Fazer cocô, urinar e tomar banho. Tudo isso se faz no banheiro, não é!? Para um grupo de moradores de rua o local é outro. Os mendigos se instalaram nas proximidades do ginásio Mario Tavares, na esquina da rua Uruguai com Jorge Mattos, no centro de Itajaí, e é por lá mesmo que fazem suas necessidades. O cocô é feito geralmente nos fundos do ginásio. Xixi nas paredes laterais. Para o banho, usam uma torneira que tem no ladinho da sede da ordem dos Advogados do Brasil, na Jorge Mattos.
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Dona N.L., 68 anos, conta que há uns dois anos os moradores de rua tomaram as redondezas do ginásio onde treina o pessoal do judô e da ginástica olímpica. F.F., 21 anos, que trampa pertinho do local ...
Dona N.L., 68 anos, conta que há uns dois anos os moradores de rua tomaram as redondezas do ginásio onde treina o pessoal do judô e da ginástica olímpica. F.F., 21 anos, que trampa pertinho do local, acusa os moradores de rua de sujarem o trinco da porta da empresa de merda só por avacalhação. Dona N. diz que a prefeitura conhece o problema e até a polícia já foi comunicada, mas ninguém dá um jeito na situação.
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Mó ronco no brinquedo das crianças
Ontem um deles tirava mó ronco num dos brinquedos do parquinho infantil em frente ao centro esportivo. Outro soltou um baita barro atrás do ginásio e assim que viu a reportagem parou de obrar às pressas, levantou as calças e saiu rapidinho, antes que pudesse ser fotografado.
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O DIARINHO tentou conversar com os moradores de rua. Nenhum deles quis se pronunciar.
São todos de Itajaí
Anadir Terezinha Schneider, diretora de proteção social da prefa de Itajaí, afirma que o pessoal da assistência social há tempos tá realizando um trabalho com os moradores de rua que ocupam aquele local. Todos eles seriam de Itajaí. O problema é que são usuários de drogas e por isso rejeitados pelos parentes, diz Anadir. A maioria, conta, não aceita o tratamento proposto pelas assistentes sociais.
Para atendê-los, a prefa tem o centro de Atenção Psicossocial para Usuários de Álcool e Drogas (CAPS-AD), mas o morador de rua precisa aceitar a ajuda, o que não acontece na maioria dos casos. A solução, argumenta Anadir, está na reestruturação das famílias dos indigentes.
A bagrona informa que tem leis que guardam o direito de ir e vir das pessoas e por isso a prefeitura não pode obrigá-los a sair da rua. Anadir também comenta que soube que moradores da região ficam com pena e dão comida para os indigentes. Ela argumenta que as esmolas não ajudam os moradores de rua e só contribuem para que permaneçam na área.