Colunas


O divã para voar


O divã, como produção de sentidos, tira o paciente da atitude de comando e o realinha à vida em sentido horizontal. Desarmado, poderá aceitar os seus próprios pensamentos, enfrentar-se, ver-se figurado no espelho com deformações que compõem sua existência social e sua personalidade. A liberdade nascerá como contrações de temores gritantes que desarma a realidade para gerar fantasias traumáticas. A liberdade da borboleta voando!

A ‘criação’ do Herói Nacional que combatera o crime organizado da corrupção política, se evapora na fantasia do poder ministerial. Vive na escuridão por apagar os circuitos de luminosidade mental.

Em caminho tortuoso, faz acusações e refaz a amizade profunda com o acusado de traição como se tudo ocorresse às escuras da percepção dos outros. Os outros que lhe conferiram o título de herói. Talvez, tal trajetória veloz, ainda que secundária, seja reveladora do circuito político nada republicano e absolutamente não-democrático.

O quadro afetivo do paciente se torna mais revelador quando o objeto de adoração perde seu espaço nos altares das ‘divindades’. O período de luto tende a ser a negação do fato, e a separação ...

Já tem cadastro? Clique aqui

Quer ler notícias de graça no DIARINHO?
Faça seu cadastro e tenha
10 acessos mensais

Ou assine o DIARINHO agora
e tenha acesso ilimitado!

A ‘criação’ do Herói Nacional que combatera o crime organizado da corrupção política, se evapora na fantasia do poder ministerial. Vive na escuridão por apagar os circuitos de luminosidade mental.

Em caminho tortuoso, faz acusações e refaz a amizade profunda com o acusado de traição como se tudo ocorresse às escuras da percepção dos outros. Os outros que lhe conferiram o título de herói. Talvez, tal trajetória veloz, ainda que secundária, seja reveladora do circuito político nada republicano e absolutamente não-democrático.

O quadro afetivo do paciente se torna mais revelador quando o objeto de adoração perde seu espaço nos altares das ‘divindades’. O período de luto tende a ser a negação do fato, e a separação entre adorador e ‘mito’ pode gerar recusas violentas, choros compulsivos, dificuldade de aceitar a ausência da vida falada do ‘mito angular’. Vive em dualidade.

Viver em dualidade é empobrecedor. A dualidade é, ao mesmo tempo, a necessidade de negação do opositor e o vigor da ‘bondade singular’ e da ‘verdade inquestionável’ do acusador. O inimigo é o sujeito que estrutura e organiza a vida, os sentimentos, o agir. Pobre alma ofuscada para si, a cegueira da visão.

A oposição gera a fragmentação da personalidade e evita a reflexão e a objetividade do pensamento [algo que se faz fora do pensador]. A dicotomia é importante para classificar o mundo e viver de acordo com limites: tudo-nada, nunca-sempre, amor-ódio, passado-futuro... Um passo adiante, nasce a trindade. Há sempre mais do que o todo-bem e o todo-mal podem nos dar.

Com o fim do ‘mito’ e seu lugar nos sentimentos diretos, o luto causa repulsa sobre a realidade e a necessidade de rejeição dos vitoriosos. O impulso violento é a declaração dos problemas traumáticos do paciente que tenta ficar ereto para continuar o enfrentamento; evita o divã. As condições da vida mudaram, e tentar paralisar o tempo é a expressão de ‘doses de loucura’: sendo borboleta, ainda se arrasta como lagarta!

A violência é um poço de impotência. É como ser demitido e se sentir injustiçado. Perde-se ali mais do que salário: pelas mãos escorrem as relações que mantinham o vigor da vida social. Convites para festas, happy hour de autorrecompensa, amizades que o ambiente de trabalho conduz dia após dia, as confissões de intimidade e tantos encontros com a vida, as experiências com outras formas de viver o mundo, a segurança ontológica gerada pela organização das tarefas, dos tempos, das metas... tudo se esvai.

A ‘morte’ e a ‘demissão’ são potências de criação e de recriação. Abrem-se oportunidades ‘forçadas’, o passo de libertação para se superar. Não há falta de memória, mas o impulso a repudiar as lembranças, fonte de cultivo do esquecimento. As dificuldades, as críticas, o ‘caos’ estão ali porque querem ser enfrentados.

Desejam a superação. Deixá-los reinar nossa vida, nosso império interior, é se confessar com disartria [distúrbio da fala] e com colapso dos movimentos: sendo borboleta, ainda se arrasta como lagarta! O divã para voar!


Conteúdo Patrocinado


Comentários:

Deixe um comentário:

Somente usuários cadastrados podem postar comentários.

Para fazer seu cadastro, clique aqui.

Se você já é cadastrado, faça login para comentar.

ENQUETE

A Câmara de Itajaí deve ter mais vereadores?



Hoje nas bancas

Confira a capa de hoje
Folheie o jornal aqui ❯


Especiais

STF rejeita marco temporal, mas lei segue com riscos a direitos indígenas

Vitória parcial

STF rejeita marco temporal, mas lei segue com riscos a direitos indígenas

Júlio Lancellotti é calado nas redes enquanto padres conservadores discursam para milhões

IGREJA CATÓLICA

Júlio Lancellotti é calado nas redes enquanto padres conservadores discursam para milhões

Governo consegue aprovar Plano Clima após diluir responsabilidade do agro

PLANO CLIMA

Governo consegue aprovar Plano Clima após diluir responsabilidade do agro

Três meses após sanção da Lei Felca pais não sabem proteger filhos na web

Controle parental

Três meses após sanção da Lei Felca pais não sabem proteger filhos na web

Empresas de festas visam adolescentes e marketing predatório aposta até em porta de escola

NA PORTA DA ESCOLA

Empresas de festas visam adolescentes e marketing predatório aposta até em porta de escola



Colunistas

Direito em movimento: esporte, jogos e entretenimento

Mega da Virada, Bets e o Bilhão em Jogo

Shows da virada

Charge do Dia

Shows da virada

Linha Infinita

Clique diário

Linha Infinita

Pesquisa Neokemp: O irônico cenário para o Senado em SC

Coluna Acontece SC

Pesquisa Neokemp: O irônico cenário para o Senado em SC

É o que se inicia em você

Coluna Exitus na Política

É o que se inicia em você




Blogs

Alimentos que rejuvenescem!

Blog da Ale Françoise

Alimentos que rejuvenescem!

Vereadores entregam a Juju Pavan cheque de quase 7 milhões 

Blog do JC

Vereadores entregam a Juju Pavan cheque de quase 7 milhões 

 Escrever para aprender — um exercício de silêncio

VersoLuz

 Escrever para aprender — um exercício de silêncio

🧠 Alzheimer não começa na memória. Começa no metabolismo do cérebro.

Espaço Saúde

🧠 Alzheimer não começa na memória. Começa no metabolismo do cérebro.

Férias ....

Blog do Magru

Férias ....



Podcasts

Últimos dias de 2025 devem ser com chuva forte

Últimos dias de 2025 devem ser com chuva forte

Publicado 29/12/2025 19:36





Jornal Diarinho ©2025 - Todos os direitos reservados.