Passados 14 dias da largada em Le Havre, na França, o veleiro Macif, que liderava a categoria Imoca da regata Jacques Vabre, teve de abandonar a prova. O barco de 60 pés perdeu o mastro durante a madrugada de quinta-feira e fará uma parada em Salvador, na Bahia, para tentar consertar a peça danificada ou fazer adaptações para voltar à prova.
Quando o acidente ocorreu, o navegador François Gabart estava no cockpit, e seu parceiro, Michel Desjoyeaux, descansava. Estamos no mesmo estado de espírito: tristes e desapontados. Felizmente, ...
Quando o acidente ocorreu, o navegador François Gabart estava no cockpit, e seu parceiro, Michel Desjoyeaux, descansava. Estamos no mesmo estado de espírito: tristes e desapontados. Felizmente, nada ocorreu com a gente, disse François. As causas da avaria no mastro ainda são desconhecidas.
A quebra rolou quando o barco navegava rumo a Itajaí, a uma velocidade entre 20 e 30 quilômetros por hora. Parte da vela tocou no mar, e a dupla passou um bom tempo tentando resolver o perrengue. Tudo durou dois segundos, por isso, não posso especular qual foi o real problema. A velejada ocorria em circunstâncias normais, e acredito que a disputa direta pelo primeiro lugar com o PRB não tenha afetado o barco, analisou François.
Veleiros da Multi50 já pintam na costa
A briga pela liderança da regata Jacques Vabre na categoria Multi50 ficou mais acirrada a cerca de 500 quilômetros da linha de chegada. A diferença entre o primeiro colocado, o FenétreÁ Cardinal, e o segundo, o Actual, despencou pra 20 quilômetros de quarta para quinta-feira. A embarcação conduzida por Erwan Le Roux e Yann Eliés chegou a ter uma vantagem tranquila de 92 quilômetros na ponta.
Até o fechamento desta edição, os dois barcos ainda não haviam dado as caras na costa peixeira. Pelas contas da organização da regatona, a previsão é de que eles cheguem pelaqui entre as 3h da madruga e o início da manhã de sexta-feira.
O jogo tático das duas equipes ficou evidente quando elas cruzaram a região entre a Bahia e o Espírito Santo. O FenétréA optou por fazer mais manobras atrás do vento. Já o rival adotou uma linha reta e pegou o mar mais plano, próximo à costa.
A disputa tática é tão intensa que os competidores não tiveram tempo sequer para descansar. É um jogo de táticas. Tentamos mudar os bordos para evitar a ultrapassagem deles. Nós estamos bem cansados, mas isso faz parte da regata, falou Erwan Le Roux, do FenêtréA. O gringo admite que esse é o momento mais crítico e exigente para os velejadores. A concentração deve ser total nesse momento. Qualquer problema pode acabar com a vitória.
Enquanto os dois multicascos passaram a maior parte da quinta-feira cruzando o litoral de São Paulo e do Paraná, os outros dois da Multi50 estão bem mais afastados. O Rennes está na proa de Recife (PE) e o Vers un monde sans SIDA já cruzou a linha do Equador e se aproxima de Fernando de Noronha.
Veleiros da Mod70 são desatracados
Os dois veleiros da classe Mod70 que chegaram a Itajaí na segunda-feira passada foram desatracados ontem à tarde. O Edmond de Rothchild, vencedor da prova, e o Omain Air-Musandam, segundo colocado, deixaram o atracadouro da Vila da Regata e agora estão estacionados no píer do saco da Fazenda. Todos os barcos que chegarem serão atracados neste píer, explica João Henrique Baggio, assessor de Comunicação do comitê Central do evento Aventura pelos Mares do Mundo. As embarcações ficam por lá até o primeiro dia de dezembro.
A desatracação dos dois barcões da categoria mais veloz da Transat Jacques Vabre foi necessária para que os próximos veleiros possam atracar no píer da Vila da Regata.