Itajaí

Fogo detona casa do coveiro no cemitério

Filhas do coveiro, que morreu em 2003, brigam na dona justa pra continuar morando no local, onde não pagam aluguel, água ou luz

Sem tirar o olho do chão, Karla Bianca da Cunha, 33 anos, permanecia em estado de choque na manhã de ontem. Na noite anterior, um incêndio destruiu completamente o quarto dela e parte da casa onde mora com a irmã, Rosimari da Cunha, 28, dentro do cemitério da Fazenda, em Itajaí. A mulher, que ficou apenas com a roupa do corpo, perdeu o emprego de vigilante três dias antes da tragédia.

As manas são filhas do antigo coveiro Pedro Luiz da Cunha, que trampou no cemitério por mais de 20 anos. As duas continuaram na casinha do pai, mesmo depois do falecimento dele, em 2003. Chegaram ...

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As manas são filhas do antigo coveiro Pedro Luiz da Cunha, que trampou no cemitério por mais de 20 anos. As duas continuaram na casinha do pai, mesmo depois do falecimento dele, em 2003. Chegaram a responder uma ação despejo, mas lutam na dona justa pra não perder o arrego.

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O incêndio começou no domingo, pouco depois das 21h, no quarto de Karla, onde os eletrônicos estavam desligados, mas plugados nas tomadas. Além de todas as roupas e móveis, as chamas destruíram documentos, caixas de som, ar condicionado, DVD, home theater e uma tevezona de 50 polegadas, que foi quitada no mês passado.

Os bombeiros foram chamados às 21h30 e conseguiram conter o fogaréu e salvar os dois cachorrinhos da família, mas o passarinho de estimação morreu intoxicado dentro da gaiola. Os vermelhinhos tiveram que usar dois mil litros de água pra dar conta de apagar as labaredas. O laudo oficial ainda não saiu, mas há suspeitas de que o fogo tenha iniciado por causa de um curto circuito.

Rosimari conta que saiu da baiaquase nove da noite e mal havia chegado na casa do namorado, no bairro São João, quando vizinhos ligaram pra contar que a casa estava pegando fogo. “O bombeiro disse que se o caminhão tivesse saído pra atender outra ocorrência, a casa tinha queimado inteira”, conta Rosimari.

Pra ela, o mais triste é ver a situação da irmã. “Ela ficou desempregada na quinta-feira, agora perdeu tudo. Isso que já tinha passado por um incêndio antes”, lembra. O primeiro fogaréu foi há 12 anos, quando a vigilante desempregada morava com a avó, no bairro Fazenda. Rosimari conta que, na época, a mana só conseguiu tirar a velhinha de dentro de casa, e ambas perderam tudo o que tinham.

Quem quiser ajudar Karla com roupas ou uma oferta de emprego, pode entrar em contato pelos telefones (47) 8828-3460 ou (47) 8495-7017. Ela tem segundo grau completo e curso de empilhadeira e vigilante.

Irmãs moram digrátis na casa do pai

Além de estar tristona por causa da situação da baia e dos perrengues que a irmã tá passando, o maior medo de Rosimari é ter que deixar o lugar onde mora desde que nasceu, há 28 anos. As manas moravam ali com o pai, Pedro Luiz da Cunha Neto, que trampou durante mais de 20 anos como coveiro, por isso conseguiu a regalia de viver na casinha, logo na entrada do cemitério. Ele faleceu em 2003 e, no ano seguinte, um funcionário da prefa apareceu com uma ordem de despejo. As gurias bateram o pé e resolveram recorrer à dona justa pra não ter que sair da casa. Por causa do incêndio, ambas têm medo de perder a moradia.

Atualmente, elas não pagam aluguel nem as contas de água e luz, que são quitadas pela prefa. Rosimari, que tem um cargo comissionado como auxiliar de coordenação de um creche, alega que não tem como bancar aluguel, apesar de ganhar pouco mais de R$ 2 mil. “Ainda mais agora, que a minha irmã está desempregada”, diz.

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Ontem ela foi até a prefa pra ter um plá e pedir um arrego na reconstrução da casa. Diz que, mesmo com a baia capenga, não vai arredar o pé dali. “Daqui não vamos sair”, carca.

O bagrão da secretaria de Obras, Tarcizio Zanelato, explica que não tem poder pra autorizar ou negar a reforma no local e reconhece que as manas estão com um baita arrego, já que moram totalmente digrátis, com as contas pagas pelo povão. “Tem que falar a verdade. Elas estão morando ilegalmente, acabam utilizando a água e luz do próprio poder público”, diz.

O procurador da prefa de Itajaí, Rogério Ribas, diz que o processo é tão antigo que ninguém sabe mais onde é que ele tá. A expectativa dele é encontrar a papelada até hoje.

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