Matérias | Geral


Itajaí

Giana Cervi, Valéria de Oliveira e Marcelo Moraes

“Casa da Cultura em pleno funcionamento? Mentira! No auditório ainda chove depois da reforma”

Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]


O som foi cortado durante a apresentação de Giana Cervi na Vila da Regata. Um vereador, além de aplaudir o desrespeito cometido contra a cantora, ainda sugeriu que ela merecia uma surra. As duas situações despertaram de um sono profundo a classe artística de Itajaí. Depois do embate, vieram à tona os problemas que, pela correria do dia a dia, acomodação e desmobilização da classe, não eram debatidos. Nesta semana, o DIARINHO entrevistou a cantora Giana Cervi, a atriz Valéria de Oliveira e o presidente do conselho Municipal de Cultura, Marcelo Moraes, para falar sobre esse descontentamento todo. Para as jornalistas Franciele Marcon e Vânia Campos, o trio falou sobre a falta de gestão e corpo técnico da fundação Cultural de Itajaí, do plano Municipal de Cultura que não consegue deslanchar, da falta de respeito das autoridades com a classe artística e da ideia, pra eles de jerico, de juntar o Festival de Música, o Salão de Arte e a Marejada à Regata Jacques Vabre. Uma classe descontente que, sem papas na língua, colocou o dedo na ferida. As fotos são de Lucas Correia.


 

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DIARINHO: O episódio acontecido na última noite do evento Aventura pelos Mares do Mundo, quando foi desligado o som antes de a cantora Giana Cervi concluir a última canção, causou revolta na classe artística. A partir daquele momento, houve sucessivas manifestações não somente contra a postura do organizador, Amílcar Gazaniga, mas, especialmente, contra a administração Jandir Bellini. O episódio parece ter sido um catalisador para a revolta, pois o que se ouviu, a partir dali, foi uma queixa generalizada contra as políticas culturais em Itajaí. O descontentamento tomou forma após esse ato?

Valéria: Me parece que esse ocorrido pôs pra fora tudo o que a gente tem vivido nos últimos cinco anos: um descaso total da cidade na área da cultura, um descaso com os artistas e uma ausência total de gestão e de política pública pra cultura.


Marcelo: O Festival de Música foi colocado num evento maior e foi sendo engolido. A gente vinha debatendo em todos os encontros do Comuc [conselho Municipal de Cultura] esse equívoco de gestão. E isso que aconteceu com a Giana, infelizmente, foi um gatilho de toda uma discussão que já vinha revoltando a classe artística. Vamos chamar de a gota d’água. Temos que utilizar esse fato com o objetivo de mudar toda uma trajetória que as políticas públicas culturais de Itajaí vinham tomando.


DIARINHO: Quais são as principais reivindicações?

Marcelo: Principalmente em relação ao Festival de Música, a data e o formato que foram mudando com o passar do tempo. Acho que neste ano a gente perdeu muito dele. De 2004 pra cá, o festival perdeu em divulgação, em peso, em consistência, em forma e em conteúdo. Isso a classe artística vinha sentindo, reivindicando. A jam session mudou, o show no mercado mudou, as oficinas mudaram. A classe artística não quer que não aconteça um evento como a regata, a gente só não quer que nossos projetos culturais sejam inseridos dentro deste evento. Isso também aconteceu com o Salão de Artes, que acabou ocorrendo simultaneamente com o Festival de Música dentro da regata. Também se perde muito desse projeto, que tem um investimento bastante elevado por parte da prefeitura.

Valéria: Quando a Casa da Cultura ficou fechada por quatro anos, o Festival de Música perdeu um espaço e o teatro também. A Casa da Cultura era praticamente um catalisador das oficinas. Quando tu vais tirando a identidade de um evento, tu tiras o poder da ação formativa dele. O Festival de Música fez uma coisa muito importante na cidade: formou praticamente toda essa geração da Giana, do Ricardo Pauletti e outros. Criou uma geração de músicos profissionais, um conservatório de música e cada vez mais essa identidade tá se perdendo, perdendo o caráter formativo, na minha opinião, o mais importante. Exemplo do Festival Brasileiro de Teatro. A primeira edição veio nesse molde, com um trabalho formativo, os grupos ficaram todos na cidade, houve os debates, os workshops e outras atividades. Isso porque nossa cidade não tem curso superior de Artes Cênicas, não tem escolas oficiais de teatro, tem os nossos grupos, damos cursos, mas não são escolas oficiais. Então, a primeira edição do Festival Brasileiro de Teatro abriu uma esperança que aconteceria o que aconteceu com o Festival de Música, profissionalizando mais um pessoal, expandindo. Mas não. Transformaram esse evento numa mostra de teatro que não precisamos, porque o Sesc já faz isso: traz espetáculos do Brasil todo pra apresentar aqui. O mesmo que acontece hoje com o Festival Brasileiro de Teatro: os grupos vêm, apresentam, no outro dia fazem uma conversa e vão embora. Não tem a convivência, não tem o estímulo.

