Colunas


Coluna Exitus na Política

Coluna Exitus na Política

Por Sérgio Saturnino Januário - pesquisa@exituscp.com.br

Violência e aprendizado


Violência e aprendizado

Nascemos apenas com o contato umbilical de um ser gerador. Expressamos apenas a necessidade instintiva de manter a vida. Se fome, pedidos de socorro; se higiene necessária, pedidos de socorro; se quente demais, pedidos de socorro. A relação: mãos a afagar os pedidos, carinhos a acalentar o desconforto, leite a embalar a saciedade.

Em tudo passamos ao aprendizado. Aprendemos a sentir, a agir, a pensar, a fazer; a docilidade e a aceitação; a violência e o desrespeito. A língua que falamos acontece pelo aprendizado. Não poderíamos ser sozinhos. Aprendemos as regras de viver em grupo, limites da liberdade pela presença dos outros, indigências do egoísmo e amplidão da vaidade pela existência do ego cosmológico.

As crianças vão à creche e aprendem a existir em grupos de semelhantes e de professores. Para proximidade familiar e como recurso pedagógico, a “Tia” aparece: alguém que tem convivência cotidiana, cuidadora e professora, mas não dorme na mesma casa. Proximidade e distância se acotovelam como chuva intermitente em dia de sol. Se a casa e a escola são cursos violentos, se há medo perturbador e insegurança de estar, as crianças logo receberão tais informações e terão, como aprendizado, que o mundo todo [aquele no qual vivem] é de desconfiança agitada e olhos pavorosos, de fobias e espantos.

Desde a origem biológica imatura, recebemos dos outros, como cartas de correios, as informações para vivermos em grupos familiares e escolares, de bairro e comunidade, de trabalho e diversão. As crianças não escolhem a sociedade na qual passarão a viver, mas serão socialmente e psicologicamente formadas como plantas que crescem e têm desejos. O cultivo das pessoas é alimentado pela raiz da cultura que se dará como orientação para tudo que se fará, para as formas de sentir, para as maneiras de agir.

Mas a culpa não é da sociedade. Este é um ato de covardia para atenuar nossa própria responsabilidade com o futuro que se cria e se cultiva todos os dias, em cada ato, em cada medo, em toda parcela de sentimentos... O que fazemos é o que ensinamos. O que queremos é o que desejamos ensinar. Para as crianças, na maioria das vezes, é confuso testemunhar acusações em gritos e palavras de ideais pacifistas.

Para o medo nas escolas é emergencial entregar aos pais, professores e alunos, presenças de segurança, guardas-vigilantes, vigilância eletrônica, portas giratórias, detectores de atrocidades... Para a paz nas escolas é preciso mudar os componentes de fertilização das “novas plantas”, as sensações expostas nas funções musculares da face, o olhar contemplativo da amizade, as condutas de bondade simples.

O desafio é alcançar o ajuste entre o quarto que isola com os abraços que amam. As telas do mundo artificial ou virtual que projetam desejos e escalam imagens de felicidades instantâneas, formatam uma vida de imagem-idealizada-aos-outros [vejam quem eu sou...], sem os dramas dos gritos e acusações, da raiva e do descontrole, do sofrimento e das dificuldades.

Para as crianças é difícil entender como é possível que alguém que elabora palavras de afeição possa agir como um guerreiro em guerra. Para os adultos é difícil aceitar sem desassossego e dor as atrocidades contra a vida de pequenos. Um “teatro do Absurdo”. Senhores gestores e Senhores pais, tudo será paliativo e irresponsável sem o cultivo da paz e da educação sem medo! A Paz se dá por outros caminhos, cheios de curvas, de trajetória longa! É preciso cultivá-la!


Conteúdo Patrocinado


Comentários:

Deixe um comentário:

Somente usuários cadastrados podem postar comentários.

Para fazer seu cadastro, clique aqui.

Se você já é cadastrado, faça login para comentar.

ENQUETE

O que você acha de Carlos Bolsonaro concorrer ao senado por Santa Catarina?

Ele teria o meu voto!

Já não basta o 04, agora o “clã Bolsonaro” também quer empurrar o 02 pra SC

Não sei ainda

Ridículo! Ele mal sabe onde fica Santa Catarina



Hoje nas bancas

Confira a capa de hoje
Folheie o jornal aqui ❯


Especiais

Taxação de super ricos: por que a conta não fecha, com Eliane Barbosa

Taxação de super ricos

Taxação de super ricos: por que a conta não fecha, com Eliane Barbosa

Tudo nas bets é pensado para viciar, alerta psicólogo Altay de Souza

VÍCIO EM APOSTAS

Tudo nas bets é pensado para viciar, alerta psicólogo Altay de Souza

Corte Interamericana reconhece direito a clima saudável e estabelece obrigações aos países

DIREITOS HUMANOS

Corte Interamericana reconhece direito a clima saudável e estabelece obrigações aos países

Expulsos por hidrelétrica em Goiás, quilombolas lutam há duas décadas por reparação

LUTA POR DIREITOS

Expulsos por hidrelétrica em Goiás, quilombolas lutam há duas décadas por reparação

Vítimas relatam abusos por lideranças de terreiro de candomblé em Belo Horizonte (MG)

ABUSOS EM TERREIRO

Vítimas relatam abusos por lideranças de terreiro de candomblé em Belo Horizonte (MG)



Colunistas

“Vitória”

Via Streaming

“Vitória”

Coluna Exitus na Política

Brunck, o dono da bola!

Júnior Peruca quer incomodar Sapatinho

JotaCê

Júnior Peruca quer incomodar Sapatinho

Ninguém avisou

Coluna Esplanada

Ninguém avisou

Servidora investigada por venda de atestados

Charge do Dia

Servidora investigada por venda de atestados




Blogs

🧠 CBD e Alzheimer: esperança no cuidado de quem mais precisa

Espaço Saúde

🧠 CBD e Alzheimer: esperança no cuidado de quem mais precisa

As duas juntas...

Blog da Jackie

As duas juntas...

Intocável

Blog do JC

Intocável



Podcasts

Sextou com tranqueira no trânsito da região

Sextou com tranqueira no trânsito da região

Publicado 11/07/2025 19:16





Jornal Diarinho ©2025 - Todos os direitos reservados.