Itajaí

Agente denuncia que o cadeião da Canhanduba não é seguro

Funcionário diz que tem muito preso e pouca gente pra trabalhar

O complexo Penitenciário do Vale do Itajaí, no bairro Canhanduba, em Itajaí, abriga 430 detentos. O sistema prisional é tocado pelo departamento Estadual de Administração Prisional (Deap) e a empresa Montesinos, responsável pela parte operacional. Hoje, 160 funcionários se revezam em escalas de 12h por 36h pra manter a ordem por lá. Gilmar Pereira Costa, 28 anos, é um dos agentes de controle da unidade e tá, diariamente, em contato com os presos. Gilmar resolveu dar a cara à tapa e denuncia que o complexo não oferece segurança aos funcionários. “Era pra sermos em 15 agentes, um auxiliar de coordenador e um supervisor pra noite. Nem 10 tem”, conta.

Com poucos funcionários, explica Gilmar, falta segurança pra conduzir os internos das celas às oficinas de trabalho e durante as revistas. O perrengue é o mesmo durante os atendimentos médicos. ...

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Com poucos funcionários, explica Gilmar, falta segurança pra conduzir os internos das celas às oficinas de trabalho e durante as revistas. O perrengue é o mesmo durante os atendimentos médicos. Segundo ele, há detentos com tuberculose e os agentes prestam atendimento sem máscaras de proteção, usando apenas luva de látex [as formas de contágio da doença são pelo ar e contato frequente com o doente].

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Na hora do rango, o agente que fica de zoio nos presos não tem proteção. “Na cozinha, fica um agente com apenas um rádio comunicador e 12 internos que fazem a comida. Eles usam facas grandes. Devia ter uma guarita pra proteger o pessoal de um possível ataque”, avalia Gilmar.

A ronda noturna é uma das horas mais tensas, já que o complexo é cercado apenas por grades. Não há muros, e do lado é mato a perder de vista na escuridão. “Fazemos a ronda sem nenhum colete de proteção, apenas com uma lanterna na mão”, conta.

Ameaças

Nos dias em que trampa, Gilmar veste o uniforme: calça e camisa social, sapato e um crachá com nome e foto. Bate o ponto às 19h e larga o plantão às 7h do dia seguinte. Nas 12 horas de trabalho, bizolha as celas, conduz presos e faz rondas no complexo. Em quase dois anos, diz ter registrado três boletins de ocorrência por ameaças sofridas dos presos, mas garante ter sofrido mais de 10. Ganha R$ 1209 por mês. Com abonos, o faz-me-rir chega a 1660 pilas. Não tem plano de saúde, odontológico ou seguro de vida.

Direção diz que denúncias são mentirosas

O ex-agente de controle Sergio de Carvalho, 29, faz coro com o Gilmar. Ele trabalhou pra Montesinos por um ano e sete meses. Foi mandado embora após voltar de férias, em novembro. Antes disso, Sergio ficou três meses afastado por suspeita de tuberculose e agora tá fazendo tratamento psicológico no centro de Atenção Psicossocial (Caps) de Balneário Piçarras.

Sergio conta que durante o tempo que trabalhou no presídio, ele e os colegas sempre fizeram o serviço que devia ser dos agentes penitenciários do Deap. “Só recebemos um curso de uma semana, temos que tirar os presos de dentro das celas, fazer vistorias. Os detentos jogam água na nossa cara, xingam, ameaçam. Três meses depois que entrei, já tava sofrendo com delírios e distúrbios psicológicos”, afirma.

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Dentro da penitenciária, os agentes de controle não portam armas e trabalham apenas com uma tonfa (cassetete). “Nós é que temos que comprar nossa própria lanterna, porque a empresa não dá. Nos molhávamos nas rondas em dias de chuva. Fiquei cinco meses na guarita da entrada sem arma e tinha medo de ficar lá de noite. Tratam melhor os presos do que os agentes”, diz.

Montesinos rebate acusações

Desde a metade deste ano no cargo de gerente da penitenciária, contratado pela Montesinos, Acir da Cruz, afirma que todas as denúncias são mentirosas. “Eles não recebem ameaças dos detentos porque eles estão fechados, o contato é mínimo. Se o preso age desta forma, ele é isolado em outra cela”, garante.

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Dentro da penitenciária, a disciplina é rígida e os presos não falam muito, segundo Acir. O procedimento adotado quando rolam ameaças é fazer um Registro de Ocorrência (RO) e depois um BO na delegacia. O RO vai pro Deap e, dependendo do caso, o preso pode sofrer punição ou até ser transferido pra outra penitenciária. “Mas não temos conhecimento de ameaças recentes”, diz.

Acir informa que há oito agentes penitenciários do Deap que trabalham por turno, junto com mais 40 agentes de controle. Há mais de um mês, a ronda noturna passou a ser feita por esse pessoal do estado. Acir rebate as acusações sobre ameaças e falta de segurança. “Isso é quase impossível. Na cozinha temos oito funcionários e apenas seis detentos que auxiliam. Toda a cozinha é monitorada por câmera. Na parte externa os agentes ficam armados. Na ala médica, os monitores têm todos os equipamentos necessários. Já foram feita três perícias e foi dado como local salubre”. A reportagem não conseguiu contato com o Deap.

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