DIARINHO: E há um diálogo sobre esse descontentamento com o poder público por meio da fundação Cultural ou do conselho Municipal de Cultura? Vocês conseguem ser ouvidos?


Valéria: Não. A gente consegue falar, mas a gente não é ouvido. Não há retorno. Assim como eu cito a questão da Casa da Cultura em relação ao Festival de Música, nós temos uma fundação que tem o prédio, a estrutura, a internet, o telefone, mas não tem a equipe técnica pra trabalhar. Então tu falas pras paredes, haja vista que em qualquer reunião que tu fores, quem está sempre: o [José Amandio] Russi e o André. Só que uma fundação cultural ou qualquer outro tipo de fundação não se levanta, não faz um trabalho com duas pessoas e duas pessoas que começam a tomar decisão. E aí, o que a fundação virou? Um balcão, um toma lá dá cá. A pior frase que eu ouço hoje na Fundação Cultural, que me destrata altamente, é: “Vamos dar uma ajudinha pra essa moça aqui”. Pera aí! Sou uma profissional do teatro, sou professora da universidade do Vale do Itajaí.

Giana: Itajaí teria plenas condições de ter um instituto Integrado de Artes que fosse referência no país. Porque o material humano, que é o mais difícil de conseguir concentrado num mesmo lugar, vamos combinar, aqui tem muita gente que faz, de fato, arte. Se o mais difícil a gente tem, precisaríamos de quê? De verba. Que a gente também tem, porque o nosso município arrecada muito dinheiro. A única explicação é falta de vontade política. E não acho que seja desse ou daquele, a questão não é pessoal, não é o [Jandir] Bellini, o Volnei [Morastoni] ou desse ou daquele vereador. Eu ouvi nesta semana: “Mas você tá reclamando do quê? Foi uma das pessoas mais privilegiadas nessa regata.” Cara! Eu não fui pedir nada pra ninguém. Fui convidada porque tenho o meu trabalho. Agora, fica parecendo assim: “você já tem o suficiente, não reclama não, fica na tua”. Então a gente fica com medo de represálias. Graças a Deus, por conta dessas manifestações que aconteceram sem que a gente pudesse imaginar ou prever, acho que as represálias não vão acontecer.

DIARINHO: Qual a forma de ação para retomar o que era o Festival de Música, fazer com o Festival de Teatro ganhe esse espaço, para que os artistas sejam mais respeitados, para que a vontade política que vocês reivindicam apareça?

Valéria: Modificar a forma de governar e de gestar a Fundação Cultural. Porque nós, artistas, trabalhamos, estudamos, representamos Itajaí na cidade, no estado, no Brasil, internacionalmente. Os grupos de teatro vão pra gira nacional e internacional, o pessoal da música vai também.


Giana: Ninguém parou de trabalhar porque a fundação não tá apoiando.

Valéria: Chega um momento em que nós esbarramos na questão institucional. Não podemos ir lá despachar com o prefeito. Precisa mudar a gestão, mudar as pessoas, porque nós precisamos de uma fundação que tenha força política. Porque hoje, quem gerencia a Fundação Cultural não tem força política pra chegar no gabinete do prefeito e fazer uma discussão efetiva. O que a fundação não tem é equipe técnica. A gente sabe que uma superintendência, uma presidência, são cargos políticos. A gente entende qual é o papel. Agora, atrás de mim eu tenho que ter um corpo técnico que dê conta daquilo que eu vou levantando como frente de trabalho.

Giana: Aliás, essa foi uma das reivindicações colocadas na câmara Setorial de Música: que se faça concurso para que, pelo menos, boa parte dos funcionários da Fundação Cultural seja concursada e capacitada a trabalhar com cultura de fato. Caso contrário, vira cabide de empregos.

Valéria: A gente tá vivendo uma problemática que não é artística, é de governo. Um exemplo clássico e claro disso: plano Municipal de Cultura. Estamos nesse engodo há anos. Anos! Eu fui na última reunião do porto com essa equipe que eles contrataram por não sei quantos mil pra fazer o plano Municipal, e eles estavam falando das mesmas coisas que a gente tá discutindo há não sei quantos anos. Eu digo: “Pera aí! Vocês tão recebendo esse dinheiro todo pra falar o que a gente já falou?”

