Dois corpos foram encontrados no começo da tarde de ontem em Itajaí. O primeiro apareceu em frente ao ferri-bote. O homem é branco, vestia calça de agasalho, regata amarela e azul e uma blusa bege. Ele aparenta ter pouco mais de 40 anos e não tinha nenhuma tatuagem. O defunto não tinha marcas de violência e a suspeita é que possa ter morrido afogado mesmo. Como estava sem documento, foi levado para o IML peixeiro, onde aguarda identificação. Até o final da tarde de ontem, o laudo sobre a causa da morte ainda não tinha sido divulgado.
O segundo corpo apareceu na praia de Cabeçudas. Trata-se de Sandro de Jesus Marques, 21 anos, que estava desaparecido desde a tarde de sexta-feira, quando se afogou em frente ao bar Brasileirinho ...
O segundo corpo apareceu na praia de Cabeçudas. Trata-se de Sandro de Jesus Marques, 21 anos, que estava desaparecido desde a tarde de sexta-feira, quando se afogou em frente ao bar Brasileirinho. Na ocasião os guarda-vidas conseguiram salvar um parente do cara, que estava sendo arrastado junto com ele. O gurizão é natural de Palmas (PR), mas morava com uma tia no Monte Alegre, em Camboriú.
Esse não foi o primeiro a morrer afogado nas praias peixeiras em plena Operação Veraneio, quando cerca de 40 guarda-vidas trampam em Itajaí. No dia de Natal, David Rodrigues Simplício, 47, morreu no canto do Morcego, na praia Brava.
De acordo com o sargento do Corpo de Bombeiros Militares, Sérgio José Bagattoli, as mortes estão diretamente ligadas à falta de respeito à sinalização das correntes de retorno, os conhecidos repuxos. Nesses locais, indicados por bandeiras vermelhas, as ondas não quebram. A aparência é de uma piscina de água salgada, mas é justamente ali que mora o perigo. É onde acontecem os problemas, explica. Segundo ele, mesmo quem respeita a sinalização e só entra no mar onde ficam as bandeiras verdes às vezes se distrai, dá bobeira, cai no repuxo e acaba sendo arrastado. É tudo muito rápido, por isso o certo mesmo é tomar banho nos locais indicados e mais próximos ao posto, orienta.
Bagattoli garante que não tem nenhum orelha seca entre os guarda-vidas que trampam nos 11 postinhos espalhados pelas praias peixeiras. Segundo ele, todos estão bem preparados pra dar conta do trampo e ninguém deu mole nas duas mortes que rolaram na semana passada. Ele explica que os mais antigos passam por reciclagem e que os novatos foram bem treinados.
Curso é casca-grossa
Pra entrar no curso de guarda-vidas a pessoa precisa passar na prova inicial e nadar 500 metros em menos de 11 minutos. Só depois começa um aprendizado teórico e prático de 120 horas. Segundo Bagattoli, o curso não é pros fracos. Tem dias que eles correm da Fazenda à Praia Brava, fazem treinamento de entrada e saída de arrebentação, simulação de resgate e voltam correndo, conta. No final do treinamento os guarda-vidas precisam correr 1600 metros em até sete minutos, mergulhar 25 metros, pegar um círculo de ferro no fundo da piscina e nadar 25 metros com um braço só, sem deixar o troço afundar.