Itajaí
Posto de saúde dos Cordeiros vai fechar mais cedo
Chefão do conselho Municipal reclama que a prefa não apresentou proposta para ser debatida pelos conselheiros
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
A partir da semana que vem o postinho de saúde do bairro Cordeiros vai fechar mais cedo. Depois das 17h do dia 15 de agosto, quem pintar por lá vai dar de cara na porta. Um dos argumentos oficiais é que o novo horário tem como objetivo alcançar metas estabelecidas no Plano Municipal de Saúde. Mas, para o médico Plínio Augusto Freitas Silveira, presidente do conselho Municipal de Saúde, fechar mais cedo só vai piorar o atendimento ao povão nos setores de emergência.
O posto de saúde dos Cordeiros fica na rua Odílio Garcia, bem pertinho da igreja de São Cristóvão. Pela nota oficial da prefeitura, o postinho mantém o horário normal da manhã, que é das 8h ao meio dia, mas altera o atendimento à tarde. Agora, o atendimento ao público passa a ser das 13h às 17h e não das 13h30 às 17h30, como era até sexta-feira.
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Além da desculpa de que tá cumprindo as metas do Plano Municipal de Saúde, o pessoal da prefeitura diz que tá cumprindo o decreto do prefeito Jandir Bellini (PP), de contingenciamento (economia) das contas públicas, publicado em junho deste ano.
Horário não é adequado
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A mudança no horário não foi debatida pelos membros do conselho Municipal de Saúde (Comusa), reclama o médico pediatra Plínio Silveira, presidente do órgão. Ele diz que esta semana colocará o assunto em pauta no conselho e também conversará com a enfermeira Rachel Marchetti, secretária de Saúde.
O doutor Plínio não acha adequado o novo horário. Além de diminuir em meia hora o tempo de almoço dos profissionais, vai encher ainda mais os setores de emergência da cidade. Se fecham mais cedo, de alguma forma a população acaba desassistida, avalia.
Em Itajaí, os atendimentos de emergência são feitos pela unidade de Pronto Atendimento (UPA), o Pronto Atendimento (PA) do bairro São Vicente e os hospitais Marieta Konder Bornhausen e Pequeno Anjo (infantil).
Isso porque, argumenta, a unidade básica, além de trampar com o programa de Saúde da Família e fazer consultas agendadas, também atende o que ele chama de demandas espontâneas. Ou seja, situações simples, como gente com febre ou pressão alta, que poderiam ser atendidas por lá sem lotarem os serviços de emergência.
Ontem à tarde, o DIARINHO tentou ontem contato telefônico com a enfermeira Rachel Marchetti. A secretária de Saúde não atendeu ao celular.
Situação precária no atendimento infantil
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Pro presidente do Comusa, a situação piora o que já considera precário na rede municipal de saúde de Itajaí: o atendimento infantil.
E um dos problemas, ressalta, tá justamente no período de funcionamento das unidades básicas de saúde, que é o mesmo horário em que mães e pais trabalham. A mãe chega às 18h, pega o filho na creche e recebe a notícia que a criança está febril. Aí ou tem que ir para o PA ou para os hospitais, exemplifica. Por isso, os serviços para urgência e emergência, na maioria dos casos, se deparam com situações menos graves e que deveriam estar sendo atendidas nas unidades básicas de saúde, completa.
De acordo com o doutor Plínio, a mortalidade infantil em Itajaí é acima da média de Santa Catarina. Por aqui é de 11 casos, enquanto no estado é de 10 a cada 1000 crianças.