Marcelo: Logo Itajaí, que tem um movimento, uma efervescência cultural de destaque no estado. Navegantes já tem um plano, Balneário já fez um plano, cidades menores já tiveram um plano. Itajaí tá remando e sempre esteve à frente. A gente tava caminhando com o plano, seguindo as etapas e, de repente, recebemos a notícia de que a Amfri contratou uma equipe técnica de uma escola de engenharia ou algo assim, da federal [UFSC] de Florianópolis, pra fazer o plano. E o que mais me assustou nisso tudo foi essa reunião em que eles iam apresentar pra gente um diagnóstico da cultura de Itajaí. Mas como eles vão fazer um diagnóstico sem a participação da classe? Eles disseram: “A gente fez um encontro técnico com a Fundação Cultural e lá a gente elaborou um diagnóstico.” Não é diagnóstico, né? É um levantamento.

Valéria: Vou citar um exemplo do diagnóstico que eles apresentaram sobre os espaços culturais: um conservatório de música em pleno funcionamento – mentira, porque o conservatório de música tá caindo; um teatro municipal em pleno funcionamento – mentira, não tem nenhum aparato técnico no teatro municipal, tá tudo estragado, tudo queimado, os spots não existem, cada vez que vai ter uma coisa lá, tem que contratar; Casa da Cultura em pleno funcionamento – mentira. Vai lá no auditório da Casa da Cultura: não tem nada e ainda chove lá dentro depois da reforma. Não tem uma luz, não tem nada. A sala de artes visuais, que é da área da diretora, tem um equipamento de iluminação que é um negócio fora do comum. Não sei pra que tanta luz naquele espaço tão pequeno. O auditório não tem nenhum spot. Tu vais lá quando tem exposição de artes plásticas, tem coquetel etc., ou tu vais fazer qualquer outro evento lá, não tem um funcionário pra atender.

Marcelo: Eu não entendi, até hoje, qual a metodologia do Egen [empresa contratada]. Acredito que eles estão fazendo em Itajaí o mesmo trabalho que estão fazendo em Porto Belo. Mas você não pode ter em Itajaí um trabalho igual ao de Porto Belo, sem desrespeitar Porto Belo, mas Itajaí tem um aparato de mecanismos de investimentos, equipamentos, infraestrutura e produção artística muito maior do que Porto Belo.

DIARINHO: Qual a importância do plano Municipal de Cultura?

Marcelo: Em Itajaí, a gente vem discutindo isso há mais ou menos quatro anos, mas a cada troca de conselho, a cada troca de gestão, tudo é interrompido. Só que, desta vez, nós estávamos no caminho, com o processo em andamento quando foi interrompido para a contratação dessa empresa. E o mais engraçado: não foi a Fundação Cultural que contratou essa empresa, foi a Amfri – que fechou um pacote com vários municípios. Não fechou com Balneário porque não faz mais parte da Amfri, mas todos os outros que fazem parte contrataram essa empresa. Então, o investimento foi alto.

Valéria: Se a cidade de Itajaí não estiver alinhada ao plano Nacional de Cultura, é muito simples: a gente não recebe dinheiro [de fundo pra fundo]. Em Itajaí, aconteceu uma coisa assim: a arte e a produção artística se profissionalizaram, mas a gestão ficou amadora, desqualificada. É lamentável essa questão: só as secretarias que têm força política frente ao prefeito, e isso é outro equívoco. Nós precisamos do concurso público. A cada janeiro, no dia 1º, a fundação fica simplesmente vazia porque os funcionários não são dali, são emprestados de outras secretarias. É relevante dizer que no plano de governo dessa gestão a Cultura não tava fora. Ela tá lá. Não estamos cobrando uma coisa que não foi prometida. Alguns vereadores se comprometeram com isso nos seus planos, no entanto hoje a gente vai à câmara dos vereadores pra ser achincalhado. Porque tem uma problemática que é maior: o que eu enxergo na câmara dos vereadores, com poucas exceções, são pessoas que sequer têm a apropriação da própria língua-mãe. Se tu não tens a apropriação da tua língua-mãe, tu não tens clareza de pensamento, e se tu não tens isso, a tua ação é equivocada também. Ponto! A Rede Itajaiense de Teatro, cujo presidente é o Daniel Oliveto, há quatro meses espera uma audiência com o prefeito e até agora a gente não recebeu uma resposta. O que tu fazes frente a essa desqualificação, esse descaso?

DIARINHO: Ainda sobre a elaboração do plano Municipal de Cultura, há uma exigência no que se refere às audiências públicas. Foram feitas?

