e 3 de novembro que milhares de pessoas promovem uma verdadeira peregrinação pra lembrar e homenagear parentes e conhecidos já falecidos. Um nicho de mercado para quem não se importa de passar o dia todo dando uma de mascate.
Navegantes
A city dengo-dengo alega que a licença para trampar de ambulante no Dia das Almas é barata. Custou só uns 16 pilinhas, informa Marcos Müller, diretor de fiscalização e tributos da secretaria de Finanças da prefa. A cidade tem três cemitérios.
Mas por lá vai ter um esquema próprio para a liberação dos alvarás. A começar pela data. Vamos fazer as liberações das licenças só até o dia 30 de outubro, avisa o bagrão da Finanças. Ou seja, quem não aparecer para fazer o pedido até na quarta-feira da semana que vem, perde a oportunidade.
Diferente das outras cidades, em Navega a licença vai ser dada para trampar só no sábado. Mas a vantagem, diz Marcos, é que a prefa vai disponibilizar um local público, pertinho dos cemitérios, para os ambulantes poderem trampar.
O pedido do alvará é feito no setor de tributação, que fica no prédio da prefeitura, na rua João Emílio, 100, no bairro São Pedro, Pontal, bem pertinho do ferribote. Tem expediente pela manhã e à tarde.
Camboriú
A prefa de Camboriú também vai disponibilizar um espaço público aos vendedores ambulantes, garante Sérgio Venâncio, secretário de Finanças da capital da pedra. Todos os anos, a gente já deixa um lugar reservado para o pessoal se instalar, diz o abobrão. E isso nos dois cemitérios públicos da cidade. Além de flores, velas e vasos, também poderão ser vendidos churros, pipocas e picolés.
O alvará por lá custa uns 70 contos, e o povo vai poder trampar de sexta-feira até domingo. Para pegar o documento, é facin. O ambulante deve vir até a secretaria de Finanças, que fica na prefeitura, trazendo documentos pessoais para fazer o pedido, pegar o boleto da taxa, pagar no banco e voltar para já retirar o alvará provisório, explica Sérgio.
Ou seja, faz tudo praticamente numa tacada só. As liberações vão ser feitas até sexta-feira. A prefa de Camboriú fica na avenida Getúlio Vargas, 77, perto da praça das Figueiras, bem no centro.
Entre 30 a 50 licenças de ambulantes costumam ser liberadas todo santo ano, calcula o secretário das Finanças. Sérgio Venâncio avisa que não adianta tentar ludibriar e aparecer no cemitério pra vender qualquer coisa sem alvará. Temos uma equipe de quatro fiscais de plantão, que atuarão nos dois cemitérios, ressalta.
Leva documentos pessoais, pega o boleto, paga no banco e já retira o alvará provisório.
Itajaí
Itajaí, que já foi a Meca dos vendedores ambulantes no Dia dos Finados, agora está vendo a atividade morrer à míngua. No ano passado, estima Paulo Praun, secretário de Urbanismo da prefa peixeira, não mais que 10 pessoas foram até a prefeitura pedir licença para fazer algum comércio no entorno dos cerca de 10 cemitérios públicos e privados espalhados pela city. Isso tem acontecido, principalmente, pela falta de espaço para os ambulantes se instalarem, acredita o abobrão.
Ainda esta semana, revela Paulo Praun, o pessoal das secretarias de Urbanismo, da Fazenda e da secretaria de Segurança Pública, através da coordenadoria de Trânsito (Codetran) vão definir o local destinado aos ambulantes no cemitério municipal do bairro Fazenda, que recebe a maior parte do povão no Dia das Almas. Só vamos esperar para saber como será definido o trânsito para decidir o local, explica. Mas o secretário de Urbanismo já avisa: Não será em cima da calçada.
Em Itajaí, o alvará é carinho. Vai sair na faixa de R$ 120, que é o valor de uma unidade Fiscal Municipal, afirma Paulo Praun. Além do preço e da indefinição de um espaço pra ficar, o ambulante ainda enfrenta certa burocracia. Primeiro, precisa fazer um pedido de viabilidade no balcão do cidadão, que fica no hall do prédio da prefeitura, na rua Eugênio Müller, bairro Vila Operária. Tem que dizer o que vai querer vender. De cara, paga uma taxa de 11 pilinhas. Aí, tem que esperar o oquêi de um auditor fiscal. A resposta sai em dois, três dias, no máximo, diz Paulo Praun. Ou seja, se quiser garantir o alvará, tem que aparecer na prefa no máximo até terça, no mais tardar quarta-feira.
Só depois do resultado do pedido de viabilidade é que pode solicitar o alvará. E aí o bicho pega, porque vai ter que desembolsar os 120 pilas.
Balneário Camboriú
Balneário Camboriú é a cidade mais embaçada para quem quiser trampar como vendedor ambulante durante o dia de Finados. A começar pelo preço do alvará. O custo gira em torno de quatro unidades fiscais municipais, e cada unidade é R$ 198, informa Gilberto Resende, o Giba, diretor geral da secretaria da Fazenda da prefa da maravilha do Atlântico. Se você já correu até a calculadora para fazer a multiplicação, certamente está assustado com os preço de R$ 792 para a licença temporária. Uma verdadeira facada no lombo.
Achou que para por aí? Que nada. Em Balneário, não vai haver local público para os ambulantes. As pessoas terão que usar o próprio quintal ou, então, alugar um espaço na casa de alguém se quiser arriscar montar o negócio. Isso sem falar da taxinha de 11 pilas para fazer o pedido de viabilidade na secretaria de Planejamento, antes de solicitar o alvará. A resposta do pedido, garante o bagrão da prefa, sai de um dia pra outro.
Giba diz, ainda, que quatro fiscais de plantão estarão de olho nas proximidades do único cemitério da cidade, que fica na rua das Saudades (nome pra lá de sugestivo), no bairro da Barra.