O tempo fechado e o fato de ser ainda a primeira partida da decisão não afastaram ninguém do estádio Augusto Bráulio Werner, que ficou socado de gente pra assistir Trevo e Rio do Ouro. Tarde típica num campo amador peixeiro, com muitos carros, cerveja, amigos e família torcendo para as duas equipes.
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Mas o jogo demorou para entrar no embalo da torcida, e o primeiro tempo foi morno. A equipe do Trevo dominou as ações e abriu o placar aos 23 minutos, quando Ricardo colocou a gorduchinha no fundo da rede. A equipe do Rio do Ouro tinha dificuldade em chegar, e a melhor defesa de Luciano saiu nos minutos finais da primeira etapa, quando voou no canto pra pegar uma cobrança de falta.
Na frente no marcador, o Trevo voltou do intervalo indo para cima e assustou quando Guga, fez o diabo na esquerda, chegou no fundo e cruzou rasteiro procurando Galinha, mas a defesa tirou.
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Foi o último lance do camisa nove que saiu pra entrada de Zaia. O Trevo, do técnico Paulinho, se fechou mais apostando na experiência de Edson Rosa e Leandrinho e na velocidade de Guga. Zilda então mandou o Rio do Ouro pra frente.
Mas o adversário foi quem chegou mais. Edson Rosa cobrou falta, a bola foi desviada na entrada da área e a bola saiu por pouco. Pouco depois, ele cortou um marcador, colocou entra as pernas do outro e encheu o pé. Ulisses espalmou e a defesa mandou pra escanteio.
Os sustos acordaram a equipe da casa que passou a dominar o jogo. Rafael Couto mandou uma bomba de longe e viu Luciano salvar. O empate quase saiu em cobrança de falta. O jogo foi ficando mais pegado e a boleirada deu trabalho pro árbitro CBF, Rodrigo DAlonso Ferreira, que distribuiu muitos cartões amarelos por reclamação.
No lance mais polêmico do jogo, veio cruzamento da esquerda, Rafael Couto meteu a cabeça, a bola desviou na defesa e sobrou para Vital tentar o empate, mas o goleiro Luciano fez boa defesa. Revolta do time da casa que foi pra cima do árbitro e pediu um toque de mão no desvio da defesa.
De tanto pressionar, saiu o gol do Rio do Ouro aos 37. Gê cruzou no segundo pau e a cabeçada pro meio encontrou o pé de Erikson que se jogou pra empurrar a bola pro fundo da rede deixando tudo igual.
Nos poucos minutos que sobraram da partida, ninguém conseguiu mudar o placar. Futebol é isso. Eles tiveram uma chance clara de gol e fizeram. Eles estavam com sorte, todas as sobras caiam no pé deles, mas foi bom a decisão ficar pro segundo jogo, ninguém com vantagem, comentou o atacante Vital, capitão do Rio do Ouro. Quem errar menos no domingo, vai ser campeão, palpita.
Sabíamos que ia ser emoção até o final. Quem não faz, leva; a gente teve chance de matar o jogo, mas não matou, se queixa o técnico Paulo José Batista, o Paulinho. O comandante do Trevo, porém, não poupou elogios pro seu time. Acho que a minha equipe jogou muito bem, o gol deles saiu num bate e rebate. Vamos pra segunda partida com a mesma vontade e a mesma pegada de hoje, promete.
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Fim de uma era?
A partida decisiva do campeonato da LID pode se tornar uma marca ainda mais histórica no futebol amador peixeiro. Maria Zilda Dalmolin, técnica da equipe do Rio do Ouro, anunciou que vai pela última vez comandar uma equipe. Depois da final, independentemente do resultado, ela põe fim a carreira de mais de três décadas.
Não é a primeira vez que ela fala isso, mas dessa vez, ela jura que vai cumprir. Pode anotar aí e depois me cobrar, domingo é minha última partida. Tô com 62 anos, tô velha, não dá mais, garante a treinadora.
A carreira de Zilda incluiu uma renca de títulos no suíço e no amador e duas marcas histórias: primeira técnica da história do Camboriú Futebol Clube, o que a tornou a primeira mulher a treinar um time profi no Brasil.
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