Marcelo: Foram. Algumas etapas foram cumpridas. Depois que entrou o Egen, a gente quis retomar esses encontros e houve um encontro num sábado, concomitante com a regata onde vários artistas estavam trabalhando. A gente explicou que todos os encontros do Comuc [conselho Municipal de Cultura] são nas segundas-feiras à noite para maior participação dos gestores e artistas. O Egen não nos escutou. Marcou prum sábado à tarde e teve a participação de 20 pessoas. Foram pra apresentar um diagnóstico e acabaram apresentando um levantamento de dados com histórico de Itajaí [isso a gente encontra em diversos artigos na Univali]. E graves erros em relação aos espaços, como a Valéria já destacou. Agora vão marcar um novo encontro que, teoricamente, faz parte da metodologia que o governo federal pede pra ser cumprida. Eles fizeram um levantamento de dados, apresentaram pra gente, mas qual foi a devolutiva que a classe deu pra eles transformarem em metas e ações para os próximos 10 anos? Não se sabe.

DIARINHO: Vocês citaram as redes sociais, onde começou esse burburinho, e a manifestação tomou corpo. Qual a importância das redes sociais para os artistas locais?

Giana: No dia seguinte da história lá de desligar o som, a gente entrou no Facebook pra ver se alguém tinha falado alguma coisa e tinha um monte de gente falando, independente de a gente ter colocado alguma coisa. Uma situação igual aconteceu com o Casa de Orates, quando nem tinha muito essa coisa de Facebook ainda: na abertura do show do Roupa Nova, desligaram o som no meio da apresentação. Acho que a rede social é a grande ferramenta pra gente perceber que as pessoas estão unidas num mesmo propósito. O grande motim, nesse caso da regata, foi a partir da rede social.

Marcelo: É importante lembrar que não foi a organização toda do evento que fez isso. A Fitur [secretaria de Turismo de Itajaí] se comprometeu, fez um evento excelente, foi um fato isolado – mas que repercutiu de uma forma tão negativa pra Itajaí que os gestores e pessoas envolvidas não têm ciência disso ainda. E pra potencializar, ainda acontece aquele absurdo na câmara.

Valéria: Pra mim, foi um pouco desta forma: tem a equipe da Fitur, tudo funcionando, todo o mundo trabalhando, fazendo, cumprindo com o que tinha que cumprir, tratando bem as pessoas. Daí, alguém disse: “Eu sou o coronel aqui. Pá! Fiz.”

DIARINHO: Naquela mesma semana, o vereador José Ferreira se manifestou publicamente sobre o caso. Apoiou a iniciativa de Amílcar e, pior, afirmou que a cantora merecia ter apanhado. Em algum momento o movimento ouviu um pedido de desculpas pelo ocorrido? Se isso tivesse havido, amenizaria a revolta do grupo?

Giana: Quando terminei a minha manifestação na câmara, o vereador me estendeu a mão e disse: “Me desculpa por qualquer coisa”. Foi o único momento que ouvi um pedido de desculpas. Agora, na minha opinião, aquilo não foi uma atitude dirigida a mim, Giana, poderia ser pra você, Valéria ou qualquer outra pessoa que estivesse ali. Eu acho que ele, como pessoa pública, tem que se desculpar com o público. Na verdade, foi um comentário que incita à violência, coincidentemente, violência contra a mulher. Então eu acho que ele deveria ter o dever de se desculpar com a população e com todos que se sentiram ofendidos. Se só eu tivesse me sentido ofendida, não teria dado o rebu que deu. Agora, isso levanta uma coisa bastante importante. Depois que ele falou isso, vários vereadores aplaudiram a fala dele. Ele foi aplaudido! Aqui cabe uma reflexão sobre a política estar sendo feita pros pares. Então quer dizer: “Se nós somos da mesma turma, eu endosso o absurdo que você faz com o outro.” Ele é um vereador, se ele é de tal partido, quem é do lado do partido de quem eu não sei, mas cara! Não posso te aplaudir mesmo que a gente seja da mesma família. Eu quero repetir isso: como é que a política tá sendo feita? É pros pares, é pro povo? De que forma as coisas estão sendo conduzidas dentro da câmara de vereadores? Sobre amenizar, você ameniza um leite que derramou no fogão? A mesma coisa a palavra, depois que foi dita, como é que você ameniza isso? Eu não sou Deus pra perdoar ou pra não perdoar. Eu quero que a minha vida siga pra frente, porque não tá presa a isso e que bom que outras coisas estão acontecendo. Acho que ele tem que responder como pessoa pública, como pessoa que foi colocada lá por nós. Tem que responder pelos atos que cometeu.

Valéria: É inacreditável e inadmissível. As pessoas que fazem esse tipo de política esquecem que nós, do lado de cá, os artistas, professores, gente comum, do cotidiano, nós somos irmanados. Não importa se a Giana é cantora e eu sou atriz. Importa é que se a Giana foi ameaçada de tomar com um fio nas costas, eu também fui ameaçada.

