O vendedor Fabiano Rodrigues dos Santos, 30 anos, tá indignado com a coordenadoria de Trânsito de Itajaí (Codetran) e a polícia Militar peixeira. Na terça-feira da semana passada, ele estacionou uma motoca na rua Prefeito Paulo Bauer, no centro, nos fundos do Mercado Público, e tomou uma multa. O agente de trânsito que fez a notificação falou pro cabriteiro que a moto não podia estar naquele lugar. “Ali era permitido estacionar, mas ele disse que usava os critérios que quisesse”, reclama Fabiano, que fez fotos durante a ocorrência, mostrando que a motoca dele tava dentro de uma vaga permitida. Moto guinchada, duas multas, 100 pilas a menos no bolso e um termo circunstanciado (TC) pra comparecer em juízo por desacato foram os prejus do vendedor.

Ele garante que foi o agente de trânsito o esquentadinho na ocorrência. Fabiano conta que questionou a conduta estranha do azulzinho, que teria gritado dizendo que quem mandava era ele. Como o clima ...

Ele garante que foi o agente de trânsito o esquentadinho na ocorrência. Fabiano conta que questionou a conduta estranha do azulzinho, que teria gritado dizendo que quem mandava era ele. Como o clima entre os dois ferveu, o grupo de Apoio Preventivo (GAP), a força bruta da Codetran, foi chamado. Fabiano jura que os brutamontes azuizinhos chegaram na grosseria. “A situação ficou crítica. Eles agiram com ignorância, falta de educação. Só não me agrediram, pois tinha muita gente no local”.

Pra completar o rolo, a PM foi acionada e Fabiano foi conduzido à depezona da rótula do Vanolli. Os milicos, contudo, negam a versão do carinha. O TC foi registrado no local do entrevero.

Depois do agito, Fabiano voltou pra buscar a moto lá na rua Prefeito Paulo Bauer, mas a cabrita já tinha sido levada pro pátio da Codetran. “Paguei R$ 100 pra pegar de volta e lá descobri que tinha levado uma segunda multa”. A multa dizia que o condutor tinha retirado a motocicleta do local da infração sem ser autorizado. “Mas como, se foram eles [Codetran] que recolheram?”, questionou.

Tudo certinho, garante abobrão

Ewerson Luiz Gama, diretor de fiscalização e Controle de Trânsito da Codetran, deu uma versão bem diferente: “A moto estava estacionada em local proibido sim. E depois que o agente de Trânsito entregou a notificação, o cara ameaçou agredi-lo”. Em relação às multas, o diretor salienta que foram aplicadas de forma correta.

Segundo ele, a primeira, por estacionar em desacordo com a regulamentação, é leve, com perda de três pontos na carteira e 54 pilas no lombo. “A segunda (condutor retirou a motocicleta do local sem autorização) é considerada gravíssima (sete pontos a menos)”.

O tenente Luis Antônio Pittol Trevisan, do setor de comunicação Social dos fardados peixeiros, disse que após a notificação do agente de Trânsito, Fabiano teria amassado o papel e, na maior cara de pau, enfiado na boca do guardinha. “Ele teve que assinar um TC pra comparecer em juízo pra responder por desacato”, completa Trevisan.