Após quase 10 mil quilômetros e 15 dias de regata pelo oceano Atlântico, o barco FenétréA Cardinal, da categoria Multi50, finalmente cruzou a linha de chegada. O veleiro, guiado por Erwan Le Roux e Yann Elies, aportou em Itajaí às 3h40 da madruga. O Actual chegou horas depois, já no início da manhã de sexta-feira. A recepção calorosa rolou ao som da música Aquarela do Brasil, de Ary Barroso.
Uma cerimônia formal ontem à tarde, na vila da Aventura, premiou os velejadores gringos das duas equipes. Sobrou champanhe e festa na comemoração. Valeu a pena vir a Itajaí. Tivemos que trabalhar ...
Uma cerimônia formal ontem à tarde, na vila da Aventura, premiou os velejadores gringos das duas equipes. Sobrou champanhe e festa na comemoração. Valeu a pena vir a Itajaí. Tivemos que trabalhar duro para conter o ataque do Actual, mas também nos divertimos a bordo. Fizemos uma regata consistente, disse Erwan Le Roux, que pela segunda vez conquista o título da Transat Jacques Vabre. Ele tinha levantado o caneco em 2009.
A comemoração efusiva de Erwan não foi à toa. O multicasco FenétréA teve dificuldades durante a batalha contra o Actual, que por vários momentos o ameaçou, principalmente quando ambos cruzavam o litoral brasileiro. Nas últimas 24 horas, contudo, a dupla Erwan e Yann soube aproveitar melhor os ventos, com média de 28 km/h, contra 22 km/h do Actual, de Yves le Blévec e Kito de Pavant.
Sempre entre os primeiros desde a largada da regata, em Le Havre, na França, o FenétréA assumiu de vez a ponta após a passagem pela ilha da Madeira, no continente africano. A quebra do Maítre Jacques e a parada relâmpago do Actual pra um pit-stop ajudaram a consolidar o título. Nós nunca fomos apontados como favoritos, apenas tomamos as decisões certas. Foi tudo muito intenso, contou Yann Eliès.
Apesar do segundo lugar, a dupla do Actual garante que chega a Itajaí de cabeça erguida. Nós não estamos decepcionados com o segundo lugar. A regata foi bem disputada e cheia de emoções, como a passagem rápida pelos Doldrums e o nosso pit-stop na ilha da Madeira. Sabíamos que seria difícil vencer, porém provamos que o barco é rápido, mantendo o ritmo forte durante toda a travessia, contou Kito de Pavant. O barco anda no seu limite, e é preciso ficar sempre alerta, mesmo com vento fraco, para evitar quebras. Isso gera bastante tensão, completou o velejador vice-campeão.
Os dois primeiros colocados da Multi50 abriram boa vantagem em relação aos outros dois veleiros da categoria. A organização da Jacques Vabre não tem uma previsão exata de quando os demais competidores aportarão na costa peixeira, já que o terceiro colocado, o Rennes, ainda cruzava o litoral da Bahia ontem à tarde. Quarto melhor colocado na Multi50, o barco SIDA seguia perto do Recife, em Pernambuco.