Giana: Não vou citar o nome de quem aplaudiu e de quem não aplaudiu. Sei que alguns aplaudiram, outros não. Sinto, às vezes, que nós estamos brincando de alguma coisa. É tão absurdo... A gente naquele dia assistiu a um pedaço da sessão, e você sai de lá perplexo. E a gente tem culpa, porque tinha que estar mais presente lá.

DIARINHO: Na mesma sessão, houve a votação sobre o aumento do repasse de recursos para o Conservatório de Música de Itajaí. Por que foi negado? Vocês sabem?

Giana: Não, eu não sei.

Marcelo: Foram nove votos contra e uma abstenção.

Giana: Foram só quatro votos a favor. Aliás, como é que um vereador tem o direito de se abster de votar? Se você peitou ser vereador, ou você vota sim ou você vota não. Você não pode se abster. E essa votação foi justamente no dia em que estávamos lá, esperando o resultado. Imagina o que acontece quando não estamos?

DIARINHO - Há quem diga que o protesto teve um viés político-partidário. Vocês acham que teve?

Marcelo: Não.

Giana: Eu acho que não.

Valéria: Eu acho que toda ação é uma ação política. Ir ao mercado e escolher a água Branca ou Imperatriz é um ato político. Eu não acho que seja político-partidário. Porque o que nós estamos falando é de uma categoria artística que está irmanada e está vivendo o mesmo problema. Eu cito os problemas. O Marcelo te cita os mesmos e a Giana te cita os mesmos problemas. Se tu fores falar com outros artistas, eles vão te citar os mesmos. Querem mascarar isso, porque todo o mundo adora essa briga, essa disputa política, adoram criticar os que têm partido e os que não têm partido. Eu acredito que isso é uma luta política, da categoria artística de Itajaí, que precisa ser ouvida por razões claras e explícitas que a gente colocou aqui para vocês.

Marcelo: Acho que acaba sendo uma justificativa de uma ação: “Ah, isso é política”. A finalidade foi protestar, mostrar que houve um erro e um erro gerou um erro maior ainda. A classe se uniu, reivindicou, como eu disse no começo, e foi um gatilho para uma série de reivindicações.

Giana: Até porque essas questões que a gente está levantando já vinham sendo ditas antes desse ou daquele prefeito, há muitos anos. Se fosse político-partidária, a coisa seria diferente. Existem muitas coisas que vêm sendo discutidas há muito tempo e, quem sabe agora, a coisa ganhe uma proporção que a gente não esperava.

Valéria: Olha, quantos prefeitos a gente já atravessou ao longo da carreira? O fato é que eles foram, saíram, voltaram e nós continuamos aqui. Quem faz a arte desta cidade somos nós. Quem luta pelas políticas públicas somos nós. Se nós temos um teatro municipal, é graças às nossas lutas. Se nós temos lei municipal, é graças às nossas lutas, independente de quem estava no governo.

DIARINHO – Desde as campanhas para a construção do teatro municipal, a classe artística não estava tão unida e com um discurso tão próximo. Havia um distanciamento entre os grupos?

Giana: Não sei se desunida; ela não estava era mobilizada. Desunião remete a outra questão. Em épocas de mais relevância, a gente acaba se reunindo mais, mas não é uma desunião.

Valéria: Eu faria outra reflexão. Quando este governo assumiu, em 2009, houve toda a modificação de gestores. Lá, nós tivemos problemas muitos sérios. Queriam fechar o Conservatório de Música, não queriam fazer o Festival de Música, e a gente já estava mobilizada. A gente foi fazer reunião, procurar o prefeito. Nós levamos o superintendente umas cinco vezes para a câmara de vereadores para dar explicação. Foi um período bem difícil, encrencado, e a gente ficou em cima, mobilizado. Quando o [José Amandio] Russi assumiu a fundação, parece que do lado de cá, a gente assumiu uma trégua de dizer: ok! Mudou, vamos ver se a coisa anda e vamos apoiar. Mas só que, na coisa do apoio, a coisa foi se diluindo, se diluindo, e eles não foram cumprindo com o que tinham que fazer. Agora, chegou a hora de a gente falar, denunciar.

DIARINHO – O conselho e outros grupos não deveriam ter o papel de estar sempre se reunindo e discutindo os problemas da classe para não deixar chegar sempre ao extremo?

Marcelo: Sim. Como conselho, ele tem hoje três figuras que são as principais: o presidente, o vice e o secretário. O que falta hoje para a gente é transformar as metas em ações. No momento, o conselho Municipal de Cultura vai encaminhar para a fundação Cultural. A fundação vai dar sequência nesta tramitação e ela vai virar realidade. Neste processo, a gente perde muito. Falta conhecimento de legislação para o conselho ou outra forma de transformar o que a gente vem reivindicando em ações. Ano passado, a gente fez toda uma argumentação para adiantar a lei de Incentivo à Cultura, que é o principal mecanismo de incentivo fiscal à cultura de Itajaí. Adiantamos o processo, entregamos, e em janeiro a gente fez a avaliação com os assessores. Mas só fomos receber autorização para captar recursos em março, abril, porque não foram nomeadas pessoas para dar continuidade a este processo dentro da fundação.

