Itajaí

Marinha mantém silêncio sobre o caso do ex-prefeito assassinado em BC

A Marinha continua em silêncio sobre o caso do ex-prefeito de Balneário Camboriú Higino Pio, morto pelo regime militar em 1969, após ser preso e torturado por 11 dias nas dependências da escola de Aprendizes de Marinheiro de Santa Catarina, em Florianópolis. Em contato com o setor de Relações Públicas da entidade, a reportagem foi comunicada que somente através de uma autorização do alto comando da Marinha alguém poderá falar em nome da instituição sobre o caso.

A professora Derlei Catarina de Luca, que faz parte do Coletivo Catarinense Memória, Verdade e Justiça, explica que o silêncio da Marinha se estende a todos os demais casos de tortura e mortes. ...

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A professora Derlei Catarina de Luca, que faz parte do Coletivo Catarinense Memória, Verdade e Justiça, explica que o silêncio da Marinha se estende a todos os demais casos de tortura e mortes. O intuito seria abafar as ações do instrumento de repressão mais violento dentro das forças armadas brasileiras. “O centro de Informações da Marinha, Cenimar, era o serviço secreto mais terrível dos militares”, conta a militante que foi presa e torturada nas décadas de 60 e 70 por participar de movimentos sociais.

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Derlei se revolta com o silêncio da entidade depois de várias solicitações da comissão Nacional da Verdade, criada pelo governo federal para apurar todas as atrocidades durante os 21 anos de ditatura militar no país. “A Comissão já solicitou vários documentos, mas eles nem respondem ou, quando muito, dizem que não têm nada a mostrar”, ressalta a professora.

A representante do Coletivo Catarinense Memória, Verdade e Justiça sonha com a conclusão dos relatórios para responsabilizar os agentes responsáveis pelas torturas e vários assassinatos que aconteceram no estado de Santa Catarina. “Eu acho que eles têm que responder sim. Queremos um julgamento, que tenha uma ação declaratória dizendo quem são os torturadores e assassinos, como aconteceu com o Coronel Ustra em São Paulo [Carlos Alberto Brilhante Ustra é um coronel reformado do Exército Brasileiro. Em 2008 ele se tornou o primeiro militar a ser reconhecido pela dona justa como torturador durante a ditadura].

Prefeito de Balneário

Pedro Luiz Lemos Cunha, perito oficial do comitê Nacional da Verdade, conta que a morte do ex-prefeito Higino João Pio foi o primeiro caso registrado no Brasil em que os militares praticaram a farsa de maquiar a cena de um crime, mostrando suas vítimas como se tivessem cometido suicídio através do enforcamento dentro das celas. “Essa farsa foi pior que a do caso Vladimir Herzog, que viria a acontecer seis anos depois [1975]”, opina o perito que ontem investigava casos de tortura e morte praticadas pelos militares em Foz do Iguaçu, no Paraná.

Cunha pretende vir em breve a Santa Catarina a fim de colher e checar informações para a conclusão do relatório sobre a morte do ex-prefeito da Maravilha do Atlântico, mas não revela a data. “A ideia é fazermos uma análise mais aprofundada das provas materiais e também do próprio instituto Médico Legal (IML), antes de chegarmos ao relatório final”, conclui.



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