Todo o bafafá rolou porque os vereadores Carlos Alexandre Martins, o Xande (SDD) e Eduardo Melo Ribeiro, o Dado (PMDB), apresentaram um projeto que retira a exigência de ensino médio para os aspones, pra atender às particularidades de cabos eleitorais que querem contratar como assessores.
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Na primeira votação, que rolou semana passada, o projeto teve apenas a manifestação contrária do presidente da casa do povo, Márcio do Kido (PSC) e da vereadora Jane Stefenn (PSDB). Os vereadores Antônio Paulo da Silva Neto, o Piteco (PSC), Zé Pedro (PSDB), Ângelo Gervásio (PMDB) e Zeca Simas (DEM) não opinaram, porque não participaram da sessão extraordinária da quarta-feira passada.
Brigaceira
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A proposta causou briga até mesmo entre vereadores do mesmo partido. O presidente do PMDB de Cambu, vereador Ângelo Gervásio, praticamente implorou para que o seu colega Dado, que é um dos autores do projeto, pedisse a retirada da matéria. Não posso votar contra aquilo que eu defendo. Por isso eu te peço, pelo amor de Deus, que neste momento tu tires o projeto de votação, disparou o modeba.
Ângelo, até então, não tinha se manifestado publicamente sobre o tema e revela que ficou numa saia justa junto ao colega, mas diz que consultou as bases do PMDB pra tomar a decisão de rejeitar a proposta. O pedido de Ângelo não deu certo. Dado se mostrou puto dos cornos e tascou que o projeto não seria retirado de jeito nenhum.
O vereador Zeca Simas (DEM) foi outro que tinha assinado e voltou atrás pra não se comprometer com o povão. Depois que eu assinei, eu me arrependi tanto!, siscapou o democrata, que revelou ter assinado a proposta por impulso.
Depois de admitir que amarelou por causa da repercussão da história, Simas reclamou da imprensa por ter dado tanto Ibope pra isso e disse que não participou da primeira votação porque era uma quarta-feira de cinzas. Eu não vim trabalhar porque sou católico. Eu tenho a minha religião e não vim, disse na tribuna, na mó cara dura.
Quem liderou o pedido de vistas ao projeto foi o vereador Alexsander Alves Ribeiro, o Canídia (PPS), pra abafar a história. Canídia defende o projeto por considerar que não vai mudar em nada o fato de o assessor não ter ensino médio. O assessor vai aprender sobre os projetos de lei com cursos técnicos específicos para os funcionários, diz o parlamentar, que reclama que o salário dos assessores é muito baixo pra exigir formação superior.
Até a OAB de Cambu entrou na discussão, divulgando uma nota contrária à proposta. A carta assinada por Jucélia Vinholi Monteiro, presidenta da entidade, ressalta que o legislativo da Capital da Pedra está afrontando a sociedade, ao aprovar um projeto de lei como este.
Aspones
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Os vereadores de Camboriú passaram a ter assessores de gabinete desde o início de 2011. Eles recebiam R$ 1500 de salário trampando 40 horas semanais. A única exigência era que fossem alfabetizados. No finalzinho de 2012, foi aprovado um projeto que exigia que os puxas tivessem, pelo menos, o ensino médio.
No ano passado, os aspones tiveram a carga horária e o salário reduzidos. Trampando 20 horas semanais, meio período, de segunda a sexta-feira, a remuneração foi pra R$ 1200.
Em dezembro de 2013, os vereadores aprovaram o aumento do número de assessores. Cada gabinete passou a ter dois puxas, que trampam 20 horas semanais com um salário de 1322 pilas todo santo mês.