Valéria: Não tinha ninguém trabalhando...

Marcelo: Em fevereiro foi nomeado o Russi, e aos poucos foram nomeadas outras pessoas. Então, todo o processo que o conselho fez para adiantar se perdeu por vontade política. Simplesmente não foram nomeadas pessoas na fundação que dariam continuidade.

DIARINHO: A classe artística debate os problemas do grupo? Há participação efetiva nas reuniões do conselho? Ou são sempre as mesmas pessoas?

Marcelo: Vou ser bem honesto com a minha resposta: realmente não há participação, engajamento, comprometimento. Valéria e eu viemos discutindo: “quem vai assumir essa bronca?” “Quem vai continuar discutindo isso?”. A gente está cansando. Há necessidade de novos gestores, novos produtores, de trazerem coisas novas pra dentro do conselho de Cultura. Pra discutir, pra debater, e a gente não vê isso. A gente vê quase sempre as mesmas pessoas. Muitas cadeiras, que são do conselho, não estão indo na reunião. Até para a votação, a gente pede a participação, porque tem que ter o mínimo de quórum para poder ter a votação, segundo o estatuto. Neste ano, numa das últimas conferências que a gente fez, uma das demandas foi realmente de diminuir o número de cadeiras, que isso facilitaria as votações, as discussões. Eu acho que falta principalmente motivação e interesse da classe artística de estar discutindo. A classe artística, quando está unida, mostra força.

Giana: Eu participei de uma ou duas reuniões do Comuc no máximo, por desacreditar mesmo. Mas eu tô errada. Eu acho que este é o momento, que a gente entendeu na prática, que uma mobilização faz, de fato, a diferença.

DIARINHO – Vocês falaram que a Fundação Cultural tem dois membros para gestar tudo. Então, o conselho também tem dois membros para decidir tudo? O conselho não seria a forma mais legítima de cobrar as reivindicações da classe artística?

Valéria: Eu vou dizer para vocês que eu não sou mais conselheira. Não estou mais na diretoria da rede Itajaiense de Teatro. Eu tenho diminuído as minhas atividades, porque chega uma hora em que tu não dás mais conta. Chega uma hora em que tu olhas e vês que não tens mais vida social. Eu vivo trabalhando, em reunião, e apareço em casa só para dormir.

Marcelo: Existe um problema na raiz de tudo. O conselho é forte quando existem câmaras setoriais fortes, e hoje, em Itajaí, as câmaras não funcionam mais. Salvo algumas exceções. A de música, que se encontra para debater, e a de teatro. Mas teríamos que ter oito câmaras.

Valéria: A de teatro, inclusive, não é mais câmara, virou associação. A nossa discussão avançou, hoje somos 12 grupos filiados e temos uma atividade política constante, porque nós acompanhamos tudo, mas a gente faz um trabalho de formação lá dentro. Falta formação hoje. Falta formação política, vejo as pessoas dizendo “não me interessa, eles roubam mesmo”. Claro, a partir do momento em que eu vou deixando o meu lugar político e social na sociedade e vou pensando somente no que eu tenho que comprar e consumir, consumir, consumir, obviamente que eu vou me afastando de qualquer luta política.

Giana: Também acho que essas pessoas não se manifestam por medo de represália. Isso é uma coisa grave! Você tem vários artistas fazendo as coisas na cidade, e o cara tem medo de ir lá, de ser visto. É um disparate você temer represália por estar fazendo a coisa certa como cidadão, como contribuinte. Que os músicos não tenham medo, que os artistas não tenham medo, porque se todo o mundo estiver junto, para onde eles vão correr? Ou eles matam a cultura de vez na cidade ou eles vão ter que se mexer e fazer uma coisa diferente, porque vão ver que todos estão no mesmo objetivo. As pessoas são temerosas. Tanto que, neste movimento, a gente conhece alguns artistas que até agora nem se manifestaram, porque têm medo de não serem mais chamados. A gente não trabalha para a Fundação Cultural, você aprova um projeto lá, muito que bem, mas o seu trabalho vai continuar independente disso. Você trabalha em outro lugar, você tem outro contratante. A gente não depende da Fundação Cultural para viver, a gente depende da fundação para manter a arte viva na cidade.

DIARINHO – A arte realmente precisa de subsídio público para sobreviver?

Giana: Acho que ela não depende de subsídio. O subsídio público não é um favor que se faz à classe artística, mas ele fomenta.

