Itajaí

O dezembrismo ocidental avança

Cresce na sociedade ocidental uma seita relativamente nova com força superior ao cristianismo. Com cada vez mais adeptos, inclusive no Oriente, tal religião se alastra com sua mistura (sincretismo) de culturas e ritos. Provavelmente, o início da seita se dá após a depressão econômica estadunidense, em 1929-30, e assim surge o dezembrismo.

Um sem número de pessoas segue o rito do dezembrismo. O Deus também é invisível, mas a todos conforta com alegrias que aquecem o coração, especialmente no mês de dezembro. O Deus cultuado, adorado ...

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Um sem número de pessoas segue o rito do dezembrismo. O Deus também é invisível, mas a todos conforta com alegrias que aquecem o coração, especialmente no mês de dezembro. O Deus cultuado, adorado, o único, que a tudo vê e a todos ama: o consumo.

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Uma espécie de sacerdotes, os “marqueteiros”, esses que ungem aqueles que serão adorados, ainda na década de 30 criaram uma figura metafísica com feitios humanos que a todos agrada. Morador do polo norte (claro, norte rico, sul pobre), esse velho tido como bom, mas que não passa de um derrotado, a todas as crianças quer conservar (sim, conservador mesmo) com o tal “bom comportamento”, seja lá o que isso queira significar. Uma figura criada por uma empresa de refrigerantes vira, então, um novo Hermes, que interpreta a língua dos deuses e se comunica com os pobres humanos por intermédio de cartas, decifrando desejos.

Esse novo cristo, de vermelho, velho, gordo, de barbas brancas, representa a longevidade, a pujança, a saúde (sim, quando a fome definhava corpos, ele distribuía presentes entre os súditos em sua carruagem alada). Essa metáfora nada tem de “inocente”. É o símbolo do dezembrismo, da falsa fartura, da falsa pujança, da falsa alegria.

O dezembrismo tem por lei maior o demonstrar-querer-bem no mês de dezembro. Pessoas que nunca se veem, que não se cumprimentam, que se odeiam até, diz a lei do dezembrismo que devem ser simpáticas umas com as outras. O cumprimento deve ser seguido pela reverência “Feliz Natal e Próspero ano novo”, que pode ser substituída pelo mais singelo “boas festas”.

O novo cristo do dezembrismo ensina: dai uns aos outros presentes. E assim o deus do consumo é adorado. Os fiéis que professam a fé do consumo se acotovelam nas lojas pelo país em busca de uma oferenda ao seu deus. O resultado sempre é o mesmo: no mês de dezembro, todos sorriem, ao desembrulhar os pacotes recheados do deus maior, e assim retribuem, como forma de engrandecê-lo.

Com o fim do mês de dezembro, começa um período de “jejum” de atitudes, de sorrisos, de cumprimentos e de gastanças. Agora, é necessário pagar as contas das oferendas ao deus do consumo, e todos retornam para o escravismo comum ao capital (uma espécie de diabo que faz sofrer o pobre fiel durante o resto do ano), acumulando as sobras entre os pagamentos das oferendas passadas e daquilo que é necessário guardar para o próximo dezembro, tão querido e tão aguardado pela multidão dezembrista.

E por último, porém não menos importante, é o “espírito dezembrista”. Este que comove o fiel a querer fazer o “bem”, ao menos neste importante mês. É neste glorioso mês que o voluntariado aparece como forma de se redimir dos pecados cometidos durante os outros 11 meses. O dezembrista volta pra casa com o dever cumprido, satisfeito de ter feito uma oferenda ao deus-consumo e levado um pedaço de plástico e balas a quem não tem, especialmente às crianças.

(*) O autor é bacharel em Direito, mestre em gestão de políticas públicas, doutorando em ciências jurídicas e doutorando em ciências jurídicas e sociais, advogado e professor universitário

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LEITOR (A): Vi uma notícia de que uma igreja foi condenada a devolver valores que um fiel ofertou como espécie de dízimo. Existem decisões desse tipo? E o livre-arbítrio?

OZAWA: Sim, existem decisões que condenam igrejas a devolver valores. Ocorre que essas decisões ainda não são comuns. De um lado está a liberdade de escolha, do outro a coação moral, que pode anular qualquer doação havida. Mas não dá pra se analisar genericamente, há que se analisar cada caso em específico. Certo é que há muitas pessoas se deixando levar por falsas promessas e doando dinheiro, bens e direitos para ditos sacerdotes, onerando muitas vezes a própria família e os filhos. Há que se ficar atento a isso, porque não há “salvação” paga.

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ADVERTÊNCIA: As ideias e opiniões expressas nesta coluna não são consultas ou pareceres. O Direito é uma ciência, por esse motivo comporta posicionamentos, ideias, críticas, teses e antíteses. As leis são de domínio público, assim como os posicionamentos dos tribunais. Mesmo assim, para o seu caso específico sempre procure um advogado habilitado para orientação. Saiba mais na OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) mais próxima.

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