Kauê Aruan Jasper, 22 anos, está entre a vida e a morte no hospital Municipal Ruth Cardoso, em Balneário Camboriú. No final da noite de quinta-feira, ele foi atingido por dois tiros, que foram disparados por policiais militares. Segundo a polícia, Kauê teria apontado um trabuco aos fardados e levou chumbo por volta das 23h, quando trafegava de zica com um amigo na avenida Santa Catarina, no centro de Camboriú. Após os tiros, os PMs descobriram que a arma era uma réplica de uma pistola. O caso vai ser investigado pelos tiras da civil da Capital da Pedra.
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Segundo os fardados, Kauê estava de carona na zica conduzida pelo dimenor A.L.M.M., 17, e escondeu o rosto assim que viu a baratinha da PM. Os policiais ficaram desconfiados, principalmente porque ...
Segundo os fardados, Kauê estava de carona na zica conduzida pelo dimenor A.L.M.M., 17, e escondeu o rosto assim que viu a baratinha da PM. Os policiais ficaram desconfiados, principalmente porque já conheciam o menor que estava junto, explica o tenente da polícia Militar de Camboriú, Tiago Ghilardi.
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Ao abordar a dupla, o condutor parou a zica, enquanto Kauê teria apontado a arma em direção dos policiais. Os PMs reagiram, e o gurizão levou dois tiros na barriga, foi socorrido pelo Samu e está entre a vida e a morte no hospital. A arma que ele carregava é a réplica de uma pistola tipo Beretta de pressão calibre 4,5mm.
O tenente Ghilardi não participou da ocorrência, mas afirma que os colegas não atirariam caso não temessem pela própria vida. É uma atividade de rua, é dinâmica e pode acontecer; se a pessoa demonstra que está armada, o policial tem que se defender, isso é básico, diz.
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O policial frisa que a intenção dos policiais não era matar Kauê, mas sim se defenderem. Não cravaram ele de bala. Foram apenas dois tiros pra parar a tentativa de agressão. Ninguém quer exterminar nada aqui. Agora, eu não sei qual foi o comportamento do garoto no momento da abordagem, alega.
Segundo informações da PM, Kauê tem passagem por furto, praticado em 2007, e outra por ameaça, registrada em março deste ano. Ghilardi também diz que ele é investigado por tráfico de drogas. Já o dimenor tem passagem por posse de drogas e seria figurinha carimbada da polícia na Capital da Pedra. Na noite de quinta-feira, foi levado à delegacia e liberado em seguida.
Até o final da manhã de ontem, Kauê seguia internado na unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Ruth Cardoso em estado gravíssimo.
Caso vai ser investigado
O delegado Maurício Pretto já adiantou que o caso será investigado. Se escapar com vida, Kauê vai ter que explicar por que andava por aí com uma réplica de uma arma de pressão. Segundo o dotô, ele também deve responder por resistência à prisão. Todos os envolvidos serão ouvidos. Vamos apurar tudo, inclusive se a ação da PM foi legítima ou não, explica o delegado Pretto. Tanto a réplica de pistola como as armas dos PMs que atenderam a ocorrência serão periciadas.
Em menos de duas semanas, três bandidos foram mortos em confronto com a PM de Balneário Camboriú e Camboriú. Quarta-feira retrasada, os PMs meteram bala e mataram Diego Luís Ribicki, 32, e Gabriel Ilson Gomes, 20, logo após o assalto à loja Ponto Frio. Terça-feira passada, Thauan Feijó Hautrive, 18, foi morto por milicos após invadir e roubar uma casa no bairro Rio Pequeno.
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