Valéria: Eu acho que o subsídio público é de extrema importância. Ele é o foco. Isso é uma questão constitucional: educação e cultura são direitos.

Giana: Eu sou artista, independentemente de ter um projeto aprovado ou não. Mas ter um projeto aprovado faz com que minha arte possa acontecer de uma forma melhor, possa ser mais divulgada.

Valéria: Ela não deveria estar na lógica de consumo. Então, se ela não está na lógica de consumo, ela tem que ter o subsídio do governo, das três esferas: municipal, estadual e federal. O que eu vejo, neste momento, é que existe um esforço grandioso do governo federal, pra um território do tamanho do Brasil, e uma ineficiência do governo do estado e municipal de acompanhar este lugar. Se tu não lutas por essas questões, que são das políticas públicas para a educação e cultura, gente, pra onde vamos caminhar?!

DIARINHO – O que eventos como a Volvo Ocean Race e a Jacques Vabre trouxeram de positivo para a área cultural?

Giana: Pra área cultural, existiu uma programação extensa. Não dá para tirar o mérito de um evento como este, pois muita coisa legal aconteceu. Muita gente trabalhou e teve o espaço para trabalhar. Na parte da música, tinha show todos os dias e em vários lugares ao mesmo tempo. A ideia não é que se acabe com a regata ou se acabe com a manifestação cultural. A regata existe e as manifestações culturais vão acontecer, porque um evento como este sem manifestação cultural não existe nenhum sentido de ser. Ninguém quer acabar com nada, a gente quer, muito pelo contrário, agregar coisas boas ou discutir o que está acontecendo para também continuar bom.

Valéria: Essa ideia de que para fortalecer a regata eu tenho que destituir o Festival de Música, tenho que tirar a Marejada, não precisa... Essa ideia é medieval. Para reforçar o que eu quero, tenho que denegrir o que tu queres. Para reforçar a minha ação, eu tenho que destruir a tua ação.

DIARINHO – Essa vai ser uma luta de vocês para que os eventos aconteçam separadamente?

Marcelo: Com certeza. É definitivo. A Marejada tem que ter um momento de discussão junto com a Fitur. Mas o Festival de Música já é martelo batido: a gente quer um evento só para o Festival de Música e em um mês propício para isso acontecer. Que a forma e metodologia do festival sejam resgatadas. Isso já é de consenso. Não só da música, mas dos gestores que estão envolvidos nestes processos. Quanto à Marejada, a gente não tem opinião formada.

DIARINHO – Hoje temos edital de incentivo à cultura municipal, estadual e federal; lei de intercâmbio, contratação de espetáculos e shows, entre outras. Essas leis conseguiram democratizar o acesso à cultura, como era a intenção?

Giana: Pra mim, sim. O meu disco foi gravado pela lei de incentivo Municipal à Cultura. O meu DVD foi gravado pela lei Elisabete Anderle, a viagem que a gente fez para Portugal e Barcelona, na Espanha, foi por conta do intercâmbio cultural. O meu próximo disco vai ser gravado pelo edital de Incentivo à Cultura. Editais como estes ajudam e oportunizam fazer projetos que, talvez, demorariam muito mais tempo ou talvez não tivessem oportunidade de fazer de uma maneira tão tranquila. Pra mim, isso é muito positivo.

Valéria: O meu grupo de teatro, o Porto Cênico, já montou espetáculos com a lei municipal, e isso é bom. Gera trabalho para a gente. Entretanto, não sei se só isso provocou uma acessibilidade maior do público em geral às artes, porque não basta fornecer o edital e a verba, tu tens que criar um mecanismo de disseminação disso. Tu compras o meu espetáculo, quando eu vou lá apresentar não tem público. Então, alguém tem que gerenciar e fazer essa mediação.

DIARINHO – O município patrocina com o dinheiro público o CD ou show, com os impostos da população, que é o ISSQN. Mas na hora de assistir o show, a população tem que pagar para assistir. Como funciona isso?

