De acordo com o coordenador da defesa Civil peixeira, Everlei Pereira, em pouco menos de uma hora choveu cerca de 30 milímetros em Itajaí. É muita chuva pra pouco tempo, avalia. O aguaceiro caiu perto das 21h, meia hora depois que a maré cheia chegou ao nível máximo. Nos locais onde tradicionalmente a chuva dá problemas, como na rua João Bauer e na avenida 7 de Setembro, no centro, a água empoçou. A rodovia Osvaldo Reis, em boa parte da sua extensão, virou um grande rio de água barrenta, com carros reduzindo a velocidade por causa da baixa visibilidade.
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O secretário de Obras peixeiro, Tarcizio Zanelato, jura de pés juntos que a situação já melhorou e fez questão de repetir o conteúdo da propaganda da época de campanha eleitoral, que destacava os locais em que as obras de drenagem foram feitas. É impossível resolver 100% dos problemas de alagamento em qualquer lugar do mundo, mas em lugares onde qualquer chuvinha alagava, hoje só alaga se chover demais, discursa.
Segundo o bagrão, faz cinco anos que o foco da secretaria é a drenagem pluvial. Nos últimos dois anos o governo federal, com contrapartida de 10% da prefa, liberou R$ 34 milhões só pra isso. R$ 20 milhões já foram pra fita e os R$ 14 milhões restantes serão investidos pra construção da galeria na rua Joinville, pra amenizar os tradicionais alagamentos perto do Comper; construção da galeria na avenida Joca Brandão e outra na rua Brusque. O bagrão diz que busca recursos do governo federal pra outras duas, nos bairros Cordeiros e Ressacada. Mesmo assim, ele reconhece que ainda não há projetos pra dois grandes gargalos: a rua 13 de maio e a Uruguai, perto do teatro.
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Maravilha do Atlântico alagadaça
Praticamente a mesma quantidade de chuva que caiu em terras peixeiras alagou ruas em Balneário Camboriú. Pra variar, a avenida Brasil ficou virada num rio. Quando viu o aguaceiro, o comerciante Higor Nezello correu pra loja na Brasil, perto da rua 951. Cheguei quando a água já estava entrando na loja. Não tivemos prejuízo, mas sujou tudo, conta. Do outro lado da rua, o argentino Henrique Garagorri viu a calçada encher e ficou com medo de que a água entrasse na loja de cosméticos. Trabalho no local há dois anos, e é sempre a mesma coisa: quando chove, alaga tudo em frente à loja, conta.
Além da Brasil, trechos na avenida do Estado Dalmo Vieira e da Martin Luther viraram piscinões, principalmente nos cruzamentos, onde as travessias elevadas funcionaram como diques, represando a água.
Pro secretário de Planejamento, Auri Pavoni, os problemas de alagamentos em Balneário Camboriú estão mais do que controlados. Numa chuva como a de ontem, ninguém estaria na praia no dia seguinte. Hoje [ontem] a praia estava normal, defende. Ele diz que os alagamentos são impossíveis de resolver na totalidade, mas se não tivesse o trampo de drenagem, a água demoraria muito mais pra escoar.
Uma chuva dessas com maré cheia, não tem o que fazer. Hoje não teve lama na cidade, como sempre tinha. Isso por si mostra que as obras estão surtindo efeito, afirma. Segundo ele, outro sinal de que as obras não foram em vão é a rapidez com que a água escoou. Dentro de 10 ou 15 minutos já estava tudo certo, e mostra que o sistema de drenagem funciona, defende.
Auri não soube dizer quanto a prefa investiu em obras de drenagem, mas reconhece que há um ponto bastante vulnerável: as redondezas do Balneário Camboriú Shopping. Ele diz que há um projeto de ampliação do rio Peroba pra resolver os perrengues na avenida das Flores e mediações, mas diz que a obra depende de licenças ambientais, que ainda não foram liberadas. O trampo está orçado em cerca de 20 milhões de reales.
O climatologista Sergei Alex de Araújo já avisa que o povão precisa ficar preparado. Isso porque as chuvas fortes e de curta duração ficam cada vez mais comuns de agora em diante. O que acontece é que umidade com calor deixa condições de temporal, típico do verão, explica. Segundo ele, os alagamentos rolam porque o sistema de drenagem é muito antigo e as chuvas intensas. Pra amenizar o perrengue, o coordenador da defesa Civil peixeira diz que os moradores devem revisar os telhados e calhas, além de evitar jogar entulho e lixo nas ruas e bocas de lobo.
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