Itajaí
Modelo visita orfanatos pelo mundo
Gediel, que hoje tem 24 anos, viveu em abrigo até os 15 anos. Ele quer levar às crianças mensagem de superação e amor
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
O modelo itajaiense Gediel Fabiano Laureano, 24 anos, está visitando orfanatos pelo mundo para espalhar uma mensagem de amor e superação. A ideia é contar para as crianças um pouco de sua história e mostrar que, mesmo com dificuldades, sempre existe uma saída. Até agora, ele já visitou cinco estabelecimentos no México e um na Colômbia.
Nos encontros, o modelo leva presentes para as crianças e adolescentes e se reúne com todos para contar sua história. Falo sobre estudos, sonhos e digo que elas são o futuro do mundo. Também faço algumas brincadeiras, falo sobre o Brasil, abraço e escuto as histórias de cada um. Me sinto realizado e saio dos orfanatos carregado de amor, afirma.
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Criado no bairro Promorar, Gediel conta que teve uma infância muito difícil e chegou a passar fome. Com 10 anos lembra de capinar um terreno para ajudar a mãe a comprar comida. Também passei por três tipos de abusos sexuais, um aos cinco anos, outro dos seis aos 12 anos e um com sete anos. Meu padrasto me abusava e me batia, até que contei o que estava acontecendo na escola e o Conselho Tutelar me colocou em um orfanato aos 12 anos, relata.
Gediel chegou a passar um tempo no antigo Centro de Internação Provisório de Itajaí (CIP) e depois foi encaminhado para um estabelecimento de Joinville. Lá eu fiz amizade com a tia Rose, que cuidava do orfanato, e com o filho dela, o Diego. Eles me incentivavam muito nos estudos, sou o único da minha família que se formou no ensino superior, diz.
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Superação e carreira
A vida em orfanatos durou até os 15 anos, quando ele fugiu e foi adotado por uma nova família, após uma tentativa frustrada de ficar com a mãe. Ficar nos orfanatos foi difícil, eu sentia saudades da minha mãe, dos meus irmãos e chorava muito. Eu só queria receber amor e carinho e não ser enxergado como um marginal, um menino sem pai nem mãe, conta.
Depois da adoção, Gediel diz que decidiu se dedicar aos estudos e se formou em Educação Física pela Uniasselvi, em Blumenau. Conheceu sua primeira namorada e diz que ela foi a grande responsável por se tornar modelo. Desde os 18 anos eu sempre fui chamado para ser modelo, mas foi no ano passado que dei o primeiro passo e fui morar em Milão.
A carreira na moda propiciou que ele fosse para a Colômbia e depois para o México, onde está morando há cerca de três meses. Quando eu estava em um orfanato, não recebia visitas. As crianças são o futuro, temos que dar amor, incentivar, mostrar que tem uma saída, que não precisa ser nas drogas ou no crime. Pra mim teve, então acredito nisso e quero espalhar essa mensagem pelo mundo, destaca.
Ideia é trazer projeto para Itajaí no próximo ano
A primeira visita do projeto ocorreu na Colômbia em um orfanato com 350 crianças. No México, Gediel já levou sua história para cinco estabelecimentos e mais de 200 crianças. A ideia é dar continuidade às visitas e a partir de janeiro, quando retorna para o Brasil. Ele quer passar por orfanatos de Itajaí, Blumenau, Navegantes, Joinville, entre outros. Fico um mês no país e quero espalhar minha história. Quero muito ir a um orfanato de Itajaí e compartilhar isso com meu sotaque peixeiro. Tenho certeza que já estou fazendo a diferença, argumenta.
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Também está nos planos do modelo criar uma ONG, futuramente, para ajudar crianças de todo mundo. A intenção dele é continuar repassando uma mensagem de superação, doar livros e presentes, além de incentivar que mais pessoas façam esse trabalho e visitas aos pequenos. No orfanato não te olham, acham que você tem culpa por estar naquela situação. Eu conseguir mudar e quero fazer algo maior, levar amor e carinho para ainda mais crianças, completa.
As visitas do modelo aos orfanatos estão sendo registradas na página do Facebook The story of my life: https://www.facebook.com/The-story-of-my-life-191156941287000/.