Valéria: Tem que olhar com bastante cautela. As verbas que entram para nós, por meio de incentivo fiscal, são verbas que tributam pelo menos umas quatro vezes. Tem todo um valor tributário em cima disso. Além disso, tu ganhaste o edital não para apresentar para o público, tu ganhaste edital para montar a obra artística. Isso precisa ficar bem claro. Uma discussão que a gente tem no conselho Nacional de Teatro é que temos que parar com essa ideia de que eu vou lá montar o espetáculo e ainda tenho que oferecer uma contrapartida social. A obra de arte já é, por si só, uma contrapartida social. Não tenho que dar o espetáculo, dar a obra e ainda dar uma oficina, dar uma palestra... Eu tenho um espetáculo no meu grupo que se chama Noite, da lei de incentivo de 2007, que está em repertório até hoje. Olha como isso reverberou. Tem que começar a pensar sobre isso e, às vezes, o ingresso que tu cobras é para uma simples manutenção do aluguel do teatro e para as pessoas aprenderem que a arte também tem o seu lugar de consumo. A não ser que o Estado assuma o que está na Constituição e tenha verba clara para a produção artística. Hoje não tem! Por exemplo, o edital Elisabete Anderle. Sabe quando foi o último edital Elisabete Anderle? Em 2009! Quatro anos sem ser publicado. No município, isso funciona um pouco diferente. Mas nós não temos a periodicidade no governo do estado. Está aí a PL, que estamos indo a Florianópolis para discutir, onde diz que as verbas da cultura são para a gestão da Fundação Cultural e secretaria. Ou seja, vai acabar com qualquer incentivo. Sendo que a verba disponível não dá conta dos 293 municípios que nós temos em Santa Catarina. A mesma coisa em Itajaí, um milhão não dá conta da produção que temos aqui. A gente busca outros mecanismos. Agora, se formos pensar na questão do estado, é muito precário ainda. Teríamos que ter em Itajaí um dinheiro no fundo, um dinheiro em incentivo fiscal, um dinheiro de patrocínio das próprias empresas, e elas não entendem. As empresas entendem que elas estão patrocinando a gente via lei de incentivo fiscal, e não estão. Ela está deduzindo de impostos.

Marcelo: Isso vicia o mercado. O imposto eles vão pagar, eles vão só redirecionar para um projeto que vai potenciar a marca deles. Além de terem essa facilidade, querem ter contrapartida pra empresa, que o espetáculo seja apresentado para os funcionários ou que aconteça alguma oficina dentro da empresa.

Valéria: O que seria importante fazer: se é dedução de imposto, não precisava da lei de incentivo fiscal; o dinheiro poderia ir de fundo para fundo. O imposto vinha direto. Do fundo da fundação, vinha para os grupos. O grande barato da lei de incentivo é que ela tributa pelo menos quatro vezes, entendeu?

Marcelo: E tem outro problema bem sério nisso. Esse um milhão de reais, dependendo do mês que é habilitada a capacitação, os artistas não conseguem captar nem R$ 600 mil. A gente fala que tem um milhão de lei de incentivo à cultura, mas não capta esse valor. Nunca foi feito esse levantamento, mas eu tenho certeza de que a gente não chega a R$ 600 ou R$ 700 mil, porque muita gente não consegue captar.

RAIO X

Nome: Giana Cervi

Idade: 34 anos

Naturalidade: Brusque

Estado civil: União estável

Formação: Fonoaudiologia, com especialização em Musicoterapia e mestrado em Distúrbios da Comunicação

Trajetória profissional: Cantora, compositora, preparadora vocal. Ensinou canto no teatro Carlos Gomes (Blumenau) durante cinco anos e, atualmente, é professora de canto do bacharelado em Música da Univali e do conservatório de Música de Itajaí

RAIO X

Nome: Marcelo de Lima Moraes

Idade: 35 anos

Naturalidade: Santa Maria (RS)

Estado Civil: Solteiro

Filho: Dois

Formação: Turismo e Hotelaria, com especialização em Gestão Cultural e mestrado em Turismo e Hotelaria

Trajetória profissional: Produtor cultural há 15 anos e, atualmente, gestor cultural no SESC – serviço Social do Comércio e presidente do conselho Municipal de Cultural (Comuc) em Itajaí

RAIO X

Nome: Valéria de Oliveira

Idade: 40 anos

Naturalidade: Londrina (PR)

Estado Civil: Solteira

Filhos: Dois

Formação: Artes Cênicas, com especialização em Ensino da Arte e Fundamentos Estéticos e Metodológicos e mestrado em Teatro

Trajetória profissional: foi atriz dos grupos Pé na Tábua (1988/1992); Ensamble Cia Teatral (1990/1991); Téspis Cia de Teatro (1993/2000); Cia Experimentus Teatrais (2001); Porto Cênico (2004/atual); membro/sócia da associação Brasileira de Pesquisa e Pós-graduação Artes Cênicas (Abrace); participou com espetáculos em festivais como: festival Internacional de São José do Rio Preto/SP, festival Nacional de Teatro Universitário de Blumenau/SC, festival Nacional de Teatro Isnard Azevedo de Florianópolis/SC, festival Internacional de Teatro de Bonecos de Curitiba/PR, festival Nacional de Teatro de Americana/SP, festival Nacional de Monólogos de Vitória/ES, festival Catarinense em oito edições e da mostra Internacional de Teatro de Grupo de Itajaí em todas suas edições.




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